Chão

Foto de Wilson Madrid

LIBERTAS QUAE SERA TAMEN

* LIBERDADE
* AINDA
* QUE
* TARDIA

Antenas parabólicas do universo,
Rabiscando a vida em prosa e verso...

Captando a natureza de Minas Gerais,
Que quem conhece não esquece jamais...
Em 2008, dia vinte e um de abril,
Dia de Tiradentes, martir da independência do Brasil...

Manhãs com despertador de galos nos quintais,
Corais de alegres e positivos bem-te-vis,
Praças e jardins com suas palmeiras imperiais,
Natureza, árvores, flores, frutas, céu aniz...

Fractal de flamboyant,
Coração de erva doce na esteira,
Gelatina de uva e maçã,
Ameixeiras, bananeiras, laranjeiras...

Chuva, sol, lua e estrelas,
mergulhos no azul do céu anil
e nados até a copa amarela do ipê...

Caminhadas pelas trilhas tranqüilas,
chão de terra, ar puro, divina natureza,
entre matas, lagoas, peixes e borboletas...

O som do silêncio, as leituras dos gênios, a consciência que ressoa...
Mahatma Gandhi, Santo Agostinho, Tiradentes e Fernando Pessoa,
Paz, amor, liberdade e poesia também:
Libertas quae será tamen...

Amém!

Foto de Manu Hawk

Tato Virtual

Ler você é puro tesão!
Que dom é esse que possuis,
provocando arrepios ao digitar?
Fico imaginando esses dedos
teclando meu corpo, minha alma...
As palavras vão surgindo na tela,
fecho os olhos, e começo a viajar.
Posso sentir sua barba por fazer
roçando a boca na minha nuca,
ao mesmo tempo em que sinto
seu corpo quente encostando levemente,
e seus braços me envolvendo,
continuando a beijar minhas costas.
Suas mãos acariciam meus seios retesados,
descendo lentamente, explorando cada centímetro,
enlouquecendo a cada minuto,
querendo mais e mais...
Mas abro os olhos, infelizmente.
Você ainda está ali, um retrato na tela,
imóvel, eu sei,
mas espero o dia em que fecharei os olhos,
e essas palavras serão um sussurro em meu ouvido,
movendo o chão e invadindo todo meu corpo!

(por Manu Hawk - 25/09/2003)

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Respeitem os Direitos Autorais. Incentivemos a divulgação com autoria. É um direito do criador que se dedicou a compor, e um dever do leitor que apreciou a obra. [MH]
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Foto de Jaqueline Heldt

Quero me perder

Sim,
Eu quero me perder, quem sabe assim eu consiga encontrar
Esse amor semi perfeito, que em plavras e capaz de compreender ,
que para ser feliz é preciso mudar,

É isso mesmo, quero me perder
Nos braços de alguém que me ame, e exija algo em troca.
Que me iluda e ao mesmo tempo me console
Que não aceite uma vida hipócrita ou esnobe.

Quero que haja em minha vida uma metamorfose, mesmo que seja ambulante,
Que essa mudança seja a longo prazo,
Pois quero sofrer todas as consequencias dessa novidade.

Quero gritar até perder a voz, quero arranhar o chão áspero,
degustar o sal da última gota de meu suor, que pra mim é a confirmação, do tenro poder do brio dessa busca.

Quero me perder e me sentir só em plena multidão
Quero sentir esta ferida que teima a sangrar,
e me faz sentir apenas calafrios,

Pretendo ainda viajar á pé do Rio a Salvador,
pois ao longo desse acaminho, irei impor, a verdade do altruismo
Assim então não mais será apenas vontade, será lei, o nosso amor

Foto de Wilson Madrid

AS FORMIGAS APRESSADAS

*
* CRÔNICA
*
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18:30' de um dia do mes de abril de 2003.

Estação Sé do metrô de São Paulo, uma das cinco cidades mais habitadas do planeta, com cerca de quinze milhões de habitantes.
No saguão interno da estação, acontece uma exposição denominada “Êxodos – a humanidade em transição – 1993-99”, trabalho de Sebastião Salgado, fotógrafo brasileiro consagrado internacionalmente pela sua arte fotográfica, voltada para os problemas sociais da humanidade, expondo fotos das vítimas e refugiados das recentes guerras e conflitos sociais ocorridas em vários países do mundo.
Sucesso de crítica e de público em vários países, a apresentação do trabalho informa que “movido pelos milhões de refugiados, migrantes e destituídos do mundo, o fotógrafo Sebastião Salgado documentou a situação em 41 países durante quase sete anos. Por quê? "Espero que tanto como indivíduos, grupos ou uma sociedade, façamos uma pausa para pensar na condição humana na virada do milênio. Na sua forma mais brutal, o individualismo continua sendo uma fórmula para catástrofes. É preciso repensar a forma como coexistimos no mundo."
Mesmo sendo gratuita para os milhares de usuários que passavam pelo local, apenas cinco ou seis pessoas apreciavam a obra prima do excepcional artista, cidadão do mundo e profeta da injustiça social mundial.
Ao lado da exposição, uma multidão de pessoas passava apressadamente, ignorando completamente tão importante trabalho.
Naquele horário, aquele local parecia um “formigueiro” de pessoas preocupadas em chegar logo aos seus destinos, provavelmente, algumas indo para o trabalho, outras para a escola e a maioria, certamente, retornando do trabalho e indo para as suas residências, onde, após o jantar, costuma dedicar algumas horas da noite assistindo a nossa programação de tv, repleta de futilidades e tão carente de programas educativos e culturais.
Foi impossivel deixar de me lembrar do “maluco beleza” Raul Seixas, que algum dia deve ter sentido o que mesmo que senti naquele momento e denunciou ao compor S.O.S.: “Lá por detrás da triste e linda zona sul, vai tudo muito bem, formigas que trafegam sem por quê...”.
Quanto aos cinco ou seis "desocupados" que dedicaram parte do seu tempo apreciando a exposição, tenho a certeza de que sairam enriquecidos no conhecimento do quanto o individualismo e o egoísmo humano é capaz e do quanto é urgente e imprescindível conscientizar as pessoas para o combate à toda e qualquer injustiça pessoal ou social, cada um fazendo o que estiver ao seu alcance para o bem comum, porque a injustiça social é gerada pela somatória das injustiças pessoais, na esperança de um dia ver toda e qualquer injustiça varrida da face da terra, para a humanidade, finalmente, poder assumir o seu direito natural e divino de poder viver em paz.
Para os que ainda não conhecem ou não souberam da realização da exposição de tão importante trabalho naquela oportunidade, ainda existe a possibilidade de conhecê-lo através do site www.terra.com.br/sebastiaosalgado.
Quanto aos demais componentes do “formigueiro”, deduzi que ocorreu uma falha grave por parte dos organizadores, no que diz respeito ao despertar do interesse geral pela exposição: esqueceram-se de contratar algumas recepcionistas com peitos e bundas de silicone; alguns seguranças "sarados" e espalhar pelo chão, em torno dos painéis que continham aquelas impressionantes fotografias, algumas pitadas de açúcar, misturadas com um pouco de fama, dinheiro e poder...
Porque as “formigas apressadas” aprenderam que “tempo é dinheiro” e que “o importante é levar vantagem em tudo, certo?” e o que elas ganhariam perdendo seu "precioso tempo" ou que vantagem levariam para ver umas fotos em branco e preto, feitas por um tal de Salgado, de algumas pessoas amarguradas, desconhecidas, pobres e excluidas do direito à dignidade humana, que nem sequer participaram do Big Brother Brasil?

Foto de Izaura N. Soares

Quero apenas dizer...

Quero apenas dizer...
Izaura N. Soares

Queria te dizer, quando os meus olhos,
Vagueiam pela noite escura é a sua luz
Que eu procuro.
Você me faz tanta falta que chega a doer meu peito.
Meu corpo frágil fica sem jeito.
Eu só queria me acomodar em seus braços.

É como sentir o calor do Sol aquecendo meu corpo.
Quando meus pensamentos ficam expostos,
Há perguntas e indagação,
Sinto-me ausente e sinto você longe do meu coração.

Eu só queria poder dizer o quanto eu te amo.
Que dentro do meu coração fervilha a emoção.
Queria compreender melhor as razões sem soluções,
De um amor sem nenhuma pretensão.

Quero tão pouco de ti... Quero apenas te olhar...
Sentir meus pés firmes no chão,
Deixar de voar na imaginação,
Passar acreditar um pouco mais nos seres humanos.

Queria dizer que dentro de mim existe o melhor
Sentimento, o melhor amor, que eu poderia doar-te,
Quando um dia precisares.
Quero apenas te dizer que o tempo que eu vivi com você
Foi o melhor tempo do meu viver...
Quero apenas dizer... Que preciso de você!

Foto de Wilson Madrid

O RESGATE DA PAZ

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Até quando contemplaremos nossa paz ser seqüestrada?
milhares de jovens encontrando nas drogas a escravidão,
pobres meninas seduzidas e aprisionadas na prostituição,
autoridades hipócritas mentindo e vivendo da corrupção
e a guerra urbana manchando de sangue o nosso chão?

Até quando assistiremos nossa fraternidade ser dizimada?
filhos assassinando os pais, irmãos assaltando os irmãos,
amigos traindo os amigos em troca de dinheiro ou promoção,
humanos descartados como lixo pelas ruas e praças da cidade,
crianças cheirando cola na fuga desesperada da cruel realidade ?

Até quando suportaremos ter nossa dignidade desrespeitada?
favelas; saúde, educação, transporte e segurança públicas falidas,
desemprego crescente e empregos contaminados pelo assédio moral,
distribuição de renda injusta e imoral privilegiando minorias favorecidas
às custas dos miseráveis rendimentos da maioria condenada à vida vegetal?

Até quando conviveremos e pagaremos o preço dos frutos de tanta injustiça?
shoppings centers luxuosos cultuando o consumo de alguns privilegiados,
violência imperando nas periferias miseráveis com tantos abandonados,
miséria traumatizando lares; jogatinas e prostíbulos em constante expansão,
pessoas honestas e decentes incluídas na lista dos animais em extinção?

Até quando inverteremos os valores do ter e do ser?
Até quando buscaremos pelos nossos reféns:
a nossa liberdade de ir e vir,
a nossa igualdade de condições
e a nossa fraternidade para repartir os pães?

Até quando celebraremos o culto do novo bezerro de ouro, o “deus mercado”?
natais de papais noeis e amigos secretos, páscoas de coelhos e ovos de chocolate,
pessoas objetos transformadas em produtos para as capas das revistas eróticas,
mídia programando as mentes dos fanáticos fiéis e consumidores idólatras,
“teologia do prazer imediato” convertendo os crentes do apocalipse do disparate?

Até quando aguardaremos omissos pelo surgimento de melhores dias?
adiando o início do mutirão da indispensável mas crucificada justiça social:
onde todos deveremos contribuir evitando o egoísmo e a prática da injustiça pessoal,
adotando a solução contida na sabedoria divina anunciada pelo profeta Isaias:
“que o fruto da justiça será a paz e a obra da justiça será a tranqüilidade”?

Para finalmente resgatarmos a maior herança que a Luz do Mundo nos doou e deixou...
há mais de dois milênios atrás...
a paz?

Foto de Lu Lena

DESEJO

toma conta corpo e mente
difícil controlar
impossível evitar

solta labaredas de fogo
dentro de ti e de mim
morremos e renascemos

do começo ao fim
Lábios quentes
que deslizam como serpentes

em cada poro de nossos corpos
destilamos venenos de desejos
em loucos e ardentes beijos

com intenso e destemido ardor
arrancamos nossas roupas com furor
nossas mãos deslizam em cada ponto

de nossos corpos com malícia
provocando espasmos em delícia
não dá mais para conter

chegamos ao ápice do prazer
caimos exaustos pelo chão
satisfeitos e unificados

por essa frenética paixão
flutuamos extasiantes
corpo e alma em junção

Foto de Lu Lena

ANGÚSTIA

Não posso prever
Não posso entender
Não posso resolver
Angústia medo aflição

Coisas surgem do nada
surgem do coração
Que incógnita é essa
que estraçalha minha dor

Será dor de amor
Não tenho mais teto
Não tenho mais chão
nessa amarga confusão

procuro a resposta
Menos claridade vejo
Me aparecem vultos
as sombras o medo

me sinto sufocada
sinto o tudo e o nada
me falta o ar
preciso me libertar

desse amor que quer
me consumir dessa
ausência que queima
de saudade de ti

nesse labirinto sem fim
sem respostas pra mim
Por quê será que coisas
tem que ser assim

sentimentos mal resolvidos
precisam ser esclarecidos
meu coração dói
não consigo achar

vem me curar
estou só
Desate esse nó
me dê tua mão

me tira desse vão
me tira daqui
quero ver a luz
e contigo ser feliz

Foto de Manu Hawk

Hawk (Exílio)

De dia sonho, vôo, sou falcão
à noite, solidão.
Mistura dolorosa de prazer
lascivo, mórbido, chão.

Minhas asas sangram
Unhas rasgam meu peito
Suor escorre queimando
Prazer falho, descontrolando

Ofegante insisto
Cravo as unhas, te trago,
tedioso e torturante gozo
Não desisto...

Pés na relva, lágrimas
Cheiro de cedro, quero o seu!
Abro os braços, perdi as asas
Perdi a alma, amargurante exílio.

(por Manu Hawk - 03/08/2004)

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Respeitem os Direitos Autorais. Incentivemos a divulgação com autoria. É um direito do criador que se dedicou a compor, e um dever do leitor que apreciou a obra. [MH]
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Foto de diana sad

Lágrimas**

Minha casa hoje chora
Os meus móveis procuram à razão
Os meus gatos investigam pelo chão
Os motivos do meu silêncio...

Choro por que sinto necessidade de chorar
Choro para pôr para fora o que me incomoda
Para nunca mais me deparar com isso
Eu gosto de festa, de zoada, de gritos.
De gente no meio da sala
Não de lágrimas!
Nunca gostei delas...

Hoje eu não pude evitar
Abri o caminho para elas passarem
Se derramarem pelo meu rosto
Contrariado, porém disposto a não atrapalhar.

Veio à noite em pleno dia
O céu e mar mãos dadas a passear
Essa corrente que me puxa
Sabe que eu vou sobreviver

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