Chão

Foto de Danilo Matos

Pensamento motriz

Uma tristeza sem precedentes mostra-se ativa na profundeza do meu ser.
Vozes vindas do além, quase que inaudíveis, ecoa constantemente calando a minha voz.
Interrogações sufocam-me constantemente, são dúvidas vociferando, causando um som insuportável nos meus tímpanos.
Quem sou? Por que sou?
Responder... Quem poderá?
Horas mostro-me forte, suportando todas as afrontas que a vida me propõe, mas não sou de ferro nem muito menos super-herói.
Quando não suporto mais, abro a boca e levanto meus ouvidos, com intrepidez vocifero: - Oh! vida minha, o que tu tens comigo? Por que me silencia quando estou convicto do que quero? Será que serei sempre escravo seu? Responda-me, pois, meu coração está ávido por respostas.
De repente, ouço um burburinho...
Meu coração palpita em uma velocidade desordenada, causando-me falta de ar.
Lanço-me ao chão e tento ouvir o que a vida quer falar:
-Oh! vivente insensato até quando me interrogará com suas perguntas vazias?
Não sabes que vives em uma escola? Não percebeste que o erro de ontem te fortaleceu para o agora? Até quando duvidarás de mim? Não sabes que só quero o seu bem!
-Viva constantemente o agora, pois, tudo que fizeres hoje refletirá amanhã.
Com os olhos lacrimejando, levanto-me do chão, conformado com tudo que ouvi, silencio-me.
Cabisbaixo, saí do anfiteatro, triste, mas convicto que: a escola da vida formará apenas aqueles que têm a sensibilidade de escutar o que todos rejeitam, de ver o que ninguém quer e de fazer o que todos têm medo.
Quando saíres em busca de seus objetivos não se esqueça de levar contigo uma caneta, para você reeditar todos os erros cometidos, os erros são quem te fortalece para o amanhã.

Foto de Carmen Vervloet

DOCE ÁGUA DOCE

Brota do olho
da terra que chora...
E ainda menina
acetina o chão
eterna adição
corre entre trilhas
reflete a luz, brilha
e num crescente
fonte, nascente
dá-se gratuitamente
à semente que germina,
à flor tão pequenina,
aos bichinhos sedentos,
às plantas em crescimento,
às lavadeiras de sonhos,
aos homens em desalinho
com a essência da vida...
A sua mais preciosa bebida
em extinção...
Sem zelo, nem proteção.
Poluída...
Por lixo, invadida,
Maculada,
por homens insanos,
comprometidos com planos
de riqueza, de poder,
anestesiados, sem perceber
que sem você,
água cristalina,
doce água dançarina...
Que sem você...
Tudo é incerto,
sem vida,
deserto!

Carmen Vervloet

Foto de Sandro Nadine

A Pedra Que Às Vezes Flutua

Da vida não guardo segredos,
Sou tristeza que anda, alegria que convida...
Sou caminho, sou balança,
Encontro e despedida...

Sou lágrima que derrama,
Chuva que não exita...
Para uns sou afronte, para outros vida,
Para uns o nada, para outros o tudo que analisa...

Nem sempre sou flecha que acerta,
Água que inunda...
Sou pena leve que flutua,
Pedra que às vezes afunda...

Sou voz que cala, vento que murmura,
Sou do chão o pó, o mesmo pó que fagulha,
Sou o erro que tropeça,
A fé que no mundo mergulha...

(Sandro Nadine)

Foto de João Victor Tavares Sampaio

A Última Cruz

Não foi o primeiro pai de família que existiu, nem o último que faleceu. Sua vida, assim terminada, refletiu a solidão que quer queremos ou não, nos faz sentir saudade, amor, essas coisas de gente viva. Deixou uma falta que não se sacia nos dias de finados, aniversários, missas de sétimo dia. Foi, e não voltou mais. Quem sabe um céu lhe aguardava.

Sua morte foi trágica, solitária, isolada. Ninguém deu-se conta de tanto, ou melhor, poucos. Seu corpo ficou ali, largado por dois dias entre o chão da cozinha e a entrada do banheiro, era uma casa de pobre, mas bem assentada, na periferia de uma cidade periférica. Morreu e o esqueceram, ali na sua morte. Houve um vizinho não se preocupou com sua recente podridão, razão de seu óbvio enterro.

Uma coisa deve ser explicada, para melhor entendimento do texto. Ninguém quer a morte. Ela é um processo doloroso, traumático. Não há um ser humano que não responda aos seu instinto de não sofrer, sentindo uma dor que só se apagar com a entrega ao sono final, o último descanso injusto ao redor que lhe agride, a última cruz que se carrega para se manter a existência.

Mas o mundo é um quente, corrosivo, oxigenado pelos ares das novidades. Não há lugar para o sofrimento eterno e improdutivo, ainda mais o próprio. Sua dor cessou, mas foi uma pessoa útil. Assim merece essa homenagem.

Foto de Carmen Lúcia

Chuvas, lágrimas e suores...

Chovi...

lágrimas represadas,
desilusões estagnadas,
suores suados em vão,
histórias marejadas.
Molhei o meu chão...

Soprei...

Mágoas destoadas,
lambi o sal de meu pranto,
sequei desilusões desenfreadas,
lavei suores que ardiam tanto...
Enxuguei histórias que faziam mal.
Preparei a noite,
extirpei o mau.

Amanheci...

Céu azul depois do vendaval,
sol brilhante reacendendo a vida,
paz em tonalidades coloridas...
Nuvem branca deslizante,
dia calmo, maré mansa,
corpo leve, alma branda.

_Carmen Lúcia_

Foto de raziasantos

Será que Vai Sobreviver?

Será Que Vai Sobreviver?
Apocalipse Urbano
Abri os olhos, vejo grade e concreto é zica
Hoje é visita, eu quero ver minha família
Sonhei com morte a noite passada
Nem me liga da minha mina, dos manos quero ter notícias
A alguns dias meu irmão veio me visitar
Ficou lá fora, devido as normas do lugar
Depois de muito tempo só lembrando e com saudade
Eu pode vê acenando de fora das grades
Minha coroa hoje chegou na portaria aflita
Logo de longe eu percebi que ela estava abatida
Se aproximou, me abraçou, notei que não queria
Que eu soubesse na real o que acontecia
Falsa amizade, trair agem, pilantragem
Fez meu irmão sentir o gosto da crocodilagem
Pra minha mãe desilusão, só decepção
Tendo um filho quase morto e outro na prisão
[refrão]
Será que vai sobreviver?
Não sei não
Falou mais alto o grito da DP
Foi pro chão
Infelizmente não tem nada a fazer
É caixão
Mais uma mãe que vê o seu filho morrer
Traição
Eu um criminoso que não perdoava ninguém
Fui enquadrado pelo desespero e feito refém
Nem pensei em orar, pela sua recuperação
A sede de vingança envenenou meu coração
Maluco, uma arma velha, um tiro só
O meu mano numa cama de hospital vai de mal a pior
Eu distante do bem e mal informado
Me pergunto quem será o culpado, Deus ou o diabo?
Resultado do seu erro e do meu ódio pegou pesado
Um dia antes do enterro eu fui comunicado
Eu algemado, policia pra tudo que é lado
Eu vi meu sonho de família sendo enterrado
Olhar inconformado, cai lágrima, do céu cai chuva
Enquanto isso, seu corpo desce a sepultura
Naquele instante só Jesus tinha o que eu queria
Descanse em paz, amanhã é outro dia!
[refrão]
Só restam lembranças daquela velha infância, em que a inocência tomava conta dos nossos olhares
Que a maldade era encarada como uma brincadeira
Que um puxar de orelha não nos trazia tristeza
Que a falsidade eu ainda eu não conhecia
E quando muitos choravam, para mim era só alegria
Que o choro vinha quando eu queria e não podia
Aí eu percebi o valor que a vida tinha
Essas palavras são para você entender
Que a vida nos oferece surpresas der repentes
Que devemos estar sempre crentes e não desanimar
E sempre caminhar para a vitória alcançar
Tudo na vida tem o seu lado contrario, seu mundo imaginário
Existe o certo e o errado
Nem tudo o que queremos nós obtemos
Temos que aprender a ganhar, não se contente em perder
Para que nos momentos das fraquezas saibamos nos fortalecer
Eu vou tentando entender certo faz das vida
Em que momentos de alegria, se transformando em grandes feridas
E que um pensamento se perde ao relento
E que o domínio da solidão é só uma questão de tempo
Isso não é heresia e sim a pura verdade

Foto de bongarten

A pureza no sitio da Infância

Bem cedo, não de dia;
Mas sim de idade;
Tomava banho esquentado na simplicidade;
Com água quente banhava-me na bacia;

Ainda tenho as lembranças de pureza;
O vasto verde nos cercava no sitio;
No chão cheio de folhas a cair;
O sorriso abria, mamãe vem com leveza;

Chamar-me à olhar sempre com beleza;
Filho vem ajudar-me no quintal;
Meus olhos brilhavam, opa, vou trabalhar;
Agarrava com coragem a vassoura velha;

Viajava na emoção de ganhar doce eu pensava;
Eu era feliz na sombra daquelas arvores;
Pra ganhar miseras dez guloseimas ralas;
Mas na época era pureza trabalhar por humildes balas;

Foto de airamasor

Cumplicidade...

É tao bom, quando chegas assim,
De repente, de surpresa...
Nao importa o tempo,
que ficamos juntos,
O que importa é a intensidade,
a nossa cumplicidade
a flor da pele.
Nossos olhares
dizem tudo que é necessário.
Nao precisamos de palavras
nem de poemas
apenas nosso olhar
o brilho contido
diz tudo.
E conseguimos entender
Tudo o que o outro quer dizer.
Por que temos os mesmos gostos,
as mesmas vontades
e os mesmos desejos.
Nos completamos
Somos um só,
dividido em metades iguais.
Quando chegas assim
de mansinho,
querendo apenas um cheiro,
Já me sinto levitar,
meus pés nao tocam o chão
Teus beijos me alimentam
Me dão força pra seguir
este caminho
onde sei,
que no final irei,
com certeza,
te encontrar.
(Aira, 12 de março de 2011)

Foto de Marilene Anacleto

Profecia

Quando para o céu olhares,
Empinando a tua pipa,
Grandes “insights” terás.

Porque, então, tiveste tempo
De olhar o puro infinito,
Que é o mesmo que olhar para dentro.

Pés no chão, olhos no céu, alegria,
Antena equilibrada e perfeita,
Recebe a luz para o dia-a-dia.

Após suspiros profundos,
Ficarão claros os passas
Que realizam teus mundos.

Então verás o amor,
A cercar-te de esplendor,
Numa vida em graça e cor.

Então estarei pronta,
Em frenesi de ponta a ponta
Para os instantes de encanto.

Marilene Anacleto

Foto de giogomes

A Rosa e o Tigre XXV - Encanto

Como era boa a sensação.
Estar com o Tigre era pura emoção.

A Rosa e o Tigre conviviam em harmonia,
distribuindo à todos, toda a sua alegria.

Retribuindo todo o amor corrente.
Soma do Tigre e sua semente.

Ás vezes é necessário descer do paraíso,
não ser com a realidade totalmente omisso.

Voltando a sua vida, ao seu chão.
Lembrou de sua verdadeira situação.

Seu casamento estava chegando,
já tinha traçado o seus planos.

O Jardineiro seria o seu companheiro,
o progenitor de seu herdeiro.

A Rosa tinha dúvidas sobre o seu futuro,
medo do frio e do escuro.

Aumentavam quando se lembrava,
de toda a vez que o Tigre a tocava.

Quando simplesmente pronunciava,
palavras doces em situações inesperadas.

Pensava se não estava errada
ao ter escolhido esta estrada.

Eram almas gêmeas, um corpo só.
Uma só nota, uma clave de dó.

Não estavam juntos e sim separados,
imaginava o porquê deste resultado.

Lembrou de uma mensagem do Tigre, à noite enviada.
Dizendo o quanto nela pensava e se preocupava.

Nunca disse a ele que isso abria a sua guarda.
Rosa: "- São essas atitudes que me deixam encantada !"

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