Se as portas agora se fechassem, se as luzes não mais me iluminassem, buscaria no escuro de meu peito fechado a razão da minha loucura...
Sai de mim um vazio torturante que me consome, que me esmaga, que me corta feito navalha, que me acalma como inferno...
Perdi meu ser, minha luz de viver. Procurei certezas, encontrei nada, nada e nada...
Não sei chorar, não sei o que é dor; sinto somente um vazio que me aquece e me faz frio...
Minha boca seca quer não mais um beijo, não mais um lábio apaixonado... quer o amargo e vermelho sentimento da da própria inveja.
Porque lágrimas não desprendem de meus olhos?
Porque soluços não judiam de minha alma?
Amo minha dor como migalhas amam o chão em que caem, e eu me busco no infinito, no vazio de meu peito, na dúvida se existo, na certeza de que nunca me encontrarei...