O mundo não faz sentido
Mas há quem está tentando nos fazer à cabeça do contrário
Pelo que presenciei
A vida
É decidida em instantes
E as aparências contam muito
E os confidentes contam tudo
Essa é minha linha curva de raciocínio
Você sabe,
Eu acho...
Todas as coisas não são explicáveis,
Todas as coisas não são bem assim:
O que te dizem que é verdade é mentira
E o que te dizem que é mentira,
Talvez
Porque a gente é madura
Quando reconhece o acaso
Por trás de uma certeza
Porque o detalhe é complexo
E o complexo é superficial
E tanto faz como tanto fez
Porque o segredo das coisas não é viver bem
E sim morrer por uma boa causa
Eu vejo as pessoas com ternura
E acredito que todos têm sua chance
Por que o Sol é milhares de vezes
Maior do que a Terra
Contradição, gritante e tímida
Corta a carne do próprio pescoço
Depois de se engolir
Rasurando o destino
Irreverente em ser peão
De um jogo sem as peças
Se ganha um Cristo para a cruz
Formando o sucesso de mais um perdedor
Corajoso em ser covarde
Sendo mais em ser ruim
Sendo bom em adiantar meu fim
Revirando o estilo socrático
Espalhando a desinformação pelos quatros ventos e pelos sete mares
Violando o túmulo da esquerda
Atravessando o samba
Retirando medalhas fincadas em peitos de bronze
Curtindo o couro do inimigo
Glorioso de sua grama verdejante
Graças aos lampejos de uma genialidade absurda
Cabeças são servidas ao molho
De chaves que abrem o mundo para a porta
Com doçura
Sendo repartido:
A pátria que me dá o nome não me dá a vida
Eu não pedi pra nascer
E é minha culpa
Não fazer questão de sumir
Sumir devagar
O mais lento possível,
Sumir no tempo
Abraçado ao descaso,
Desaparecer minguando aos poucos
Encolher e diminuir
Na sina do meu fracasso,
Caindo como estrela
Como cometa já apagado,
Sendo esquecido pelas pessoas e devorado pelos organismos
Olhando para o lixo e sorrindo
Feito palhaço esfomeado
Que se mistura aos gurus pensantes das calçadas
Toda importância é injustificada
Visto que o caos é quem decide os meios
Nunca a impossibilidade foi tão exaltada