Castelos

Foto de Carmen Lúcia

Enquanto vivias...

Enquanto vivias, cumpriste teu papel
além do que te cabia,
grandeza de um arranha-céu...
Ornamentaste vasos, lapelas,
jazigos , templos, capelas...
Lado a lado com a alegria
remataste o mais lindo buquê,
cúmplice da felicidade e harmonia,
parte do contexto: amor, realidade e fantasia.
Vestida da pureza do mais casto branco
invadiste, radiante, jardins e campos
trazendo o sol amarelo em teu peito,
luz das luzes, consenso perfeito.
Enfeitiçaste beija-flores
inebriando-os de amores...

Foste tema de cantigas...
Apareceste nos mais lindos versos
cantados por reis em seus castelos,
endeusada pelos mais fortes guerreiros...
Ao te despetalarem, em busca da sorte,
talvez não queiram causar-te a morte
ou cravar-te o espinho da dor...
Querem saber se têm ou não teu amor.
E tuas pétalas brancas, translúcidas, caídas,
jamais serão sinônimo de despedida,
pois da terra que as terá acolhida
renascerão as mais belas margaridas.

_ Carmen Lúcia _

Foto de Joaninhavoa

Ninhos

*
Ninhos
*

«.... Eles não sabem nem pensam saber
do ponto e da vírgula e do ponto final
da Lua castelos do Sol rios de sal
das margens flocos de nuvens a fazer...
ninhos d`amor.»

Joaninhavoa
(helenafarias)
17/10/2010

Foto de HENRIQUE FERNANDES R

BONINA DE TEU NOME

BONINA de seu nome.

Os dias a teu lado são amanheceres d’ alfazema. são sentires feitos de baladas que fantasiam a cabana
dos nossos corpos à beira-mar.
Amar-te é canção soletrada em fragmentos de prazer.
Ter-te, é ditar a pureza nítida na tua voz onde percebo quem sou. É inegável a influência do teu calor corporal no tanto da minha respiração que baila em ti. assumida de amor, passa a lua em todas as dimensões onde nos vemos gente num luar só nosso. cada vez que te abraço é o zénite de uma praia onde sonhamos. a inocência do amanhã em redor de nós. És luz de Verão que torna as nossas carícias perfeitas.
Deixamo-nos ir até ao céu pelas confissões dos traços alegres em nossos rostos.
Beijamo-nos afinados ao horizonte perfumado de pôr-do-sol. A brisa molha os nossos nomes com arcadas eternas
onde cintilam as poesias dos poetas. A noite traz coreografias de amor onde se alinham na nossa sintonia os astros para entrelaçar-nos as mãos. Ao recebermos o nosso destino de amantes, aceitamos ser valiosos diamantes no nosso lado a lado todos os dias. Os dias a teu lado tornam o amor evidente, abrem em nós os limites da consciência
onde o nosso tempo é um conto de fadas. És a princesa dos castelos que invento no meu peito. És a rainha que amo a eito para lá do infinito. Por te amar, todos os lugares são jardins, todos os nossos beijos são paixão, todos os sentimentos são amor entre nós. Por existires, todas as horas são preciosas, todas as rosas são prosas alvas no teu olhar. És tu quem me acorda os sentidos, és tu a resposta de eu ser homem. O teu homem.

Foto de Cecília Santos

NOS BRAÇOS DOS ANJOS

NOS BRAÇOS DOS ANJOS
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NOS BRAÇOS DOS ANJOS

Adormece seus sonhos no colo dos anjos, envoltos em
plumas de algodão.
Deixe-se embalar pelos sonhos, sonhe que eles se realizam.
Sorria com o encanto da vida.
Adormece escutando as melodias, que são cânticos celestiais.
Anjos trajando arco-íris cirandam a seu redor.
Abra seus braços, flutue, tens asas invisíveis,verás!
Na ternura e na meiguice dos seus sonhos, com certeza
vais voar!
Faça castelos, seja rei ou princesa, seja sonhos, ou
fantasias, mas seja!
Adormece criança, embalada nas asas dos anjos e terás um
sono é tranqüilo e sereno.
Sua alegria não tem fim, sua candura está estampada em
seu rosto.
A felicidade é luz que rutila ao seu redor.
O mundo é feito de sonhos, à realizar.
Adormeça seu corpinho cansado, sonha que estás no céu...
Acende as estrelas pra melhor enxergar.
Toque com seu dedinho uma gota de luar.
Cubra seus sonhos com as nuvens do céu.
Cante com os anjos a mais linda melodia.
E ao acordar sentirás que teve um lindo sonho, cheio de encanto
e magia.
Acordarás entre os braços de um lindo anjo de amor!
******************

"Uma homenagem à todas as crianças, que assim como os anjos
trazem a pureza, a candura e a inocência no olhar.
Não magoe, não fira uma criança, será o mesmo que cortar as
asas de um anjo, impedindo-o de voar" (Cecília)

Cecília-SP/10/2009*

Foto de eduardohenriques

Ao meu PORTUGAL

Triste o destino de um País.
Que não tem filhos e perdeu os pais.
E que ao jugo de negros destinos.
Já não canta seus hinos.
Ao seguir os gritos de igualdade.
Que somente fecundaram deslealdade.
E um fosso abissal, entre a Nação e os políticos.
Que sem quaisquer preceitos éticos.
Criaram em Portugal abismal fosso de desigualdade.
Num viver sem política nacionalidade.
Maldito Politizar.
Sem a Nação ajuizar.
Nem o País respeitar.
Mundo controverso e politicamente manhoso.
Aberto ao inferno do tinhoso.
Num todo de maldade.
E política instabilidade.
Portugal! Caíste um danoso reviralho.
Numa revolução que não te dará agasalho.
Mas encher-te-á de fome e de desempregados.
Em triste mundo de retornados.
Peitos secos e esfomeados.
De tantos escamoteados.
Em traiçoeiro correr a político aproveitar.
Num inferno de governos sem nacional projecto.
Nem Pátrio afecto.
Portugal! Como te deixaste levar?
Por este gritante traiçoeiro enlevar.
Por esta gritante política maternidade.
A fecundar precariedade.
Malfadado político egoísmo.
A afundar Portugal em negro abismo.
Dias de morte em cantada falsa liberdade.
Politizados ao assassínio da Portugalidade..
Neste cruel cair na desonra e mentira.
É um ver quem mais do erário tira.
Num pandemónio de partidarismos.
Feitos de nulos patriotismos.
Que vão desonrando a Lusa bandeira.
E negando a Pátria fronteira.
Mas enriquecendo economicamente a política sociedade.
Que sem moralidade nem equidade.
Se auto financia nas leis que em seu favor vão instituindo.
E na forma como as populações vão espremendo e punindo.
De crise em crise, como se a culpa, fosse das populações.
E não das fraudulentas especulações.
Que as políticas vão autorizando
E até mesmo legalizando.
Na fornalha dos paraísos fiscais.
Criados ao proteccionismo da finança e seus chacais.
Portugal! Desonras o erigido.
Neste politizar fingido.
Matando assim duas vezes os heróis da Portuguesa Nação.
O Conquistador da fundação.
O verdadeiro Libertador.
O Real conquistador.
Que, com a sua espada e diplomacia inteligente.
Deu a Portugalidade à Lusa Gente.
Ao fazer de um condado, uma Nação independente.
Um País por todos reconhecido.
Que ao mundo, mostrou ser merecido.
Quando no saber do Infante o Navegador.
De Guimarães, dobrou o bojador.
E sempre com a Cruz de Cristo nas Alvas velas.
Seguiu mar fora em suas caravelas.
E não tarda! É o tenebroso vencido!
Entra Portugal no Indico! Até então desconhecido.
O cabo das tormentas foi dobrado!
Passa a ser o cabo da boa esperança.
Ao mundo Portuguesa herança!
Assim o mundo, dá novo brado!
Daí à Índia, é um pouco mais de vento.
E a continuidade do Luso alento.
Portugal! Quanta honraria.
Meu Deus! Virgem Maria.
Por todo o planeta a Pedra de Portugal ergue o seu Padrão.
Como Divino Clarão.
A anunciar à planetária comunhão e aproximação.
Na égide de uma nova planetária relação.
Portugal! Depois de tanto conseguido.
E por todo o planeta tanto valor erguido.
Como te deixaste cair nesta abrilada?
Nesta nefasta cilada.
Para passares de campeão.
A um miserável peão.
Ao jugo de uma Europa politicamente enfraquecida.
E sem projecto político que a dê enriquecida.
De uma Europa, a viver de postais ilustrados.
E dos ecos dos passados brados.
De uma Europa desmilitarizada.
E socialmente politicamente martirizada.
Devido a uma política socialmente desenraizada.
Das verdadeiras necessidades.
De quem vive as actuais instituídas dificuldades.
Mas em contra partida!
Porque as políticas lhes dão guarida.
Vêem-se os políticos com rápidas e milionárias reformas.
Instituídas e estabelecidas por políticas normas.
Meu Deus! Que vergonha! Nojento proteccionismo.
Desta política de infame sectarismo.
Que em político favoritismo.
Cria infernal desordem social e populacional descontentamento.
Entre as gentes, que descriminadas, vão gritando o seu lamento.
Europa! Teus castelos vão ruir.
Pois já não sabes construir.
Vives na grandeza.
E na extrema pobreza.
Numa Europa a duas velocidades.
Ao sabor das partidárias políticas veleidades.
Que cegas não vêem as Europeias realidades.
Em fim, numa Europa sem política nem justiça.
A instituir-se de forma bizarra e castiça.
Enquanto vai instituindo catastrófico.
E não menos maléfico.
Fosso social entre as populações.
E até mesmo entre as Nações.
Portugal! Toma mão no teu seguir.
Mas olha! Com esta gente, não vais conseguir.
Olha para o que tinhas! E vê o que tens!
E será? Que o pouco que te resta manténs?
Ou serás? Com mais impostos sacrificado?
E ao jugo desta ruinosa política crucificado.
Para que os políticos, sem qualquer valimento.
Mantenham o seu político sustento.
Enquanto tu, trabalhador! Vives sempre em social agravo.
A trabalhar que nem um escravo.
Miserável serventia.
Sem sopro de valentia.
Político mundo de falaciosos prometimentos.
Sem concretos valimentos.
A boiar num parlamento de ditos controversos.
Que pelas bancadas vão saltando dispersos.
Entre políticos que no parlamento, nunca deram uma palavra.
Que autentica-se a sua política lavra.
Mas neste mundo viciado.
Eles batem palmas e gritam apoiado.
Como obedientes neófitos ao partido filiados.
Mas em dois mandatos de aplausos políticos.
Porque para estes afilhados, os políticos não são semíticos.
Conseguem a reforma por inteiro.
Em autentico saque ao público mealheiro.
Abril aonde enterraste a liberdade?
Uma liberdade de direito sem marginalidade.
Aonde deixaste a igualdade?
De social dignidade.
Diz-me? Aonde ficou a solidariedade?
O respeito por quem trabalha.
E infelizmente, nesta nova política nada amealha.
Tudo vai para a crise e seus mentores
Para estes políticos, sem quaisquer nacionais valores.
Neste País incendiado.
E politicamente extraviado.
Com uma justiça incoerente e manhosa.
E uma saúde tardia e vergonhosa.
Num ensino sem educação.
Mas com muita bélica armação.
Tristeza progresso.
Facultai-me a porta do regresso.
Ao passado que foi mais justo.
Sem tanto político fausto.
Portugal! O teu Império saquearam!
Com traiçoeiras armas que armaram
Mas o Luso falar! Esse não anularam!
Porque as armas eram viciadas.
E criminosamente municiadas.
Por quem não lutava para o bem das populações.
Mas sim! Para obter os bens das suas possessões.
Portugal! Sempre foste um País de serviços.
Hoje, infelizmente, restas um país de políticos vícios.
Com a politicagem a viver e a comer imperialmente
Anafada e contente.
Como se tivesse-mos um império milionário.
O todo planetário.
Mas o trabalhador! Esse coitado, verga-se desgraçado.
Ao imposto do político império forçado.
Vegeta pelo político kafequiano império escravizado.
E na justiça do político império, deambula martirizado.
Portugal! Não te deixes amesquinhar!
O Luso Padrão! Ainda é pedra a brilhar!
E o Luso falar! Ainda é planetário cantar!
Por todo o planetário altar.
Portugal! Os Americanos tiveram coragem!
E fizeram a sua lunar viagem.
Também passaram os seus tormentos!
Sentados em sofisticados instrumentos.
Mas tu, Portugal! Foste ao mundo!
Pelo mar profundo.
Em tosca caravela.
Com a Cruz de Cristo na tua Lusa alva vela.
E com um Portugal valente
Ao abraço de mais planetária gente!
Eduardo Dinis Henriques

Foto de Carmen Lúcia

Sem explicação...

Vejo-te nas densas brumas do oceano
em cada onda a se quebrar
no branco de sua espuma
no céu a refletir no mar
na brisa que sopra ao meu ouvido
palavras que vinhas me dizer
promessas que vinhas me fazer
carinhos que me faziam crer
que o mundo se resumia
somente em nosso querer...

Hoje caminho sozinha...
do mar, o céu anoiteceu
o branco tosco escureceu a espuma
as ondas bailam devagar
o pranto nubla meus olhos
algo em mim morreu...

Desmorono castelos
de dentro de mim
pisoteio sonhos
que tiveram fim
espezinho as palavras sutis
as promessas vis
cenário ilusório do amor
que não pôde ser...

E sigo nua de emoção
sem nada explicar ao coração...

Carmen Lúcia

Foto de Carmen Lúcia

Retrato falado

Ainda procuro você
que nas voltas do mundo perdi
construindo castelos de sonhos
sem querer o maior destruí.
Seu nome...Amor
Seu rosto...Guardei
Seu corpo...Me aninha
Sua alma...A minha
Sua voz...Sempre ouço
Suas mãos...Me definem
Seus olhos...Minha luz
Seu calor...Me aquece
Sua ausência...Me deprime.

Mesmo sendo abstrato
esse retrato falado
quem sabe de sentimentos
há de aliviar-me o sofrimento.

Carmen Lúcia

Foto de CarmenCecilia

ACORDAR

ACORDAR

Escuta
O lamento do vento
Sibilante
Numa procura
Sem fim
Tiritam
Anseios
Doces devaneios
Onde os elos
Fizeram castelos
E agora
O tempo
Senhor das horas
Leva tudo embora
O sol e a lua...
Sempre testemunhas
Iluminaram o dia
Pratearam a noite
Mas não mais lembram
A branca areia
Somente
A maré cheia
Em que o cristal
Partiu-se...

Carmen Cecília
18/05/2010

Foto de Ivanifs

Devaneio nº 02

Claros olhos de violeta em contos de lua vaga,
perseguidos por vultos e camas, caindo num chão de estrelas.
Corações rasgados de tanta ansiedade e palavras saindo do fundo do peito como se houvesse verdade.Amor em demasia, como um copo de vinho francês lotado de bocas para bebê-lo.
Em meio a esse transtorno , os castelos de meu país em chamas, moçoilas perdendo virgindade de trás dos muros, enquanto seus pais morem de susto. Qual será a verdade? Ninguém pode saber... a menos que abram as cabeças com serrotes e olhem bem lá dentro até achar o que querem....

1983

Foto de Marsoalex

NÃO SOU POETA

Não sou poeta,
Sou arquiteta de sonhos
Construo castelos no ar.
Não sou poeta,
Sou projetista de ilusões
Projeto fantasias.
Não sou poeta,
Sou matemática
E sei que, o amor,
Mesmo quando se fraciona,
Navega na exatidão
Das emoções...
Não sou poeta,
Sou física por que
Compreendo que o amor
É uma partícula não medida
Infinita, ocupa um único lugar
E realiza-se universalmente.

Uso a argamassa
Do Pensamento líquido
Fabrico tijolos de letras
Que se solidificam
Feito cimento de puro
Sentimento.
Com eles, construo
Edifícios de palavras,
E, com elas,
Falo de sonhos,
Faço poemas.
Falo de vida,
Faço poesias.
Invento frases
Engendro rimas
Conjugo verbos...

Não sou poeta,
Sou meio louca! Sou inquieta!
Tenho a alma alada.
Nos meus devaneios
Pelo mundo subjetivo,
Sou livre! Vôo... Vôo...
Na amálgama do sentir, do agir,
Do pensar, do ser completa
Por isto, dizem que sou poeta.

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