Atmosfera

Foto de Dirceu Marcelino

A FLOR NACIONAL - FLOR DO IPÊ - Anúncio da primavera

A FLOR NACIONAL
FLOR DE IPÊ

As calçadas revestidas de flores
Dos Ipês anunciam a primavera
Com tapetes macios e multicores
Caídas das árvores ora amarelas,

Outras horas roxas e aos arredores,
Vemos as rosas lançar à atmosfera
Pétalas como as brancas sem odores,
Mas que pintam uma bela aquarela

Com o verde das matas e as cores
Do límpido céu azul da esfera
Global que envolve com seus vapores

O ar e as águas dos rios que nesta era
Poluída servem como betabloqueadores
Que filtram, limpam como se espera...

O céu e as águas do Brasil.

Foto de jessebarbosadeoliveira27

A LIRA DA HIPOTERMIA

A atmosfera fria
Prepondera
No corrente dia,

No entanto,
Os pensamentos
Não aderem
Ao império do mármore:

A bem da verdade,
São vulcânicos desertos
Do Saara e do Mojave!

A atmosfera fria
Prepondera
No corrente dia:

Penso nos entes
De antártico
Coração transformando
Mares majestosos
De candura e crisálida
Em infinitas úlceras multiplicadas
Cuja missão é criar bactérias
Quais sepulcralizam a alma.

A atmosfera fria
Prepondera
No corrente dia:

Não obstante
A brisa malina,
Os condôminos de rua
Deitam ---
Prematuramente ---
Na sepultura
Ao se tornarem
Almoço ou janta
Da nossa venerável
Sociedade fraternal,
Nobre, magnânima, humana!

A atmosfera fria
Prepondera
No corrente dia:

A tristeza gélida
Empedra a lareira
Dos solares sentimentos,
Matando os sonhos
E seus rebentos.

A atmosfera fria
Prepondera
No corrente dia:

Nada perto ou equidistante...
Nada ao longe...
Nada aquém...
Nada além
De hipotérmicos,
Decrépitos
E esqueléticos
Horizontes!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

Foto de Rose Felliciano

FELICIDADE EU INVENTO

.
.
.
.
..
FELICIDADE EU INVENTO

"Não precisa de nome
Este estado gostoso
E a atmosfera perfeita
Em que me envolvo

Quero realmente isto:
O sorriso de improviso
E o compromisso único
Que comigo tenho

Ter simplesmente o intuito
De mostrar ao mundo
Que vale a pena cada momento

E mesmo que tudo diga o contrário
Aposto no imaginário...
-Minha felicidade eu invento!" (Rose Felliciano)

.

*Mantenha a autoria do Poema*

.
http://www.rosefelliciano.com/visualizar.php?idt=2382021

Foto de Arnault L. D.

Crescente

Sob a Lua pálida
sua pele alva se ilumina.
Suave, nívea e cálida,
linda visão que fascina.

Sob a Lua pálida
Sinto-me tentado.
No peito uma crisalida,
desejo, a despertar alado.

Nesta luz de prata
sua boca contrasta em cor,
Rubi que o luar refrata,
vermelho fruta, doce sabor.

Nestes olhos enluarados
fragmentos de estrelas e astros
soltam lampejos, tresloucados,
a pedir para soltar os lastros.

Uma atmosfera intima
em que todo distante é igual.
Você me aproxima...
e distancia-nos do banal .

Sob esta Lua eu a quero
e nos enluarar de prazer.
Nestas frutas e astros gero
um céu inteiro se puder.

Foto de Tuela Lima

OLHAR LUZENTE

Mergulho nesse olhar luzente
Com carinho navego em teu mundo
Vejo um caminho de luz ardente
Sou tomada num sentimento profundo

Que avassala o meu coração
Na manhã escuto tua melodia
Sol que atravessa o pavilhão
Noite que guarda segredo na coxia

Atmosfera vibrante perfume reinante
Numa loucura te faço feliz em um segundo
Entre a lua e as estrelas sou amante
Afogo-me no teu orbe fecundo

Neste silêncio que na alma flutua
No orvalho com a tua fragrância, uma saudade
O amor ancorado no peito continua
Sonho viver esse sentimento até a eternidade

Foto de jessebarbosadeoliveira27

LIRA PARA ALVORECER A ALVORADA

Escuto o silêncio
Dizer á madrugada
Que se prolongue nos invernos:

Ah,
Enquanto esta ordem-conselho
Se processa na mente do tempo,

Cavalga por todo o meu cérebro
O viscoso e insólito pensamento
De que seja o basáltico céu empalidecido
A perfeita comunhão entre a elação da beleza
E os sortilégios dum mar capcioso e sombrio.

Escuto o silêncio
Dizer á madrugada
Que se prolongue nos invernos:

Esta miscível atmosfera eclética
De anestesia, Prosa, Poesia,
Onirismo, miasmas, niilismo, corvo, frescura,
Espreita, peçonha, perfídia e coruja

Casamata um reino de desovas, volúpias,
Espermas, esperas, espirais de psicodelia,
Enseada para fugas ou a Política daninha,
Teatro, Baco, vinhas, sangue a cada esquina;
Heróis, concertos de Rock e Operas que reverenciam
A Jazzística Cinética Ventania!

Escuto o silêncio
Dizer á madrugada
Que se prolongue nos invernos:

Capturo as essências da urina,
Da friagem, do orvalho, da orquídea em remanso,
Da groselha e da azaleia de ébano,
Aspergindo-as na página em branco
Do meu corpulento caderno
De Vermelhos Versos Saltimbancos!

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
• http://twitter.com/jessebarbosa27

http://bocamenordapoesia.webnode.com.pt/

Foto de DENISE SEVERGNINI

AMOR NA MADRUGADA

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Nas sombras da madrugada aveludada,
A lua ilumina firmamento dos namorados!
Esparge-se na atmosfera calma, perfumada
A profundeza de bel-prazeres apaixonados!

Canta ela, maviosa voz, sons emocionados,
Composição do amor na sedutora alvorada.
Nas sombras da madrugada aveludada,
A lua ilumina firmamento dos namorados!

Penumbra encobre, de dois seres, paixão alada
Nas asas do vento, depois da posse, saturados
Repousa, abraçados, na saciedade desejada.
Vôos fremidos,anseios acesos e recomeçados,
Nas sombras da madrugada aveludada...

Foto de DENISE SEVERGNINI

DANÇA DOS CORPOS ARDENTES

DANÇA DOS CORPOS ARDENTES

Dois pra cá, dois pra lá
Num bolero magistral
Corpo a corpo deslizando
Num acorde musical
Os braços se abrem bailantes
Tornando-se aconchegantes
As pernas se enroscam feito notas
A deslizarem na pauta,confundem-se
Fundem-se em melodias harmônicas
Os corpos movimentam-se despacito
Como os primeiros passos da bailarina
Vão aumentando o ritmo, acompanhando a valsa
A música abrange o quarto-salão
A atmosfera exala paixão
A intensidade aumenta, a urgência se faz
A cadência muda, um tango traz
São sinos e canhões a espocar
O céu se enche de luz
Assim como a 1812* traduz
O compasso finda, abranda
A dança se acalma, uma berceuse para ninar
O amor ardente dançou
Na sinfonia que cada corpo executou

Denise Severgnini
http://denisesevergnini.multiply.com

*1812 é referência à uma obra de Tchaikowski, onde em seu final há uma explosão de sinos e canhões.

Foto de DENISE SEVERGNINI

ELEGIA AO VERDADEIRO AMOR -

Restou apenas a imagem dela

diante dos olhos dele...

Não são as algemas de frio metal

que mais doem em seu corpo,

são apenas os grilhões da saudade...

da distância de sua amada,

que corroem seu ser,

dilacerando-lhe a alma.

Restou apenas as lembranças

de um tempo vivido,

que a fatalidade do destino

separou, momentaneamente,

a vida e o amor que os unia.

Restou apenas a imagem dele

diante dos olhos dela...

Não são apenas as dolorosas recordações

de fatos passados

que preenchem o vazio de suas noites,

mas sim, as lembranças de seu amado

e as mensagens de amor e esperança

que fluem pela atmosfera, que

ignorando grossas paredes,

grades de ferro,

penetram em sua cela,

embriagando seu coração, mansamente...

aplacando as suas dores,

dando-lhe alento e coragem.

O que passou,

ficou perdido nas largas mangas do tempo,

mas certamente, ficarão cicatrizes

como lembrança viva de erros do passado.

O amor é um sentimento eterno,

que transcende ao tempo...

Paira no universo.

Ele e ela, suas almas gêmeas,

unidas estão,

mesmo que fisicamente separadas.

Dias, meses...anos passarão...

Incorreções, culpas serão pagas,

dívidas saldadas,

e novamente unidos

ele e ela viverão

a plenitude de seu amor.

Foto de jessebarbosadeoliveira27

O MIRANTE DO DESABROCHAR PRECOCE

Ao descerrar a janela do meu quarto,
Contemplo a paisagem do quintal de casa:
Compleição bucólica em que predomina
Uma atmosfera que cintila ao sol da manhã de crisálida.

Aqui, parece que a alvorada
Se despede mais cedo:
Entrega-se ao arrebate do fogo heliocêntrico
Quando o dia jaz ainda sob o aconchego do leito.

Passados alguns momentos de deslumbramento,
Acomodo um pouco meu olhar
Sobre a ventura da ótica
Que repousa na cama da urbana roça:

Meu par de olhos goza o contemplar
Das bananeiras, abacates, graviolas;
Mangas, mamões, limas, limões, laranjas, cenouras, abóboras;
Mandiocas, cocos, inhames, batatas-doces, acerolas!

No entanto, é o céu que me enleva e arrebata:
O albino azul que me afoga;
As nuvens pairando plácidas;
No ventre, posso vislumbrar a linha do horizonte e ás abóbadas agigantadas.

Afinal, ao regressar da dimensão do divagar,
Sinto-me como tivesse levitado
A bordo da nave do profundo pensar:
Agora, a poesia, em mim, eclode, recrudesce, é contínuo jorro de avatar!

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

http://www.myspace.com/nirvanapoetico
• http://twitter.com/jessebarbosa27

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