Armas

Foto de Adeilton Marcelos

Angel

A cada vôo, a cada batida de minhas asas...uma pena cai...estou ficando fraco...perdendo meu poder...estou voltando a ser mais um simples mortal...voltando a ser como outros do cotidiano! Vou recolher-me...ficar quietinho..fortalecer-me no encanto da minha magnitude e força vital! Vou aparecer com minha áurea coberta de luz e com minha asas na penumbra de um abismo...para que todos os meus inimigos e falsos anfitriões possam tentar enxergar-me no meio de tanta luz e ficarem cegos com o clarão que os ofuscará para todo o sempre! Estarei sempre a todo o momento te protegendo com minhas táticas e armas...estarei ao seu lado...de dentro e de fora...para que nenhum mal desça sobre a sua carne...estarei com minha foice amolada para que todos que tentarem de alguma forma te atingir sintam seu sangue escorrendo por entre meus dedos sem misericórida...

Te amo...

Foto de Fernando Poeta

Palavras

O que são as palavras?
Como defini-las
Apenas forma de expressão,
Meio de comunicação?
Armas?

As palavras podem ser alicerces,
Podem ser persuasivas,
Podem ser calmantes,
Podem ser incentivadoras...

Podem ser tudo o que necessitamos,
Em momentos que tudo está errado,
Podem ser nossa sorte ou nossa ruína,
Palavras bem empregadas abrem portas...

Podemos falar o que pensamos,
Porém esta é a nossa imperfeição,
Quem fala o que pensa,
Condena o próprio coração.

As palavras são tudo isso,
Podem ser muito mais,
Elas multiplicam-se infinitamente,
De acordo com o que pensamos ou sentimos...

Muitas vezes poderemos,
Utilizar muitas palavras,
Para poder-mos então,
Expressar sentimentos singelos e simples,
Como faço agora...

O que pensei em te dizer,
Com todas estas palavras,
Foi o quanto me importo com você...

Foto de Senhora Morrison

Aonde quer que eu vá...

Aonde quer que eu vá...

Espectro a me vigiar
Sombra a me seguir
Onde quer que eu vá

Não consigo sequer
Desvencilhar o meu
O seu mundo, fantasia.

Tudo em seu controle
O vazio, o fracasso.
De apenas ser

A luta cessou
Entreguei minhas armas
Incessantemente cansada

Amar não quero
Isso nunca foi pra mim
Não posso respirar

Esta é a última vez
Que escrevo a ti
Numa tentativa, talvez.

De tudo mudar
Mas as escolhas
Não me pertencem

Presencio a glória
Em outras mãos
O encantamento é todo dela

A mim, nada sobrou.
Nada além dessa penumbra
A colorir minha vida

Você se foi
E eu fiquei não por opção.
Não por verdadeiramente querer

Por não ter forças
Por me fazer acreditar
Que não sou merecedora

De nada

Senhora Morrison
01/11/2006

Foto de Tancredo A. P. Filho

SEM RESISTÊNCIA

Essa ternura que é toda tua,
Essa tua paixão, o teu devaneio,
Esse teu olhar malicioso,
Esse olhar de mulher-menina.
Que se junta com tua vontade,
De fazer amor como verdadeira mulher,
Ardente, sedenta de desejos...
Então, olhando o teu remeleixo,
Que somado à tua elegância,
Faz-me sentir um prazer inevitável...

Com o balançar dos teus quadris,
Fico excitado e começo a sonhar
Com teu erotismo... e a tua inocência,
Que está contida no teu cinismo...
São as armas que tu empregas,
Na grande luta que travamos,
Durante à noite,
Em cima da nossa cama.

Debaixo dos lençóis...
Aí, é quando me desarmas,
Pois, a tua possível carência,
Ganha essa luta sem encontrar,
Nenhuma resistência...
Entretanto, ouvem-se gemidos, gritos,
Sussurros e palavras de amor...

::::::TAPF:::::::

tancredoadvogadopf@yahoo.com.br

Foto de betoquintas

Sarcanomia - Introducão

Ritos do prazer

A celebração dos deuses

De todas as partes da eternidade
Vem todos os deuses e deusas
Até os Elísios fazer Assembléia,
Cada qual seguido pelos devotos
E caravanas de criaturas.
Começa a grande congregação
Entre deuses, criaturas e homens.

Os deuses oferecem como exemplo
O espetáculo do ecumenismo carnal.
Enfim se pode Amar,
Conhecer e manifestar
Tal maior e máxima lei.

Todos os corpos,
Dançando, se encontram.

O Cordeiro afaga o Leão,
Acabou a fúria da homofobia.
As ovelhas virgens
Se oferecem, despudoradas,
Ao velho lobo sombrio,
Acabou a hipocrisia da pedofilia.
As pombas pulam entre os ninhos,
Experimentando muitas uniões,
Acabou a falsidade do adultério.

O Exú Trovador
Pode aplicar sua pena
A contar os atributos de Fátima,
Cuja carne não conhecia
Tão prodigioso pincel.

Pela força do Amor,
Pelo poder da Paixão,
Baixam-se os estandartes,
Depõe-se as armas.
Dissolvem-se os exércitos
Entre anjos e demônios,
Acabaram as diferenças e rivalidades,
Trocam a insípida questão religiosa,
Por uma bela competição lúgrube.

Cessam as predicas fanáticas
Dos sacerdotes farabundos
Com um bom boquete.

Este pobre mendicante das letras
Vitorioso, assiste sentado a cena
No colo daquela deusa,
A quem roubou a sabedoria,
Donde registra aos sucessores
Todos os louvores do êxtase.

Sob o perdão destes herdeiros
Pela letra tremula
E falta de esmero,
Posto a dificuldade
Em por a termo o que é interminável,
Em descrever o que é indescritível,
Ainda tendo as mãos ocupadas.

Foto de Antônio Antunes Almeida

O sonho

Sonhei, um dia com um homem,
Daquelas bandas que eu não sei contar!
Era um homem magro, de semblante triste,
Que chama o filho pra conversar.

Pediu que o menino se assentasse,
Bem pertinho pra escutar,
A história mais triste e cruel
Quem alguém possa imaginar.

Começou a conversar com o filho
E se pôs a tremular,
Pediu paciência ao garoto,
Pois era difícil até começar:

“Eu compreendo a sua revolta.
E sinto, também, que há muito tempo o perdi.
De nada, hoje, adiantará minha volta,
Pois o abandonei, quando mais precisava de mim.”

E o garoto amofinado,
Nem sabia o que falar!
Olhava firme no rosto,
Daquele que, há muito, deixou o lar.

E o pai, cabisbaixo e doente,
Sentindo dificuldade até pra falar,
Conta ao menino toda sua vivência e o que sente,
Vendo a vida a se exaurir e a morte a chegar.

“Eu era jovem, ainda,
Moço forte e sadio.
Procurei, então, batalhar,
Para ser alguém um dia."

Procurei vários empregos,
De mascate a cozinheiro.
Para mim nada servia:
Eu queria mesmo era ser fuzileiro.

Então, me engajei no exército,
Com toda convicção.
Queria ter no peito divisas,
Também muita condecoração.

Mas, com o passar do tempo,
As coisas vieram a se modificar.
Comecei a mandar nos outros;
Passei, então, a comandar.

Pra mostrar superioridade,
Comecei a espezinhar.
Ordenei, aos amigos de antes,
Que fossem os cavalos limpar.

Deixei a bondade um dia,
Para transformar-me em cruel.
Abandonei a Bíblia, o Rosário e a Cruz:
Eu era, então, um coronel.

Comecei a ver meu nome
Nos jornais, em todo lugar.
Senti ser mais do que rei,
Mandava nas armas, do ar, da terra e do mar.

Ordenei, assim, que se fizessem,
Genocídios, prisões e massacres.
Mandei prender jornalistas,
Gente pobre, advogados, freiras e padres.

Recordo, também, no momento,
Que mandei construir aviões.
Gastei uma fortuna, que não entendo,
Somente pra carregar munições.

Mandei fabricar navios de guerra,
Foguetes, torpedos, bombas e canhões;
Tive submarinos e tanques blindados em terra.
Eu era o homem que mandava nas nações!

Construíram, a meu pedido colúmbias,
Bomba “H”, de Neutrons, que maravilha!
Em “TNT”, a maior reserva do mundo,
Testes nucleares, em quase todas as ilhas.

Assinei convênio para fabricar reatores,
Experimentei a chuva amarela, nos viventes da serra.
Gastamos bilhões, em canhões de laser,
Enganei esse povo honesto, em nome da paz na Terra...

Lembro do desfilar de tanques e armamentos,
Esquadrilha da fumaça em todas as comemorações.
Pra que você tenha idéia, meu filho,
Esse dinheiro gasto, acabaria com a fome das nações!

Recordo dos relatórios que rubriquei,
Negando provimento para hospitais.
Hoje vejo, o monstro em que me transformei:
A dor e a fome são seqüelas,do que hoje não posso fazer mais.

Matar em nome da lei é fácil...
Somente sinto ter sido um assassino legalizado.
Com todas as prerrogativas que tive,
Matei, torturei, roubei e não fui incriminado...

E, hoje, aqui sentado,
Nada mais posso fazer.
Penso no ouro do cofre,
Que me deu tanto prazer.

Vejo, ainda, no canto do armário,
A velha bota encerada,
E penso, nas crianças que massacrei,
E nos órfãos das guerrilhas, que eu comandava...

E, agora, meu filho querido,
Só tenho a fazer-lhe um pedido:
Que perdoe com o coração,
Este seu velho inimigo.”

“Eu queria, nesta hora papai,
Abraçá-lo e amenizar suas dores,
Mas você me abandonou no berço, e viveu pra matar.
Então,o devolvo entre lágrimas,às suas metralhadoras.”

“Mas, de qualquer forma, lhe peço,
Antes deste câncer me eliminar,
Olhe bem pra estas divisas,
Que eu trouxe pra lhe mostrar.

Cada uma significa tristeza.
Quando penso, até começo a chorar...
Quantos homens inocentes morreram,
Pra que eu as conseguisse ganhar.

Por isso, mais uma vez,
Peço, de todo o coração:
Não seja como eu fui na vida.
Ame mais a seus irmãos.

Este Rosário e esta Cruz,
Que eu guardei, pra não lembrar,
Tem a imagem do único Homem, com poder realmente,
Mas que, preferiu morrer que usar.

E pra finalizar esta história,
Antes deste meu adeus,
Saiba meu filho, que esta lágrima que rola,
É o arrependimento de não ter amado a Deus...”

Direitos reservados e registrados

Foto de InSaNnA

A batalha

Quando entras cego a um sentimento
Mata nele a tua fome,faz dele teu alimento
Se faz detento,nao sabe se entregar..
Ai,descobre teu defeito.. O de nao saber amar!

E a dor bate a porta de seu coracao
e ela te avisa,que veio para ficar
e a tua alma,desesperada
procura as suas armas para lutar

Nos suspiros,doentes de magoas
que reflete na alma,que mal se sente
Pelo tiunfar de uma dor presente
os olhos,que se transformam em aguas

Vozes internas,travam batalhas em vao
o coracao nada sente,esta dormente..
Invadem os espacos saos
de um coracao tao ferido, que assim nao mente

e construido em sonhos teus castelos
a dor vem e rouba,sorrateiramente.Ela te sorrir!
lembrancas e juras,de sentimentos ,tao belos
e la se vao os castelos,um a um ,a ruir

Coracao e alma,nao conseguem,mais lutar
Jogam a toalha,se entregam
ja sabem,perderam a batalha!
Juntam-se ao seu dono,precisam descansar..

E agora como um bom perdedor
Recolha os seus pedacos,veja o que restou!
coloque neles,toda a tua esperanca,
E se prepare para a chegada de um novo amor!

obs..Me desculpem a falta de acentos,mas o meu teclado esta sem rim..logo darei um jeito

Foto de Fernanda Daniela

Dentro de Mim...

Dentro de Mim
Moram dois seres
Que se completam e se equilibram
Duas polaridades, duas almas...

Dentro de Mim vivem duas criaturas
Diferentes como a noite e o dia
Cada qual poderosa a sua maneira
Cada qual lutando com suas armas...

Dentro de Mim em algum lugar
Uma guerra é travada a cada dia
A cada hora, Uma sobressai a outra
E quem sai ganhando sou Eu...

Não são nem boas nem Más
Essas duas partes...
São um resumo do Universo e da força Criadora
Sou eu mesma me revelando...

Uma tem a garra de uma Leoa,
A outra a delicadeza de um cristal
Ambas existem em Mim,
Mas somente agora as Duas realmente Convivem!!!!

Dentro de Mim
Habitam uma fada e uma guerreira
Que me mostram que a vida é única...
Que me mostram que viver é lutar...

Duas polaridades perfeitas
Que me dizem que minhas ações não são erros
Que me sussuram poemas ao ouvido...
Que erguem minha espada e escudo na batalha....

Foto de Isaias Merli J

Sera Reversível?

Se ainda me corre o suor visceral.
È por que minha mente tardia em apaga-la.
Coisas que vi e senti, que de mim não saem.
Quero expulsa-la, a jogo fora pelas palavras...
Pelos gestos...
Pelas lembranças ruins.
Mas ela sempre volta em meus sonhos.
Ela teima em fazer moradia em mim.
Eu sei, lá onde ela mora tem uma casa.
Que sempre estará lá, mesmo eu tentando destruí-la incansavelmente.
Ela sempre volta e faz moradia em mim.
Esta é verdadeiramente a maior guerra a ser combatida por mim.
Guerra contra meu pior inimigo, eu mesmo.
Guerra que ao invés de sangue, gera lagrimas.
Que ao invés de mortes, gera lembranças.
Que ao invés de armas, se usa o amor.
Guerra que acaba comigo dia após dia...
Mas que também me da esperanças de que você volte...
E faça que estas lagrimas que derrubo agora, sejam de felicidade.

Foto de ROSA GUERRERA

SE EU FOSSE ...

SE EU FOSSE ..
Se eu fosse uma estrela iluminaria todos os semblantes tristes! Se eu fosse o trigo espalharia pães sobre todas as mesas.
Se eu fosse uma árvore
abrigaria todos os corações que sofrem...
Se eu fosse um pássaro
cantaria canções para todos os solitários.
Se eu fosse a brisa
acariciaria todas as crianças do mundo.
Se eu fosse um rio
regaria todas as terras áridas.!
Se eu fosse uma estrada
arrancaria todos os pedregulhos do caminho.
Se eu fosse a justiça
seria mais justa para com os injustos.
Se eu fosse um raio
cairia sobre todas as armas nucleares.
Se eu fosse cor eu seria branca,
e envolveria na paz
todos os homens,
todas as raças,
e todos os credos.

E se eu fosse você
não zombaria desse meu sonho...
mas começaria hoje mesmo
o início da sua realização!

Quem sabe juntos
não seriamos pioneiros
na construção desse novo mundo...

(Rosa GUERRERA

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