Ânsia

Foto de Carmen Vervloet

Para Onde Vão as Águas...

Sei que é certo que o rio corre pro mar
Porém da vida não posso precisar o rumo
No seu dinamismo muda sempre de lugar
Mesmo que eu queira beber do seu sumo.

Entro por estranhas vias e loucos labirintos
Na ânsia de corrigir seu dúbio percurso
Mesmo que a persiga usando meu instinto
Vida não é rio que segue um só curso.

Meu coração plantado no jardim da busca
Faz brotar a cada dia a semente da esperança
Porque a vida tal qual imprudente criança
Destrói certezas numa arrancada brusca.

Não sei pra onde vão suas águas agitadas
Isso depende do talento do timoneiro
Que para ter sua nau na felicidade ancorada
Faz do arrojo seu supremo e eterno companheiro.

Carmen Vervloet

Foto de Metrílica

Silêncio

... o que fazer com essa ânsia que me aperta o peito, que me consome a alma?...
a cada batida de meu coração explode em mim a vontade de te ver, de sentir te, que fazer?,
...que posso fazer, se tamanho sentimento por vezes me cala, me faz muda, me faz de pedra,
hoje, meus sentimentos que sempre estiveram à flor da pele, meus desejos que saíam pelos poros,
estão guardados, estão á sete chaves....
por quê? porque me emudeci?
... parece que vou explodir, meu peito não agüentará, minha alma sucumbir-se-á em chamas!
não posso, não posso conter-me assim!
preciso dizer-te...
dizer que te amo, te amo como jamais amei alguém nesta minha vida,... dizer que te necessito como jamais imaginei, ... dizer que não poderei seguir meu caminho sem você para guiar meus passos,
... por isso, por isso estou tão calada, emudecida, tão reservada...
a realidade me bate à porta!
não quero recebê-la! quero que vá embora...
que se vá triste realidade presente!
não és bem vinda em minha mente, não és bem vinda no meu coração!
vá, não te quero... deixe-me viver o sonho...
deixe-me viver tão belo momento...
não quero ser uma alma muda, que não consegue expressar seus sentimentos...
quero ser alma livre...
livre para amar e receber amor, livre para encantar e ser encantada, livre para me doar a quem sei que me ama...
isso que quero para mim, para sempre....
portanto afaste de mim tuas algemas...não quero ser mais uma alma acorrentada!

(reflexões_by Metrílica)

Foto de Lucíola

Reencontro

Era uma linda manhã de verão. O sol iluminava a paisagem, enquanto Celina caminhava lentamente pelas ruas da cidade em busca do seu destino.
A vida lhe reservara sempre grandes surpresas, pois Celina acostumara-se a esperar o oposto do que queria. Isto facilitava nas decepções e propiciava alegrias inesperadas. Resolveu então pensar que aquele era um dia comum, com pessoas comuns ao seu redor e que seus passos comumente lentos a levariam tão somente na direção do mar.
Chegou, finalmente. Seu destino estava ali traçado naquele calçadão. Em seu peito, a ânsia da incerteza atravessada no coração feito faca afiada que corta a carne ainda viva. Não podia mais recuar. Não tinha forças. Restava apenas esperar até que tudo terminasse. Queria apenas encontrar uma última chance de poder falar o que realmente sentia.
Pensou então em buscar as palavras que usaria para dizer tudo o que desejava tanto. Mas as palavras sumiram instantaneamente de sua cabeça. Como num passe de mágica, tudo ficou branco, por um momento, tudo parou.
Celina, então, simplesmente ouviu:
- Oi, bom dia!
Foi difícil acreditar naquela voz ao seu ouvido. Desejou por um momento o fracasso de uma longa espera sem esperança. Seria então esta uma grande surpresa, ou uma decepção? Não sabia explicar.
Seu coração bateu tão forte que teve medo que todos pudessem ouvir. Não conseguia se mover. Não sabia como. Como conseguiu chegar então até ali? Precisava criar coragem. E após uma longa pausa, enfim, respondeu:
- Bom dia.
Seus olhos de repente alcançaram a plenitude nos olhos dele. Naquele momento, as palavras já não eram mais necessárias. Tudo estava tão profundamente explicado que o mundo parou um instante para ver aquelas almas se tocarem silenciosamente, imaterialmente, irracionalmente, num momento pleno de amor.
- Pensei que você não viesse. - Disse ela com a voz trêmula, rompendo o grande silêncio e trazendo o mundo ao seu devido lugar.
- Eu disse que vinha. – Respondeu ele com certa impaciência.
Era estranho imaginar que aquele ser tão próximo, tão conhecido seu, de certa forma, em algum momento, denunciava-se tão estranho. Mas se o peso dos anos tinha a força de mudar tudo de lugar, como então poderia explicar aquela sensação de estar revivendo um passado tão distante? A circunstância permitia mesmo sensações ambíguas. O momento era tenso. O sentimento, intenso. O tempo seguramente não pudera remover ou mudar o amor contidamente existente nas almas daquelas duas pessoas.
Como nos tempos idos, os olhos dos dois falavam mais do que as palavras. Não se importaram sequer em identificar as marcas do tempo em seus rostos. Parecia que nada havia mudado - nada. Até mesmo as dúvidas e receios eram os mesmos de antes. Apenas a ansiedade dera lugar à serenidade daqueles que verdadeiramente se amam para além dos tempos e da própria existência terrestre.
- Eu não acredito que estamos aqui, agora. – Disse Celina, com um largo sorriso no rosto e um brilho nos olhos inconfundível.
- Por quê? – Perguntou ele, mesmo sentindo no peito a mesma emoção de quem racionalmente não consegue mensurar a plenitude de um momento tão raro, onde o sentimento é quem comanda cada palavra, cada gesto, cada pensamento.
- Porque imaginei que a nossa história havia terminado, mesmo que ainda inacabada, assim como uma criança que morre em tenra idade, de qualquer mal súbito, ou por qualquer fatalidade. Então, dessa criança, restam apenas as doces recordações e a lembrança do seu sofrimento, de sua dor e de seu triste fim.
Em seu coração, Celina temia ouvir duas palavras: sinto muito. Estas palavras quando ditas em certas ocasiões produziam conseqüências quase que letais para quem as ouvia. Ouvira uma só vez em sua vida, o suficiente para lhe trazer noites intermináveis de angústia, pelo peso de um amor fracassado.
O momento de êxtase agora dera lugar a uma inquietação, daquelas que trazem ardor à alma e a insatisfação antecipada de quem imagina agora tudo perdido, sem conserto mesmo.
- Você disse que me esperaria... E eu acreditei. Você não só não me esperou, mas também me esqueceu. Seu amor por mim foi tão sincero e tão verdadeiro como um feriado que cai no domingo. – Respondeu ele, visivelmente perturbado. Naquele momento, por um instante, arrependeu-se de estar ali entregando tudo o que de mais profundo carregara durante todos aqueles anos. Arrependeu-se. Aborrecido, achava-se um tolo. Não suportaria aquela situação por mais tempo.
Celina sentiu o mundo sobre suas costas, temia profundamente aquela reação. Desejava que tudo fosse mais fácil. Mas a inocência dos velhos tempos de juventude havia perecido. Agora não havia mais tempo. Tudo deveria ser esclarecido. Tudo. Não poderia hesitar nem um só minuto. Precisava sinceramente falar para ser compreendida e desejava mais do que tudo que ele soubesse que o seu amor, um feriado num dia de domingo, foi, era e sempre seria um domingo sem fim.
Então, ela retrucou:
- O domingo, o sétimo dia ou o primeiro dia da semana, é o dia do descanso. A semana vai passando e ele lá, inerte, parado. Ou ele espera por você ou você espera por ele. Feriado ou não feriado, de uma forma ou de outra, inevitavelmente ele está lá. Seja você feliz ou triste. Durante um passeio, ou uma viagem, numa festa ou no sofá da sua sala, é domingo. Eu sei, você sabe, todos sabem. É domingo. Às vezes temos sono, às vezes não. Às vezes queremos que a segunda-feira venha nos salvar, ou que o domingo seja o único dia da semana, se estamos cansados. Mas se eu estiver feliz é porque você não só está em mim, mas eu também estou com você verdadeiramente. É por isso que eu quero que você saiba, independentemente de tudo e de todos, eu te amo. E nada nesse mundo poderá mudar essa triste realidade que me corrói a alma e me faz viver sempre esperando a realização desse amor, que eu sei, não tem mais futuro, apenas passado. Não pense em como tudo aconteceu, pois não há racionalidade para as coisas do amor. Eu apenas amo e nem sei como. Eu amo tão simplesmente que até parece complicado. Meu amor por você está além de onde se pode ir. Vive e revive a cada dia que se passa, com maior intensidade. Eu sei disso porque quando encontro você é tudo tão inexplicavelmente mágico! O tempo parece não ter passado. O dia não parece dia, as pessoas parecem não estarem lá, a vida parece ganhar outra dimensão. A partir daqui, eu sei, tudo vai mudar. A magia será enfim explicada e então perderá o encantamento. Mas o amor, esse sentimento que carrego dentro de mim e que só eu sei o quanto é puro e verdadeiro, esse não mudará. Eu sim, não serei mais a mesma. Imagino que deixarei de sonhar com você, meu grande e eterno amor. Mas saiba, eu te amo, te amo, sinceramente...
Depois dessas palavras, não havia mais o que ser dito. Todas as dúvidas não podiam ali ser esclarecidas. O amor e sua verdadeira face envolveram de tal sorte aquele homem e aquela mulher, que eles, do magnetismo do momento, não puderam mais fugir. Arrebatadoramente, abraçaram-se, em corpo e alma. Beijaram-se e, na mais completa plenitude, enfim, compreenderam que não há explicação para o amor. Ama-se e fim.

Foto de DENISE SEVERGNINI

AMOR E CARINHO EM BEIJOS

Sou um beijo dado no rosto
Carinhoso e natural
Que não causa desgosto
Sou um gesto fraternal

Sou um beijo dado na mão
Refinado e perfeito
Que não causa desilusão
Sou um gesto de respeito

Sou um beijo dado na testa
Terno, leve e infantil
Quase motivo de festa
Sou um beijo sem ardil

Sou um beijo dado na boca
Quente e apaixonado
Causo uma ânsia louca
Num casal enamorado

Sou um beijo de amor!

Foto de LordRocha®

Amar & Amar

Às vezes me pego em devaneios;
Pergunto-me sobre a ilógica das coisas;
O porquê do ilógico... Do inexplicável;
Como amar, quem não é amado;
Por que ama, mas não te ama;

Pergunto-me porque duas vidas assim;
Nos becos e encruzilhadas do palco da vida;
Cruzam-se, como que por passe de mágica;
Compactuam-se em palavras débeis;
Que tocam e ferem o âmago do ser;

Ferida que arde mais não dói;
Que traz uma espécie de dormência;
Ou estado de demência...
Algo que não se pode explicar com palavras;
Mas fáceis de demonstrar com atos.

Porque tal encontro é possível ou necessário;
Injustiça ou justiça ainda obscura;
Escondida pelo ato improvável do futuro;
Pelo que ainda está por vir, mas espreita...
Conduz direcional, aponta... O ato final;

Inexplicável pra simples mortais;
Que na ânsia de amar e ser amado;
Só conseguem enxergar o que gostariam;
O que desejam na busca do amor;
Amor correspondido e pleno.

§corp¥on®
15-Dezembro-2009

Foto de DENISE SEVERGNINI

Enlevada

Enlevada

Mulher de estrelas no olhar
Amor ditado em magia
Alma sobrenada no ar

Denise Severgnini

Enlevada pelo amor

Mulher, aveluda minha tez
De tantas formas, só tuas
Estrelas partilham tua mudez
No enlevo do afeto, peles nuas

Olhar candente, me inebria
Amor, ofereces deslumbrada
Ditado pela paixão que vicia
Em voluptuosidade arrebatada

Magia amorosa do teu ser
Alma minha voeja ao léu
Sobrenada na ânsia de te ter
No teu encanto, em pleno céu
Ar essencial, és tu mulher!

Denise Severgnini/Denise

Poesia subliminar

Foto de DENISE SEVERGNINI

Enlevada

Enlevada

Mulher de estrelas no olhar
Amor ditado em magia
Alma sobrenada no ar

Denise Severgnini

Enlevada pelo amor

Mulher, aveluda minha tez
De tantas formas, só tuas
Estrelas partilham tua mudez
No enlevo do afeto, peles nuas

Olhar candente, me inebria
Amor, ofereces deslumbrada
Ditado pela paixão que vicia
Em voluptuosidade arrebatada

Magia amorosa do teu ser
Alma minha voeja ao léu
Sobrenada na ânsia de te ter
No teu encanto, em pleno céu
Ar essencial, és tu mulher!

Denise Severgnini/Denise

Foto de DENISE SEVERGNINI

Enlevada

Enlevada

Mulher de estrelas no olhar
Amor ditado em magia
Alma sobrenada no ar

Denise Severgnini

Enlevada pelo amor

Mulher, aveluda minha tez
De tantas formas, só tuas
Estrelas partilham tua mudez
No enlevo do afeto, peles nuas

Olhar candente, me inebria
Amor, ofereces deslumbrada
Ditado pela paixão que vicia
Em voluptuosidade arrebatada

Magia amorosa do teu ser
Alma minha voeja ao léu
Sobrenada na ânsia de te ter
No teu encanto, em pleno céu
Ar essencial, és tu mulher!

Denise Severgnini/Denise

Foto de DENISE SEVERGNINI

Enlevada

Enlevada

Mulher de estrelas no olhar
Amor ditado em magia
Alma sobrenada no ar

Denise Severgnini

Enlevada pelo amor

Mulher, aveluda minha tez
De tantas formas, só tuas
Estrelas partilham tua mudez
No enlevo do afeto, peles nuas

Olhar candente, me inebria
Amor, ofereces deslumbrada
Ditado pela paixão que vicia
Em voluptuosidade arrebatada

Magia amorosa do teu ser
Alma minha voeja ao léu
Sobrenada na ânsia de te ter
No teu encanto, em pleno céu
Ar essencial, és tu mulher!

Denise Severgnini/Denise

Foto de marylife

DECADÊNCIA...

Aceitei entrar em sua vida totalmente conturbada
E nessa minha entrada não pensei no que iria passar ou sentir
Entrei nela como se estivesse indo para uma batalha
E na ânsia de lutar pelo seu amor não percebi as defesas inexpugnável
Eram bem preparadas e bem armadas eu fui à luta apenas com um rifle

Quando se houvesse mais tempo poderia ter um lançador de foguete
Sempre que o encontrava a impressão era o de estar muito ocupado
Sentia que viria com grandes canhões para meu lado
Percebi a decadência desse seu eterno amor para comigo
Seu amor eterno me revelou ter varias faces e você... nenhuma capacidade

Passei a pagar um preço com minha moral pelos fantasmas a sua volta
Todo julgamento em peso que aspiravam as mesmas vantagens que outras
A sua cabeça era o premio exposto em uma bandeja de ouro podre
Acreditei que pudesse esperar as suas petições de me dizer a verdade de todas as formas
Em um diálogo franco de consideração, respeito e amizade
Mas na verdade estava tão ocupado em busca de você mesmo fechado em seu egoísmo

Acabou atraindo para seu coração um novo amor eterno, vivendo cada dia a magia desse novo
Pensando apenas no seu eu, nada mais importava a não ser esse momento a dois
Se esquecendo que a linha da vida de todo mundo não é infinita, mas um circulo fechado como uma jaula
No recanto secreto de sua mente, naqueles momentos fugazes

Havia apenas o aspecto moral do triunfo você pouco investiu na sua atuação
No entanto lucrara muitíssimo não tivera a mínima idéia de uma transação justa
Descobrira o ponto fraco ou suscetível das outras, tomando-se conta delas
Absorvendo-as oferecendo-lhes praticamente nada! Apenas o bastante
Para rete-las nas suas próprias carências depois se assumia o controle e poder de ser amado
Com durabilidade até que a decadência entra em cena restando apenas uma foto elegante
Desapaixonado sorridente rosto glacial não participante.
marylife

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