Anos

Foto de Civana

Doces Lembranças

Você está em cada pedaço de vida,
Na pétala da flor
No verde da folha
No pássaro que voa
No sol que brilha
No orvalho da noite
Na lua que ilumina
Na chuva que cai
Nos bosques, no mar...
Você está em toda parte,
Você amava a vida,
E nós te amamos muito!
Você jamais será esquecido,
Em cada canto, cada mínimo detalhe
Vemos você, amado irmão!

(Civana)

Poema criado em 27/07/1987, após falecimento do meu querido irmão em 02/11/1986 aos 29 anos.

Foto de Ednaschneider

Eu não queria ser assim.

Eu não queria ser assim.
Eu não escolhi esta forma de amar.
Eu não queria ser assim
Uma vida “normal” queria levar.

Eu não escolhi amar desse jeito
Foi Deus quem me criou assim
Pois para o AMOR não há defeito
Amar é sempre bom, não é ruim.

Mas eu não queria ser assim
Eu não queria ser apedrejada com insultos
Eu não queria para mim
A fogueira do preconceito sempre injusto.

E minha mãe? Eu não queria desagradá-la
Pois me criou com tanto amor!
Sei que não entende ainda, ela
Sei que apenas se calou.

Eu não queria sofrer tanto preconceito
Por ter um amor tão lindo.
Eu não pedi para amar desse jeito...
Fugi de mim, por anos que pareceram infinitos.

Eu não queria ser assim
Mas sou.
Como posso fugir de mim?
E do meu grande amor?

Eu não queria se assim
Mas não quero ser infeliz
Por isso declamo:
A felicidade que está em mim
E amar do jeito que amo.

Por isso agora eu digo
Que eu não queria sofrer assim
Mas me aceito e gosto
De ter o verdadeiro eu em mim.

Joana Darc Brasil *

04/01/08

Foto de diana sad

hoje!

Hoje sabemos de tudo
Hoje o mundo é todo nosso
Hoje não olhamos olho no olho
O hoje é tudo o que temos nas mãos

Eu nunca pensei que viveria demais
E me causava terror e agônia
Eu nunca pensei que casaria
E que teria filhos, eu sempre soube
Que as horas não seriam compreensivas comigo
Eu sempre tive medo
Por saber o que acontece
Eu sempre sei o final antes de terminar o capítulo
E num sonho subliminar
Cheio de códigos inúteis
Eu tive a sensação que viveria pouco

Pouco na expectativa humana doque é viver muito
Os calelos brancos, o dobro do nariz
Os braços fracos
A canseira acumulada pelos anos em que o descanso não me foi permitido

Hoje não me importa alto afirmação
Se me vendo, se me compram
Se me comem ou se como
Hoje não me interessa falsa modéstia
críticas ás vezes são mais sensatas do que elogios
Hoje sou vendável, sempre quis ser rentável
E ninguém tem nada haver.

Foto de Civana

All About Lovin' You...

Hoje meu filho instalando um jogo no PC, conversava com um amigo e olhavam uns clips que ele havia baixado, até que o amigo perguntou se ele gostava do Bon Jovi, pois estava vendo na pasta. Nesse momento entrei no quarto e ouvi meu filho responder:
"_Não, isso é coisa da minha mãe, ela é doida por esse cara, tem todos os cds, vídeos, sabe tudo da vida dele, pergunta pra ela qualquer coisa", e riram...rs.

E ainda completou, "esse cara é velho", o que eu respondi prontamente: "Ele é perfeito, isso sim! Quem dera todos chegassem aos 45 anos como ele, olhos, dentes, corpo, tudo lindo"! Aí ele completou, "mas é porque tem dinheiro", e eu respondi, "nada disso, muitos têm dinheiro e estão uns bagaços na idade dele". "Desiste, ela adora ele"...completou meu filho, rs.
Depois coloquei mais uma vez o clip de "All About Lovin' You" (traduzindo: "Só tenho amado você", ou algo parecido). Realmente, "Eu I Love You Demais Jon Bon Jovi"!!! rs

Lembrei que acompanho tudo dele desde 1984, desde o início, quando quase não dava pra enxergar seu rosto, com tanto cabelo que ele tinha...rsss. Era moda nos anos 80, aqueles cabelos imensos, cheios, todo desarrumado, roupas coloridas, calças justas...ai, as calças justas, que problema Sr John Francis Bongiovi Jr, rs. Como é bom lembrar desse tempo! Quantas esperanças, sonhos, coração batendo forte no peito, e agora...vazio. É bom olhar pra trás e ver quantas coisas boas que vivi, quanto amei, sorri e sonhei. Não é fácil não ver muita coisa à frente, depois de tudo isso. Agora sou mulher, mãe e divorciada, coisas difíceis de conciliar. Só quem passa por isso sabe do que falo, a mãe esmaga a mulher, tem que sobressair, emergir forte, com garras imensas para defender sua cria e esquece, apaga a menina que um dia sorriu, chorou, sonhou com a voz maravilhosa de Jon Bon Jovi ao ouvido.

Outro dia escutei na TV uma escritora, que infelizmente esqueci o nome, dizer mais ou menos o seguinte: "Não perdi minha juventude, conquistei minha maturidade!". Achei interessante ela dizer que as pessoas insistem em só olhar para o passado e contabilizar as perdas, mas acredito que isso aconteça porque muitos não têm orgulho de ter conquistado a maturidade. Não pelo fato de envelhecer fisicamente, isso é natural, todos passarão por isso. Mas por ter as mãos vazias, aquela sensação de que faltam muitas coisas, de não ter feito o que deveria, de não ter um bom emprego, ou sequer um emprego, de não ter um companheiro, de não ser amado, de não ter um amor. Nem todos têm a chance de poder somar os ganhos na maturidade, então, só lhes resta contabilizar as perdas do passado...

(Civana)

Foto de Noslen

Ce

Quem és tu?
Senhora dos meus pensamentos.
Dona dos meus sonhos, musa da minha inspiração.
Responsável pelo meu sofrimento, principal culpada da minha alegria.
Obrigado por seres quem és, com todos os teus defeitos, com todas as tuas virtudes …
És a razão porque escrevo todas estas linhas e por todas as que escrevi ao longo dos anos.
Na nossa breve passagem pela vida temos uma e só uma oportunidade de amar verdadeiramente, muitos passam o tempo á procura desse amor sem nunca o encontrarem, outros por vezes tem-no á sua frente e não o reconhecem, há ainda aqueles que sabem que o encontraram mas não são correspondidos.
No fim de tudo quando chegar a minha hora quero olhar para traz e dizer a mim mesmo: tudo fiz para encontrar e agarrar o meu verdadeiro amor, vou errar como todos erramos, vou arrepender-me de muitas coisas como todos fazemos, mas…
Quero ter a certeza de uma coisa.
Se a minha vida acabasse hoje podia com certeza dizer:
Amei-te incondicionalmente, entreguei-me de corpo e alma e fui sincero quer para o bom quer para o mau.
Seja qual for o desfecho que temos reservado quero poder dizer que fiz tudo o que estava ao meu alcance…

Do fundo do meu ser ,
AMO-TE…

Foto de Sonia Delsin

UM CERTO ALGUÉM DO MEU PASSADO

UM CERTO ALGUÉM DO MEU PASSADO

Hoje eu me lembrei de alguém.
Um certo alguém.
Alguém que tocou meu coração profundamente.
Nem que eu viva cem anos vou esquecer uma certa tarde de nossas vidas.
São lembranças tão queridas.
Tão queridas.
Nos entregamos verdadeiramente.
Tudo eu daria para ter outra tarde daquelas novamente.
Vou recordar eternamente.

Este alguém que cruzou meu caminho me deu tanto carinho.
Tanto carinho.
Fez com que eu me sentisse uma princesa.
Fiquei fascinada com sua alma linda.
Com sua beleza.

Ele por minha vida passou.
Do meu coração nunca mais se afastou.

É como uma tatuagem.
Está em mim impregnado.
Está guardado.
É o tesouro do meu passado.

Foto de Maria Goreti

A HISTÓRIA DE ANA E JOAQUIM – UM CONTO DE NATAL.

Chamavam-no “Lobo Mau”. Era sisudo, magro, alto, olhos negros e grandes, nariz adunco, cabelos e barba desgrenhados, unhas grandes e sujas. Gostava da solidão e tinha como único companheiro um cão imundo a quem chamavam “o Pulguento”. Ninguém sabia, ao certo, onde morava. Sabia-se apenas que ele gostava de andar à noitinha, sob o clarão da lua.

Ana, uma pobre viúva, e sua filha Maria não o conheciam, mas tinham muito medo das estórias que contavam a respeito daquele homem.

Num belo dia de sol, estava Ana a lavar roupas à beira do riacho. Maria brincava com sua boneca. Eis que, de repente, ouviu-se um estrondo. O céu encobriu-se de nuvens escuras. O dia, antes claro, tornou-se negro como a noite. Raios cortavam o céu. Ana tomou Maria pela mão e correu em direção à sua casa. Maria, no entanto, fazia força para o lado oposto. Queria resgatar a boneca que ficara no chão. Tanto forçou que se soltou da mão de Ana e foi arrastada pela enxurrada para dentro do riacho. Desesperada, Ana lança-se nas águas na vã esperança de salvar a filha. Seu vestido ficara preso a um galho de árvore e ela escapara, milagrosamente, da fúria das águas. Desolada, decidiu voltar para casa, mas antes parou na igreja. Ajoelhou-se e implorou a Deus que lhe tirasse a vida, já que não teria coragem de fazê-lo, por si. Vencida pelo cansaço adormeceu e só acordou ao amanhecer. Ana olhou em derredor e viu a imagem do Cristo pregado na cruz. Logo abaixo, ao pé do altar, estava montado um presépio. Observou a representação da Sagrada Família: Maria, José e o Menino Jesus. Pensou na família que um dia tivera e que não mais existia. Olhou para o Menino no presépio e depois tornou a olhar para o Cristo crucificado. Pensou no sofrimento de Maria, Mãe de Jesus, ao ver seu filho na cruz. Ana pediu perdão a Deus e prometeu não mais chorar. Ela não estava triste, sentia-se morta. Sim, morta em vida.

Voltou à beira do riacho. Não encontrou a filha, mas a boneca estava lá, coberta de lama. Ana desenterrou-a, tomou-a em suas mãos e ali mesmo, no riacho, lavou-a. Depois seguiu para casa com a boneca na mão. Haveria de guardá-la para sempre como lembrança de sua pequena Maria.

Ao chegar em casa Ana encontrou a porta entreaberta. Na sala, deitado sobre o tapete, havia um cão. Sentado no sofá um homem magro, alto, olhos negros e grandes, nariz adunco, cabelos e barba longos e lisos, unhas grandes. Ana assustou-se, afinal, quem era aquele homem sentado no sofá de sua sala? Como ele conseguira entrar ali?

Era um homem sério, porém simpático e falante. Foi logo se apresentando.

- Bom dia, dona Ana! Chamo-me Joaquim, mas as pessoas chamam-me “Lobo Mau”. Mas não tema. Sou apenas um homem solitário. Sou viúvo. Minha mulher, com quem tive dois filhos, Clara e Francisco, morreu há dez anos e os meninos... Seus olhos encheram-se de lágrimas. Este cão é o meu único amigo.

Ana, muito abatida, limitou-se a ouvir o que aquele homem dizia. Ele prosseguiu:

- Há muito tempo venho observando a senhora e o zelo com que cuida de sua menina.

Ao ouvir falar na filha, os olhos de Ana encheram-se de lágrimas. Lembrou-se da promessa que fizera antes de sair da igreja e não chorou; apenas abraçou a boneca com força. Joaquim continuou seu discurso:

- Ontem eu estava escondido observando-as perto do riacho, quando começou o temporal. Presenciei o ocorrido. Vi quando a senhora atirou-se na água, mas eu estava do outro lado, distante demais para detê-la. Também não sei se conseguiria. Pude sentir a presença divina naquele galho de árvore na beira do riacho. Quis segui-la, mas seria mais um a nadar contra a correnteza. Assim que cessou a tempestade vim para cá, porém não a encontrei. Queria lhe dizer o quanto estou orgulhoso da senhora e trazer-lhe o meu presente de Natal!

Ana ergueu os olhos e comentou:

- Prometi ao Senhor, meu Deus, não mais chorar. Mas o Natal... Não sei... Não gosto do Natal. Por duas vezes passei pela mesma situação. Por duas vezes perdi pessoas amadas, nesta mesma data.

Joaquim retrucou:

- Senhora, a menina está viva! Ela está lá dentro, no quarto. Estava muito assustada. Só há pouco consegui fazê-la dormir. Ela é o presente que lhe trago no dia de hoje.

Ana correu para o quarto, ajoelhou-se aos pés da cama de Maria, pôs-se em oração. Agradeceu a Deus aquele milagre de Natal. Colocou a boneca ao lado de sua filhinha e voltou para a sala. O homem não estava mais lá.

Um carro parou na porta da casa de Ana. Marta, sua irmã, chegou acompanhada de um jovem casal – Clara e Francisco, de quinze e treze anos, respectivamente. Alheios ao acontecido na véspera, traziam presentes e alguns pratos prontos para a ceia.

Ana saiu para recebê-los e viu o homem se afastando. Chamou-o pelo nome.

- Joaquim, espera. Venha cear conosco esta noite. Dá-nos mais esta alegria.

Joaquim não respondeu e se foi.

Quando veio a noite o céu estava estrelado, a lua brilhava como nunca!
Ana, Marta, Clara e Francisco foram à igreja. Ao retornarem a porta estava entreaberta. No sofá da sala um homem alto, magro, olhos negros e grandes, nariz adunco, sorridente, cabelos curtos e barba bem feita, unhas aparadas e limpas. Não gostava da solidão e trazia consigo um companheiro - um cão branquinho, limpo, chamado Noel.
Antes que Ana pudesse dizer alguma coisa ele disse:

- Aceitei o convite e vim participar da ceia e comemorar o Natal em família. Há muitos anos não sei o que é ter família.

Com os olhos marejados, Joaquim começou a contar a sua história.

- Eram 23 de dezembro. Minha mulher e eu saímos para comprar brinquedos para colocarmos aos pés da árvore de Natal. As crianças ficaram em casa. Ao voltarmos não as encontramos. Buscamos por todos os lugares. Passados dois dias meu cachorro encontrou suas roupinhas à beira do riacho. Minha mulher ficou doente. Morreu de paixão. A partir do acontecido, volto ao riacho diariamente para rezar por minhas crianças. Ontem, mais um 23 de dezembro, vi sua menina cair no riacho e, logo depois, a senhora. Fiquei desesperado. Mais uma vez meu “Pulguento” estava lá. E foi com sua ajuda que consegui tirar sua filhinha da água e trazê-la para cá.

Clara e Francisco se olharam, olharam para Marta e para Ana. Deram-se as mãos enquanto observavam o desconhecido.

- Joaquim, ouça, disse-lhe Ana. Há dez anos, meu marido e eu estávamos sentados à beira do riacho. Eu estava grávida de Maria. Eu estava com os pés dentro d’água e ele estava deitado com a cabeça em meu colo. De repente ouvimos um barulho, seguido de outro. Meu marido levantou-se e viu duas crianças sendo levadas pela correnteza. Ele conseguiu salvá-las, mas não conseguiu salvar a si. Entrei em estado de choque. Fiquei sabendo, mais tarde, do que havia acontecido por intermédio de minha irmã, que mora na cidade. Foi ela quem cuidou das crianças. Não sabíamos quem eram, nem quem eram os seus pais.

Aproximando-se, apresentou Marta e os dois jovens a Joaquim.

- Joaquim! Esta é Marta, minha irmã. Estes, Clara e Francisco.

Ana e Joaquim olharam-se profundamente. Não havia mais nada a ser dito. Seus olhos brilhavam de surpresa e contentamento.

Maria brincava com sua boneca e com seu novo amiguinho Noel. E todos cantaram a canção “Noite Feliz”, tendo como orquestra o som do riacho e o canto dos grilos e sapos.

Joaquim, Ana e Maria formaram uma nova família. Clara e Francisco voltaram com Marta para cidade por causa dos estudos, mas sempre que podiam vinham visitar o pai.
Joaquim reconquistara sua fama de homem de bem.

O povo da região nunca mais ouviu falar do “Lobo Mau” e do seu cachorro “Pulguento”.

Autor: Maria Goreti Rocha
Vila Velha/ES – 23/12/07

Foto de Fernanda Queiroz

É Natal

Dia de Natal

Ruas movimentadas, pessoas sorridentes, crianças soltas no parque em uma algazarra diferente.
É Natal
Parentes fazem contatos, visitas chegam de impacto, alegra criando magia, magia fazendo união.
É Natal
Muitas vezes ouvimos, que hoje é tão diferente, que hoje não é a semente, que um dia comemorou.
Que hoje parece utopia, que não é verdadeira alegria, que esqueceram a sabedoria, que é mais mercadoria, que o homem inventou.
Que Jesus homenageado, aparece em um fundo nublado, do comercio que foi plantado, e o presépio sepultou.
Mas quem disse que Jesus, queria você postado, um eterno mudo calado, respirando ao teu lado, para assim ficar gravado em todos os anos lembrado?
Mas quem disse que Jesus, queria criança quieta, sem participar da festa, sem barulhos, sem brinquedos, sem sorrisos e com medo, sem esperança e sem crença, sem amor e sem a presença, do bom velhinho a habitar?
Como é que seria, sem visitas, sem abraços, sem a data para marcar, sem os momentos para encontrar,ou o sino pequenino, seria suficiente, para substituir a gente?
Que seja pai ou seja filho, é o mesmo jeito de amar, e este garoto aniversariante é aquele mesmo que tolerante, deu a vida para nos salvar.
Para que vivamos com alegria, para que saldamos com energia, para que glorificamos este dia, juntos á todos encontrar, com presentes a trocar.
E neste ar de festa, que soa melhor que seresta , ou sino a repicar, fazer viver a esperança, transformá-la em mais que lembrança, e destes encontros presentes, fazer germinar a semente, de quem nasceu para amar.
Este é o melhor presente, que podemos Lhe dar, pois sou capaz de apostar, que foi pensando nestes encontros, nesta troca de presentes, nestes momentos de união que ele escolheu um dia, para ao mundo chegar.
Com esta sabedoria infinita, ele veio para nos salvar, mesmo que tenha voltado, ao teu reino habitar, deixou marca e patente, para alegrar a gente, e fazer comemorar, com abraços e presentes, com saudades a matar, o que o tempo distante,muitas vezes faz brotar.
Afinal dia de festejo, é quando um pai sem medo, vê teu filho abraçar e com carinho mostrar, que aprendeu a amar.

Fernanda Queiroz
Direitos Autorais Reservados

Foto de Sirlei Passolongo

Fazendo Balanço

Vi e revi
O tempo
Os anos, os meses
As semanas, os dias
Li e reli
Meus sentimentos

Me desmontei
Feito um quebra-cabeças
e meus pedaços
analisei
Pude perceber
meus olhos cansados
meu coração, por vezes,
magoado

Mas encontrei
com minha alma
Repleta de luz
e nela, todos
os meus amigos

Entre eles, você
que foi parte,
que escreveu
minha história
nesse ano
que se finda

Assim
posso concluir
que você
foi meu sorriso
foi meu ombro
que você
é o que preciso
pra ser feliz em 2008.

(Sirlei L. Passolongo)

Feliz Natal
E Feliz 2008!

Foto de Noslen

Aos meus amigos

A nossa vida é feita de experiências.
O nosso carácter é cimentado com a aprendizagem que conseguimos retirar dessas ditas experiências.
Aprendemos coisas tão simples como que depois de algum tempo expostos aos raios solares podemos sofrer queimaduras, ou algo mais complexo como aprender que por mais que nos importemos com alguém esse alguém por vezes simplesmente não se importa.
Aceitamos no nosso intimo que na realidade por muito que nos custe, não importa o quão boa uma pessoa seja para nós pois essa mesma pessoa vai ferir-te e magoar-te de vez em quando, só temos de aprender a perdoa-la por isso, pois amanha podes ser tu a magoar alguém…
As verdadeiras amizades perduram para sempre e crescem ao longo da vida, mesmo que afastados pelo tempo e pela distancia os verdadeiros amigos estarão sempre lá…
Aprendemos que podemos passar bons momentos fazendo algo com o nosso melhor amigo mas que mesmo não fazendo nada juntos, um simples olhar, um abraço ou uma palavra de conforto podem tornar o nosso dia bem melhor. Não temos que mudar de amigos só porque os nossos amigos mudaram a sua maneira de ser, temos sim de compreende-los e estar-mos lá nas horas e momentos em que eles poderão precisar de nós.
Com isto aprendemos que não importa o que adquirimos na vida nem o quão ricos possamos ser, mas sim de quem nos rodeamos e que amigos conseguimos manter, pois os amigos são a família que a vida nos permitiu escolher, com eles podemos falar para aliviar as nossas emoções, através da confiança que leva anos a depositar em alguém mas que leva somente um instante para que seja destruída, na vida por vezes fazemos coisas sem pensar ou por teimosia das quais nos arrependeremos para o resto de nossas vidas…
Na hora da despedida deixa sempre uma palavra de carinho, conforto ou um simples olhar mostrando o quanto a vossa amizade é importante, pois o destino por vezes é cruel e retira-nos as pessoas que mais gostamos sem que possamos dizer-lhes o que realmente significam para nós…
Levamos uma vida inteira a tentar ter muitos amigos para no fim de tudo os dedos de uma mão chegarem para contar os verdadeiros, amigos que nos levaram tanto tempo a conseguir e no fim de contas o tempo que realmente vivemos é muito pouco...
Sê amigo do teu amigo, não o julgues nem tentes mudar...
Aceita-o como ele é e está disponível sempre que ele precisar pois a vida é demasiado curta e amanha…
Amanha ele pode já cá não estar…

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