Amor

Foto de Alexandre Montalvan

Fantasia

Era na solidão
tão profundamente penetrava
que já não havia mais paixão
tão íntimo respirava
e no cerne desta razão
onde a essência se escondeu
já não é lugar, nem dor, nem eu.

E o mar já não existe
é no vai e vem das ondas
que o triste
sumiu também
ainda ardia em febre a madrugada
enrodilhada em sonhos olhava

Com olhar de fantasia
nem quem era não sabia.
na lareira o fogo ainda crepitava
quando quase a chama apagava
ele chiava
melancólica melodia que não escutava

Perdão por este desabafo
pelo crepitar das chamas
pela expressão nua
é que no peito os espinhos
se cravam e esta busca de amor
se perpetua.

Foto de carlosmustang

FONDUESES

Foi olhar nos teus olhos
Que a felicidade havia de encantar
E tudo valeu a pena, vivência a espalhar

Contentamento ao extremo, com seu cheiro!
Então sonhei, realizei, como bobo viajei:

E tudo valeu a pena! Esse encantamento, valeu
Cada julgo que eu tinha era especial
Afinal toda a sociedade não importaria

Tanto carinho a mim, eu não mereceria
De tão pujante só à mim, seria desperdício
Só que eu, interpreto de vida, recolhendo-me
Esse merecer supremo, olhou por mim!

Sou lixo ou dejecto
Viciado em seu amor, olha pra mim, ti amo
És bela, poderosa, tens que quer
Este vive e morre, por ti mulher!

Não seria mais fácil dizer que sou perdedor
Por ser tolo em dor?
Sou objecto, dejecto, sou grato por amor.

Foto de Rosamares da Maia

Paginas Vazias

Páginas Vazias

Hoje, olho nos teus olhos e vejo,
Eu sei que tudo acabou.
Sinto-me como uma página vazia,
Cinzas que um vento levou.
Foi-se o amor, sem dar satisfações.
De tudo nos poupou, até do sofrimento.
Esquecemos as tristezas, emoções,
Enfim, todos os nossos momentos.
E quando folheio as páginas em branco,
Páginas vazias, desertas das nossas vidas.
Pergunto se alguma dor nelas habita?
Haverá um lampejo, reflexo de um amor?
Prefiro acreditar que sim, alimentar a duvida.
Pois é dor maior perguntar:
Houve amor algum dia?
E inesperadamente constatar,
- A minh ‘alma sempre esteve vazia.

Rosamares da Maia - 2013

Foto de Moisés Oliveira

Cacos

Não sei se quando escrevo repito o que já dizia,
nosso amor foi pra sempre, acabou e não sabia.

As músicas que escuto batem forte na lembrança,
me torturam a alma, me tiram a esperança.

E se tudo que sinto se resume a não te ter,
posso ser egoísta, mas não vivo sem você.

Não quero um novo começo, nem mesmo outro fim,
se te machuca tanto, não pode ser bom pra mim.

Nesse tempo sozinha por onde você andou?
Eu juntei alguns cacos, não sei se algo sobrou.

Foto de carlosmustang

<SOU FICHA>

Olha a cabecinha dele, no outro lado da esquina
Cheia de sonhos, bostas delirium
Vontade de viver

E tem alguns gritos de socorro, procura
Eternamente nunca vou escapar, de ser...
Seria bom ter um chaozinho seguro pra pisar
Mas seus cabelos ficam soltos ao vento...

Num grito aparecem leis querendo me trancar
Gente sem fazer, querendo me dominar
Gemo e choro te esperando

Te encontrar neste meu sonho mediocre!
Amo sim ser inocente, minha mente é pura
Não enlouqueço por esse dom que me deu

Viajo sentido e tremulo
Nessa viagem instável
Sem amor, sustentável
Sinto deixar esse caminho.

Foto de Rosamares da Maia

CRÔNICAS DA SAUDADE - O Cantar do Galo

CRÔNICAS DA SAUDADE – O cantar do Galo.
De repente ouço um cantar de galo ao longe e o inusitado no mundo urbano abre uma porta para uma enorme nostalgia. Instalada no meu peito sem pedir licença, ela dói de forma aguda. Fecho os olhos, encho o peito de ar num suspiro profundo e como num filme, vejo caminhos de terra batida, dourados pelo sol em claridade tão intensa e morna que quase consigo materializar o momento. Vejo laranjeiras, goiabeiras, sinto o cheiro do mato orvalhado pelo sereno das madrugadas e flores e folhas se embebedando. O galinho que canta ao longe de forma repetida, insistente faz meu peito se abrir sem quer, ardendo de uma saudade com gosto de infância, de avó lavando roupa na tina de madeira do fundo da casa.
Tina de madeira para lavar roupas. - Alguém mais já viu isto? Eu lembro nitidamente, tinha um pedaço de madeira com costelinhas que se enfiava dentro da tina para o esfregaço. Vejo a enorme pedra arredondada bem no meio do terreiro desafiando o tempo. A pedra instalara-se ali, como prova material de que algum dia tudo naquele espaço fora um oceano.
Todos nós crianças e netos ou não, adorávamos brincar naquela pedra, e certamente ela, testemunhou muitas outras infâncias. Subíamos, pulávamos e caiamos. Meu irmão que sempre quis ser super-herói improvisava uma capa nas toalhas de banho ou algum outro pedaço de pano que estivesse para lavar e voava da pedra com sua espada de cabo de vassoura para salvar o Mundo.
A cantoria do galinho indigente que agora escuto, somente no sentido de remexer as entranhas da saudade, trouxe-me neste exato momento o cheiro da madeira queimando no fogão de lenha e do feijão, cozendo na panela de ferro, feijão que meu irmão um dia mexeu com um pedaço de pau em brasa, lenha do fogão. Minha mãe quis pegá-lo de tapas, mas minha avó, somente riu com as bochechas avermelhadas e mandou que ele fugisse para não apanhar dizendo: “Ora deixa o menino, isto é coisa de criança”. Ela protegia todos os netos, perto dela ninguém levava tapas palmadas, surra então, nem pensar.
Tenho saudade do meu irmão que hoje sequer fala comigo, mesmo estando ao alcance do meu abraço, pois ambos esquecemos como se abrem os braços e se abraçam fraternamente os irmãos. Do menino franzino que não conseguiu salvar o Mundo, nem mesmo o nosso pequeno mundinho. Estou com saudades da minha avó conciliadora, que jamais deixaria isto acontecer, mas ela, não está mais aqui e tudo mudou. Tem uma eternidade que não vou ao terreiro dos fundos da casa de minha avó, nem sei se aquela pedra existe mais. - Será que virou concreto? Sei que há muito deixou de existir a cozinha feita de “barro a sopapo”, com o fogão de lenha e as panelas de ferro em cima, cozendo com amor para a família.
O sol nasce a cada dia e continua banhando os caminhos. São ruas asfaltadas, cimento e concreto e ele, queima de forma impiedosa e dolorida a minha pele, não me faz carícias como no tempo de criança. De repente o cantar insistente do galinho me desperta do mundo para o qual me levou, lembrando abruptamente, num suto, de que eu também deixei de ser criança.
Rosamares da Maia

Foto de Carmen Lúcia

Eu sou assim

Eu sou assim

Eu sou assim...
Verso inacabado,
poema sem fim
palavra posta de lado
esperando um texto de mim.
Cortina descerrada,
janela aberta,
vento soprando velas,
varrendo quimeras,
professando sua crença,
sua descrença,
sem pedir licença.

Eu sou assim...
Canção desafinada
tocada por nobres
e frios sentimentos
adaptados aos momentos
de instabilidade emocional,
passional, existencial,
quando a razão fraqueja
e o coração, racional,
pulsa num mundo irreal
a realidade que almeja.

Eu sou assim...
Eterna procura de mim.
Estrada torta, caminho sem volta,
em busca da flor que não existe,
da dor que não mais revolta,
do amor que já morreu,
da estrela que ainda persiste
brilhar um universo que inexiste,
mas o brilho se perdeu
num céu que por hora resiste
em enfeitar os dias meus.

Eu sou assim...
Desconhecida de mim.
Preciso me achar,
dar-me um pouco mais de alma,
devolver-me, enfim.
Sentir a luz se acender
iluminando o meu sim.
Comigo mesma sorrir
e todo dia partir...
Encarar o contratempo
sem desperdiçar o tempo
ocioso, precioso, raro.
Viver até o fim,
deixar de ser assim.

_Carmen Lúcia_

Foto de Ayslan

Feito poeta

Iniciei mais um verso, rasguei
alterei, corrigi, apaguei recomecei varias vezes
procurando uma nova forma de conter minha necessidade
de gritar que te amo, sim ser direto nas palavras usar o verso certo
Não apenas dizer em olhar quero contar, te falar mesmo
que precise repetir, colar, inventar e se passar por poeta
Com o decorrer desta folha percebo que resta pouco espaço
a ainda preciso dizer, preciso escrever fico retardando esse momento
procurando a frase perfeita para encaixar tais palavras
Fico ansioso as letras escritas tremulas vejo-me sorrindo
sem notar ate posso escutar meu coração pronunciar
Antes que escreva no meio do verso sem sentido antes que deixe
espalhado pelos cantos feito rabisco
Amor não quero te perde
Quero te fazer sorrir e me torna poeta vendo teus olhinhos meigos e pidões
Quero poder beijar tua boca deliciosa me perde em desejos
Quero te dizer que não existe a frase perfeita ou verso completo
Esse é o meu modo simples e grosseiro de usar as palavras
Mais não encontro outra forma melhor do que te dizer o quanto te amo
se não quando estamos juntos sua pele quente seu toque macio
em meio a tanto amor e prazer me deixa mudo e todas as palavras que quero te dizer
nascem ao abrir os olhos e te ver repito varias vezes tenho certeza que
podes me ouvir dizer feito poeta – Eu te amo, Eu te amo eu te amo Priscila...

Para: Priscila

Foto de Rosamares da Maia

Meu amor menino

Meu amor menino

O meu amor é ainda um menino bonito e suave.
Que ri e canta pelas madrugadas de olhos abertos.
Suspira quando a luz desponta anunciando o dia.
Celebra e ama mansamente enquanto amanhece.

O meu amor deita em meus braços dia a fora,
Mas é ele quem me embala, conforta e aquece.
Fala fácil ao meu coração, pois dele tudo conhece.
Seu calor protege minha pele e me afaga a alma.

Meu menino é suave, mas também é homem forte.
Que me trás rosas escondidas no jardim da noite.
Seu coração é pássaro liberto que voa sobre o mar.
Eu sou vela solta ao sol, navegando com o vento sul.

Meu amor tem asas e dentes brancos como pérolas,
Que me sorriem como um presente de pura claridade.
E quando em perigo me perco em sonhos, ele pousa.
Calmamente me desperta e corrigi a rota da realidade.

Foto de Moisés Oliveira

O amor sumiu da terra

Não se acha mais, na vida não há perdão,
já sumiu da terra, foi embora sem razão.

Ele deixou saudade, frase por completar,
não se acha o sentimento, tudo fora de lugar.

O dia sem ele é noite, violência sem razão,
o jornal escorre sangue, nem doi mais no coração.

De quem estamos falando? Não preciso explicar.
Falo do amor mas pode ser tudo, nada parece funcionar.

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