Amor

Eu esperei encontrar no silêncio
um tanto ainda do que foi sentido
como se buscando a meu ouvido
um eco do passado... do início

Nos vestígios esparsos em mim
que ainda guardarem da história
além do pensar e da memória,
é o sentir, o que procuro enfim.

No fundo da mente, soterrado,
cavo com as unhas, garimpo gemas:
Pedaços de sonhos, coisas amenas,
que ainda fazem o olhar marejado.

E neste silêncio me vasculho,
à cata de todos os cacos de amor.
E neles, corto a carne, e nesta dor
de romper-me o peito mergulho.

Lá, tão profundo e sem senso:
Os sentidos todos, mesmo sem nexos
feito purpurina a criar reflexos,
é todo um céu estrelado, imenso...

É doce ao paladar,
das palavras o gosto;
é música ao ouvir
o som que professar.
É brisa para o rosto
o que do amado vir.

É luz a se espalhar,
na noite, a lua cheia;
é beira-mar aos pés,
na maciez, molhar.
É arte à alma. ceia,
clara a vejo, se me és.

É tal desta maneira
que o amor, a revelia,
a coisa que convém
forja tal verdadeira
no que só há em poesia,
como esta que me vem.

Louca paixão
Paulo Gondim
20/12/2014

Meu amor por ti nunca morrerá
Vai ficar no limbo, como anjos rebeldes
Um dia, baterão asas e de tanto procurar
Me encontrarão e trarão mensagem tua
Dizendo que me amas, ai quem me dera...
E enquanto não vens, olho a rua
E num sonho de primavera
As flores trazem a saudade tua
E me aliviam a dor dessa espera

Ah, amada minha, que se foi
E de vez em quando orbitas em mim
Traz teu sorriso terno e teu amor
Como flores brancas de jasmim
Faz-me abortar toda essa tristeza
Acolhe-me com tua delicadeza
Mostra-te na tua singeleza
Que és tudo que sonhei pra mim

Ah, amada minha por quem és
Incógnita perfeita de minha solidão
Me dás mais na volúpia de teu beijo
Aumentas meu confuso e difuso desejo
Sou teu, apenas objeto de tua louca paixão

SONHADORA

Mulher, menina, que o tempo maltratou,
Com ardis cruéis de um amor que não vingou...
Nem por isso ela perdeu seu brilho de
Menina linda mulher, que ri brinca, e faz graça.
Dizendo a todos na praça que é feliz.

Sonhos bem guardadinhos, no cantinho do coração,
Vai a MULHER menina sonhando no seu sertão,
Com as cores da primavera, que vão lhe trazer,
Novos perfumes... juntamente com um novo amor...

Assim a menina canta e encanta a todos,
Vivendo os seus amores sonhadores,
Na fantasia as lembranças de um príncipe
Encantado que foi seu namorado.

Com tudo que já passou. Com toda dor que ela viveu,
Não deixou de crer no amor, que um dia conheceu.
E dando tempo ao tempo... As magoas se apagando,
Para uma nova esperança ir nascendo...

A certeza é o seu guia, que dias melhores virão,
E sonhando com o futuro, Vai à menina sonhadora,
Vivendo e revivendo seus passos dia a dia...
No sonho de encontrar seu novo sonhador.

Lídia Lima de O. Soares