Alucinações

Foto de Ivone Boechat

Círculo vicioso

Círculo vicioso

Ivone Boechat

Um dia, milhões de bebês choraram na liberdade uterina do milagre da vida: nasceram. Não vestiram seus corpos, não lhes calçaram sapatos nem lhes deram o conforto do seio materno, antes da posse do sonho infantil, foram rejeitados, ao rigor do abandono.
Um dia, mãozinhas trêmulas, inseguras, sem afeto, bateram na porta do vizinho, procurando abrigo. Não havia ninguém ali para oferecer afeto nem portas havia na pobreza do lado. O menino escorregou na direção da rua.
Um dia, a criança anêmica foi eleita à marginalidade da escura noite e disputava papelões e pães no lixo do depósito público. Aos tapas, cresceu como grão perdido no vão das pedras, sem a mínima possibilidade de sobreviver: sem teto, sem luz, sem chão.
Um dia, o adolescente esperto teve alucinações de vida e o desejo de conferir a sociedade: candidatou-se à luta amarga do subemprego. Alvejado pela falta de habilitação, foi condenado como vagabundo, recebendo etiqueta oficial de mendigo.
Um dia, o adulto desiludido, amargurado, sem emprego, sem referencial, saiu à procura do amor. No escuro, mas cheio de esperanças, foi colecionando portas fechadas pelo caminho. Sem Deus, sem nome, sem avalista, sem discurso, acreditou no "slogan" das campanhas sociais.
Um dia, o menino mal nascido, mal amado, mal educado, não soube cuidar do filho que nem chegou a ver. Não ouviu seu choro. Imaginou apenas que, após nove meses de duríssima gestação, alguém brotara de um rápido encontro, irresponsável, assustado e vazio que sempre ouviu dizer que se chamava amor.

Foto de Paulo Gondim

Alucinações

ALUCINAÇÕES
Paulo Gondim
05/08/2012

O que me interessa ainda
Se até o sonho se finda
Se nem sei mais sonhar?

Um certo por do sol cinzento
Alívio ou descontentamento
Já se avizinha bem devagar

O que me faz ainda ter sentido
É a certeza do dever cumprido
E a incerteza do que falta acabar

E entre acertos e desacertos
Entre desculpas e pretextos
Pouco sobra a lamentar

Um olhar distante, um suspiro
Um sorriso amarelo, um retiro
Que a alma busca para se acalmar

Os segredos são desfeitos
Vontades e desejos insatisfeitos
Não contam mais. Melhor assim

Não ficou orgulho nem vaidade
Apenas um leve toque de saudade
Do que fui e do que restou de mim

Foto de Lucas Cândido Valadão

Oi , quem sou eu ?

Oi , escrevo a nessa madrugada por alguém distante , por alguém que está longe , mas carrega minha felicidade em seus olhos , oi , escrevo por alguém que sabe da minha vida , por alguém que conhece o meu interior , meu lado feminino e masculino , todos os meus sentimentos como humano . Oi, escrevo por alguém que nunca apareceu que nem faz questão de aparecer , por alguém que me deixou sozinho num lindo luar clariado .Oi , escrevo por essa solidão tão enorme que alguém conseguiu colocar em meu coração , que sai pelos meus olhos, e que dói em minha alma , Oi . Escrevo por todos que deixaram seu amor nas horas mais importantes da sua vida , Oi . escrevo por todos que não expressão os seus sentimentos. Oi , escrevo pra expressar todas a expressões tristes , de choro , de luto , de lamentos pelos corredores da vida , Oi , nem sei por que escrevo quem sou eu pra expressar os sentimentos dos outros , sendo que nem os meus sentimentos sei expressar direito ! , quem deve ser eu para , tentar movimentar a solidão , tocar no fundo do coração de alguém , escorrer lagrimas sobre os olhos de alguém , quem sou eu pra lembrar a felicidade que um dia ja foi de alguém , quem sou eu para relembrar o luto e a alucinações de felicidade , não conheço quem me lé ,para falar dos nossos defeitos , e nossas igualdades , nem sei o por que de escrever , nem o por que de viver, não sei o motivo , não sei nada , não sei se vivo , na verdade eu nem existo !
Lucas Cândido Valadão

Foto de Carmen Lúcia

Margarida e margaridas

Figura sinistra, simbólica,
que trago em minha memória,
que faz parte de minha história...

Metódico e irreverente, despojado e carente,
sábio e indolente, infeliz ou demente...(?)
Lembrava Cristo, fisicamente.
Vestes rasgadas, cabelos longos, barba mal aparada.
Ou quem sabe, um anti-Cristo,
oscilando entre o normal e o descomunal,
às margens do convívio social.

Andava pelas ruas e calçadas
fazendo gestos sem nexo, sem fazer mal,
balbuciando palavras distorcidas,
apavorando os perplexos normais
que temiam uma conduta anormal.

Um buquê de margaridas,
alvas, brancas, cultivadas,
a todos ele ofertava (e se orgulhava),
pois, por ele eram plantadas
em terras baldias, abandonadas.
Flores por todos ignoradas.

Havia momentos de agitações.
Delírios, alucinações, comoções...
Então ele era rei, poeta e compositor,
erguia o cabo da vassoura e era imperador!
-Camisa de força para o louco, o agitador!
Ao som da sirene era levado a um abatedor ...

E num desses manicômios,
tratamento de choque, fortalecer neurônios,
encontrou sua Margarida, sua amada, sua vida
e como loucos, amaram-se mais que o normal.
Amor que surpreendeu a muita gente
pela doçura, pela brandura de dois doentes.

Porém um dia, não mais a encontrou.
Levaram-na dali, outro rumo tomou
e transtornado pela dor, o louco chorou.

Não mais quis ser rei nem imperador.
Somente poeta pra cantar a sua dor...
Até que um dia para sempre se calou.
E numa cova fria, em pó se transformou,
ou foi ao encontro de seu amor...

Ao passar o tempo, viram lá nascer,
fazendo a cova triste resplandecer,
risonhas e brancas margaridas...
Vida e paixão, após a morte, restabelecidas.

_Carmen Lúcia_

Foto de William Contraponto

Uma Boa Saída

Quando me vi assim
Eu descobri que nem tudo
Foi tão ruim
Sempre houve uma saída
Bem perto de mim

Um mendigo na rua
Revelava ser grande amigo
Suas lições, canções e alucinações
Combinavam com livro antigo
No qual se faz despertar
Mentes e corações

Pelas tardes, sentindo a brisa do vento
Enchia a alma da certeza
De que virá um sentimento
Por entre muros e riscos
E num novo momento, velhas revelações
No desejo dum beijo
Aqui ou numa daquelas estações

As noites, as festas, a praia...
Consumindo o mais puro
Que se pode supor
Eram as maiores garantias
De haver no amanhecer
Outro dia a ser ganho em alegria

É, nada foi tão ruim...
Vivi a minha verdade
Sendo ela, então, peça chave
Na engrenagem construída
A me movimentar e
Fazer encontrar
Sempre uma boa saída.

Foto de Ana_Rosinha

Sonhos de Amor

A noite quando estou a dormir
começo por ver a tua imagem na minha cabeça.
As vezes penso que são alucinações por estar
tão quente.
Mas quando acordo tudo desaparece da minha
cabeça.
Mas quando acordo tudo desaparece da minha cabeça
Mas só agora e que percebi que são sonhos.
Sonhos estes que estou recordando-te a noite da
minha cabeça.
Mas só sonhava contigo não sabia a razão pelo
qual acontecia.
E voltou a acontecer mais uma noite quando percebi
de que algo estava errado.
E perguntava-me várias vezes.
Porque é que isto me acontece?
E fui-me perguntando.
Até que um dia me apercebi que eram sonhos de amor.
Sonhos que sonhava contigo todos os dias a noite.
E quando estou contigo e que percebo realmente aquilo
que sinto por ti,
E aquilo que sinto por ti e um grande amor.
Um amor verdadeiro de que nunca será esquecido.

Foto de fisko

Queimem-me os olhos, com razão, também sou filho de Deus.

Romperam-se as vidas, os prados repletos de alegria, a alma que tresandava a tudo o que era o que eu queria. E eu? Que é feito de mim que também sou filho do divino? Não era mais sensato queimarem-me vivo ou atirarem-me ao mar grande do que me dar a provar esta loucura que é o adeus de quem se afeiçoou à vida deste pobre homem?
Não há Primavera mais fria que esta, para um homem que sempre deu tudo e agora se vê obrigado a apagar uma vida.

Há quem me mereça, divino iníquo, mas então porque razão puseste tal sentimento à frente do olhar e do coração deste homem se não é este o seu fado mesurado?

Vós Deuses, que não vivem porque alguém já vos tirou a vida, nem que tivesse sido uma constipação pelo caminho de casa ou a solidão que a morte nos dá, vós que não existem por razão qualquer senão essa mesmo, existir, exijo aqui perante a lei da vida saber o motivo de me consumirem com este sufoco! Ah, pudesse eu guardar-vos as estrelas e só as repor no céu na altura em que me explicassem o sentido disto.

Para que foi então tudo isto? Expliquem-me, vá! Fiz eu assim tão mal a alguma alma? Terei eu perdido a vontade de sonhar sozinho?!

Ah, arranquem-me já a alma fraca deste corpo farto de alucinações e paixões sem sentido e já, que quero esvaziar-me de sentimentos ambíguos e despedidas que nunca chegaram a acontecer certamente, pelo menos para mim.

Meu Deus, mas que mal fiz eu?
(...)

Foto de Anderson Maciel

TRISTE DOMINGO

Durante uma triste noite de domingo
Vejo suas fotos, você está tão linda
Vibro com vontade de me suicidar
Sinto falta de você perto de mim

E quando mais precisei você estava lá
Na minha hora mais obscura você veio
Meu medo foi retirado de minhas entranhas
Pulsando o coração vagava lentamente

Dentro de minhas alucinações sentia
Quanto era majestoso o seu poder
Tragado pela ignorância vi você ir embora
Sozinho pranteei , sem você perto de mim. Anderson Poeta

Foto de Diario de uma bruxa

Alem da realidade, é mais que virtual

Sonho com você todas as noites
Sua voz fixou em minha mente
Não tenho como explicar
A sensação gostosa ao te ouvir falar

Não tenho o que dizer
Só sei que sou louca por você
É complicada minha situação
Mas você enfeitiçou meu coração

Agora pareço maluca
Ouço sua voz me chamar
Tenho você em meu pensamento todo instante
Desejo te encontrar
Mas não sei se devo a tal desleixo

Você enfatizou-me
Dominou minha mente meus sonhos
Agora até acordada te encontro em
Meus devaneios
Em minhas alucinações

É o meu desejo inconsciente
Que me faz delirar
Que me leva até você
Um encontro espiritual
Mas isso é fora do normal
É alem da realidade
É mais que virtual.

Poema as Bruxas http://www.portaldabruxa.blogspot.com/

Foto de Sharise Meirelles

Êxtase

As coisas ditas,
Os segredos guardados,
Os planos feitos e as nossas coisas,
As coisas que nunca dividimos com ninguém.
O gosto do teu beijo ainda corrói meu sangue,
Deixa-o impuro, incapaz de se defender de algo tão forte.
E faz meu coração pulsar mais forte cada vez que teu cheiro cruza meu caminho
E me faz perder a rota do certo,
E balanço na linha imaginária do certo e do errado.
Preparando-me para cair de braços abertos no inferno onde você me deixa quando retorna.
E sempre, que retorna são os mesmos sintomas doentios,
Alucinações, ilusões e projeções de um futuro que obviamente jamias virá.
Não por minha decisão, mas pela falta de coragem que tinge o coração de quem eu amo.
E me deixa lá, perdida, sem poder voltar a superfície,
Para nadar pra longe do fogo em que você me envolve simultaneamente por medo de se arrepender depois,
Por medo de descobrir o que é amar...
E acima de tudo, por vergonha de ter que retirar tudo de mau que um dia foi dito sobre mim.
E assim me deixa lá, como um step.
Que me usa como uma reserva de forças guardada especialmente para você,
Onde você se recarrega, se alimenta e se refaz.
Quando sente que seu coração aperta e diminui
Quando permite que ele sinta a minha falta.
Quando o deixa demonstrara saudade que ele emite por não me ter.
Quando ele fizer você perceber que o meu amor é o teu refúgio, e que por isso, é sempre a ele que você recorre.
Portanto, lá você me mantém prisioneira, no calor dos teus braços.
Queimando no teu fogo.
O fogo que eu odeio, por amar tanto.
O veneno mais corrosivo e delicioso de todos os tempos.
O mais doce gosto de veneno, que causa êxtase em todo o meu ser.
O êxtase, que o teu amor venenoso produz em mim.

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