Agonia

Foto de José Rafael

AMOR DISTANTE

Ao ver-me na solidão
e desolado com a tristeza,
percebi que tua ausência
se perdera na distância
bem longe do meu olhar.
Lavrava em mim a amargura
de não amar tua beleza,
turvaram os meus olhos
e a minha boca emudecida
contagiada pela incerteza
deixou a palavra adormecida
no limiar da minha razão.
Se o silêncio ateia a dor
do distante coração
que a mágoa dura e fria
arda na chama amarga do fel
e queime toda a minha solidão
e todo o meu negrume de agonia,
inundando minha vida
de outro amor e outra paixão.

José Rafael

Foto de poeta_maldito

meu anjo Ariadine

Anjo que eu ví!
Tão Majestoso,que nem sei
Ao certo se estava alí!

Mas que Anjo é este?
Tão celestial?
Que me faz
Perder os sentidos?

Ah! Anjo.
Quando te vejo,confesso,
Fico sem saber
O que fazer!

Mas Anjo, saiba
Que no fundo
Tu és o
Meu bem querer.

O teu olhar ilumina
O meu dia;
O teu sorriso afasta
Toda a minha agonia.

Saiba que um dia,Anjo!
Pode demorar,mas espero;
Vou ter-te
Sempre por perto!

Obrigado,Anjo,
Por existir!
Ao Anjo mais lindo
Que conheci!!!
te amo Ariadine....

Foto de Agata

Meu coração (Agata)

Peço que devolvas,

Que devolvas meu coração

Que inevitavelmente,

Foi parar na tua mão

Que outro tipo de poesia

eu posso fazer?

Se é esse sentimento, essa magia,

Que invade o meu ser...



Por que tudo teve que acabar?

É tão triste o fim...

Eu não queria chorar,

Nem que acabasse assim...

Cá estou de novo a escrever,

Poesias tristes, poesias de amor,

Contudo juro nunca desistir,

Quiçá um dia passe essa dor

E possa de novo meu coração abrir.

Apesar de tudo,

No meu coração existe uma pequena esperança,

Que me faz sorrir e cantar,

Como uma alegre criança...

Anjos dourados levaram até ti

A chave do meu coração,

Por isso peço e suplico que devolvas

Para que eu possa abrandar essa paixão

Esperando amanhecer

Meu coração ansioso está,

Para que junto com as flores

Possa desabrochar

Suplico a todos ajuda:

-Ajudem a recuperar, por favor...

A chave do meu coração

Que está com meu amor...

Ops, tinha-me esquecido,

Distraído por um momento,

Agora ele é só um amigo...

Que grande descontentamento!

E assim eu termino,

Essa simples poesia,

Nem alegre, nem triste

E com pouca agonia...

Agata

Foto de Raoni

O Mal do Amor (Raoni)

Acordo com batidas na porta no meio da madrugada

Madrugada que dá medo, madrugada sinistra

Abro a porta vejo uma senhora que só de olhar me arrepia

Eu então pergunto: O que quer, por qual motivo me fez acordar de repente

Ela então responde: Venha meu rapaz temos muito o que conversar pela frente



Assim se inicia o diálogo:

( eu ) Quem é você ? O que faz ? Eu não a entendo

(a senhora ) Você já vai saber quem sou. O que faço ? Eu acabo com o sofrimento

(a senhora) Sei que sofre do coração

(eu) Do coração? Desculpe – me mas a senhora está fazendo alguma confusão.

(a senhora) Não estou não, sei de algo que quando escuta sai em disparada para olhar e seu coração começa a palpitar.

(a senhora ) É um mal que todo mundo está sofrendo.

(eu) Ah já sei é falta de dinheiro

(a senhora) Não seja bobo, falo de uma coisa que ao sentir todos os sentimentos começam a surgir

(eu) Ahá é vontade de fazer xixi, pois quando isso acontece desperta todos os sentimentos ansiedade, raiva, agonia ai depois que agente termina vem aquela alegria.

(a senhora) Meu deus quanta besteira, bem meu rapaz vamos seu tempo está para se acabar.

(eu) Como assim ? Ir aonde ?

(eu) Alias você não me respondeu quem é você ?

( a senhora ) É seu tempo acabou você está mesmo sem sorte.

( a senhora ) Ah me desculpe quem eu sou ? muito prazer eu sou a morte.

( eu ) Xiiiii ! danou – se, mas você vai me matar assim sem dor ?

( a morte ) Meu bom homem não existe algo no mundo que faça sofrer mais de dor quanto ao mal de morrer de amor.

Raoni

Foto de Patrícia

Canção Perdida (Guerra Junqueiro)

Hálitos de lilás, de violeta e d'opala,

Roxas macerações de dor e d'agonia,

O campo, anoitecendo e adormecendo, exala...

Triste, canta uma voz na síncope do dia:

Alguém de mim se não lembra

Nas terras de além do mar...

Ó Morte, dava-te a vida

Se tu lha fosses levar!

Ó Morte, dava-te a vida

Se tu lha fosses levar!


Com o beijo do sol na face cadavérica,

Beijo que a morte esvai em palidez algente,

Eis a Lua a boiar sonâmbula e quimérica...

Doce, canta uma voz melancolicamente:

O meu amor escondi-o

Numa cova ao pé do mar...

Morre o amor, vive a saudade...

Morre o Sol, olha o luar!

Morre o amor, vive a saudade...

Morre o Sol, olha o luar!

Lactescente a neblina pálida flutua,

Diluindo, evaporando os montes de granito

Em colossos de sonho, extasiados de Lua...

Flébil, chora uma vez no letargo infinito:

Quem dá ais, ó rouxinol,

Lá para as bandas do mar?

É o meu amor que na cova

Leva as noites a chorar!

É o meu amor que na cova

Leva as noites a chorar!

A Lua enorme, a Lua argêntea, a Lua calma

Imponderalizou a natureza inteira,

Descondensou-a em fluido e embebeu-a em alma.

Triste, expira uma voz na canção derradeira:

Ó meu amor, dorme, dorme

Na areia fina do mar,

Que em antes da estrela d'alva

Contigo me irei deitar!

Que em antes da estrela d'alva

Contigo me irei deitar!

Guerra Junqueiro (1850 - 1923)

Foto de quimnogueira

Queria ser o teu relógio...(Quim Nogueira)



...serei o teu relógio...

...dizia-te eu , há pouco...

...o relógio da tua alma e do teu próprio corpo...

...o relógio do teu sabor e do meu sentir...do meu riso...da minha voz...

...incendiando os teus desejos...

...serei o teu relógio...

...dizia-te eu, há pouco...

...o relógio da fruição sonora ecoando dentro de ti...

...não te fazendo esperar como os minutos desta hora deste relógio que há em mim...

...ecoando em ti...

...numa ânsia de libertação de desejos apaixonados...

...num libido mental em constante crescendo...

...serei o teu relógio...

...dizia-te eu, há pouco...

...o relógio das horas alucinadas e felizes dos encontros esperados e desesperados...

...duma espera na ânsia de que o relógio pare...

...e os nossos corpos se encontrem num momento eterno de paixão...

...e ardor, sentindo teu corpo leve de pele acetinada feito...

...deleitando-me com o fogo do teu querer...

...e também da minha vontade de ti...

...serei o teu relógio...

...dizia-te eu, há pouco...

...o relógio das horas sem repouso num corpo morno...

...denso e arrebatador...

...numa onda frenética de prazer e dor...

...nos momentos em que o relógio não conta os momentos de em ti deixar...

...todo o meu amor...

...e... o relógio pára...

...pára, para que o tempo não se esgote...

...pára, para que os nossos corpos se fundam

num misto de agonia...

...num misto de prazer, êxtase e dor...

...e não mais exista a monotonia das horas vividas sem ti...

...e no fim, em espuma me espraiarei sobre o teu corpo lindo...

...deixarei de ser o teu relógio...

...o tempo deixou de existir...

...passarei a ser a tua própria existência...

Quim Nogueira

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