Blog de Vadevino

Quem foi ao cemitério
Pra ver quem já morreu,
Voltou pra casa triste –
Nenhum morto apareceu.

Quem foi ao cemitério
Acender vela, levar rosa,
Conversou co’a sepultura –
O defunto não quis prosa.

Quem foi ao cemitério
Pra rezar, fazer prece,
Devia orar por si mesmo –
O falecido não carece.

Quem foi ao cemitério
Não parou pra pensar,
Que é melhor ver os vivos!
Então... venha me visitar!

“O dia é dos mortos mas quem aproveita o feriado são os vivos”.

Dizem que o Sasquatch
Mora na floresta.
Dorme de dia,
De noite faz festa.

Três metros de altura,
Um grande cabeção,
Cara de macaco,
Um baita pezão.

Come folha, come fruta.
Não é do tipo social.
Não gosta de companhia.
Não tem pressão arterial.

Anda igual humano
Com nobre postura.
No manto noturno
Disfarça a feiúra.

Dizem que foi “Darwin”
Aquele que o descobriu,
Quando, estava de férias,
Nas matas do Brasil.

No conceito dele
(O primeiro da fila)
Era o “elo que faltava”
Entre ele e o gorila.

Por uns tempos viajou
Às custas duma ONG.
Em Hollywood foi ator –
Fez papel de King Kong.

Livre na natureza.
Sem fonte de renda.
Não é bicho nem gente –
Não é fato nem lenda.

Fiz uma pesquisa
De um ano e meio,
E o resultado
Divulgo sem receio:
De poeta e motorista
O mundo está cheio!

O Sancho Pança
Caminha em paz,
A pança na frente,
O Sancho atrás.

Muito me admira
O contraste dessa cena:
Numa casa tão grande
Morar gente tão pequena!

Antes de morrer
Decreto esta lei:
Não me mandem coroa
Porque nunca fui rei.

Poesias não dão em àrvores
Seja qual for a estação.
Poesias são como flores
Que brotam do coração!

Não está no “shopping center”.
Não precisa ser comprado.
O melhor presente do mundo
Por qualquer um pode ser dado:
É um abraço apertado!

Quando liga o chuveiro
O moço canta feliz!
Gosta tanto da cantiga
Que ele mesmo pede bis!

Por obséquio, motorista:
À vida não desacate.
Se não me pode ressuscitar
Então, não me mate!