POEMA ESCRAVIZADO
Era uma vez um pai e uma mãe
Que queriam tanto amar,
Mas nada podiam fazer, nem mal nem bem,
Pois, para a vida teriam que lutar…
Os pais ali estavam e a guerra decorria
Com uma pena imensa, por sua Criança que estava a sofrer;
Pelos braços abaixo, sangue escorria
E imensas dores tinham por verem sua filha morrer…
Seu Mundo escravizado,
Para toda a eternidade;
Seu sonho estava estragado
Que era toda a fraternidade…
Olhares tristes como a morte,
Rostos descaídos como a revolta,
Lábios silenciosos como um deserto,
Pele arrepiada como o medo…
A alma de pequena porte
E a esperança que nunca mais volta,
O tempo que é incerto
Com a vida que causava tal tropeço…
O ódio que brilhava no olhar frio dos vencedores,
Que esmagaram na passagem, os vencidos…
Ao longe, pais a chorar;
Maldição de vida…!
Que a vida era só de ida,
E continuavam suas filhas adorar…
Enquanto à Criança,
Seus pais exclamavam:
“Pobre e querida Criança,
Quem nos dera teres mais uma esperança”…!