A tua boca é um rio.
Como é belo e suave o seu curso
extenso e incolor.
E que ternas e envolventes são as ondas
que o invadem e o possuem.
Quero-o desaguado em mim.
Vou te chamar de meu. Porque
a tua boca é um rio
onde sacio toda a minha sede
onde abarcam todos os meus beijos
onde flutuam todos os meus sonhos.
E quando vier a tempestade
podes guardar-te no porto da minha paixão.
Estará sempre aberto para ti. Talvez
só para ti. Certamente só para ti.
É. A tua boca é um rio.
E como é bom morrer a pouco e pouco
afogado na doçura do teu rio.