MÃOS
Se teu corpo cansado der por vencido
Na estrada contida, na batalha perdida.
Só tuas mãos, genias no riso e na dor.
Manterão sempre acesa a luz do amor
Mãos que juntas na prece, no momento supremo.
Quando mal dado a vida se junta também.
Mãos que abençoam o filho ingrato
Que parte talvez para sempre
Depois vão tecer o casaco de lã
Para o neto que vai nascer
Mãos que dão retiro aos que foram vencidos na vida
E nunca recusam um gesto de perdão
Mãos que tocam no violino a canção divina
Que faz dos homens irmãos
Mãos que após o silencio que cai sobre a vida
Se juntam ao silencio, àquelas que um dia foram mãos.