Não sou de muitas falas
Sem falar não sei mais quem sou
Pouco mais sei do que o que faço
Sou pouco mais daquilo que sou
Queria ser ainda muito melhor
Mas não sei como fazer
Muita vez queria sumir
Ou mesmo até desaparecer
Amava ter tido muito mais
Bem tentei mas sem o ter
Tanta vez queria sumir
Mas muitas mais desejo viver
Sou tudo o que está escrito
É o que sei melhor fazer
Falo por meio da escrita
Onde falo do meu viver
Posso até falar demais
E escrever o que não devia
Na escrita me solto
A falar eu não o diria
Sou mesmo de poucas falas
Quem me conhece sabe-o bem
Na escrita consigo dizer
O que a minha alma tem
De: António Candeias