Blog de Paulo Gondim

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Caos

CAOS
Paulo Gondim
10/06/2008

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Sou espectro de mim
Um reflexo de ti
Sombra obscura na noite
Sol opaco no poente
Gritos na escuridão
Alma ferida, perdida
Um vácuo na solidão

Busca sem resposta
Num eco que se esvai
Folha seca que cai
Natureza morta

Eis o que sobrou
O pouco que ficou
De tudo o que se fez
Do que se foi e fui
Apenas reflexo da dor
Que na alma se dilui

E voltas são dadas
Como carrossel
Como redemoinho
No vento frio da noite
À beira do caminho
Sem saber aonde chegar

E, aí, o caos
Na confusão da mente
No ego ausente
Onde estou?
Quem sou?

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Doce lembrança

DOCE LEMBRANÇA
Paulo Gondim
08/06/2008

Te vejo na praia, na areia
Como sereia em sono leve
E antes que saias, que a onda quebre
E apague teu rastro, volto a te ver
E vejo a calma de teu corpo nu
Num sono de anjo
Ao som de um banjo
No vento sul

E nessa imagem, ao longe viajo
Nas asas do vento, no pensamento
Que me enche a alma
Tu vens como vaga, como ventania
Em sussurros da tarde
Que meu peito invade
De melancolia

E na branca areia de grãos pequeninos
Foram teus carinhos que me aqueceram
Na doce ilusão de tua presença
Ali, no descanso, nessa mansidão
Que de longe via, na doce magia
Dessa emoção

E o vento chegou, desta vez mais quente
Trazendo do mar o sopro da noite
Levando consigo o sol ao poente
Como viajante, num céu de cristais
E volto à areia, não te vejo mais
Ficou a lembrança, morreu a esperança
Na doce lembrança, de meus tristes ais

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Viagem

VIAGEM
Paulo Gondim
08/06/2008

Andei por terras distantes
Muitos sonhos se perderam
Na imensidão de tua saudade
Na solidão de meus dias
Na minha dura realidade

Fugi de mim, nem sei porquê
Só sei que me vi mais só
Embora sem te esquecer
Tudo em volta era estranho
Tudo parecia morto
Tudo muito enfadonho

E vi que não te esquecia
Todo esforço foi em vão
A distância te fez mais perto
A saudade um tiro certo
Tratei de voltar logo
E te abrir o coração.

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Provocação

Provocação
Paulo Gondim
27/05/2008

Tenho-te nos meus sonhos
Como luz, Que a ti me induz
Com os mais bonitos pensamentos
E neles, o teu corpo nú

E ficaram nos meus olhos tuas curvas
Nas minhas mãos, teus seios
Como troféu de ledo encanto
Da insinuação daquele encontro

O impossível prevaleceu no fim
E viverá até quando? Não sei...
Se me confundes e me provocas assim
Na mostra do que sempre desejei

Na configuração de cada imagem
O imaginário foi proposto
como prova da minha resistência
Na dança leve de cada pensamento
Do que se viu antes e do que virá depois
Como surpresa, como presente
Da imagem fixa que ficou na mente

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Louvo minha mãe

LOUVO MINHA MÃE
Paulo Gondim

Não vou escrever como a maioria escreve
Versos de lamento, de desculpas
Pela perda da mãe.
Já escrevei, não escrevo mais

Hoje, escrevo versos de louvor
De agradecimento, de ternura
De reconhecimento, de amor
Por quem nesta vida, se fez vida
Não dispensou aventura
Na defesa da cria indefesa
Como fortaleza, nua e crua.

Por isso louvo essa criatura
Corajosa, forte, destemida
Que divide com Deus
A continuidade da vida
Ela pare, Ele (Deus) cria
Dizem os pobres na sua crença fria
Mas é a ela que buscamos
Nas horas de agonia

Por isso não choro a perda,
Já chorei, não choro mais!
Tenho boa lembrança
De amor, de esperança
Daquela mulher franzina
Miúda, mas de muita coragem!
Que guiou meus passos
Me deu muitas surras
Pra me fazer homem
E estava certa: me fez..

Por isso, agradeço e sorrio
Quando me lembro dela
E me sinto feliz
Porque sou na vida
Pelo menos parte
Do que ela sempre quis!

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É assim o meu amor

É ASSIM O MEU AMOR
Paulo Gondim
08/04/2008

Infinitamente, te amarei
Mesmo que tudo conspire contra mim
Eu enfrentarei todos e tudo
Não medirei esforço, gritarei te amo!
De peito aberto. Jamais ficarei mudo

Mesmo que todo o mundo fique contra
Encontrarei forças para continuar
Tornar-me-ei forte, destemido
Jamais terei medo de te amar

É assim o meu amor por ti
Capaz de remover as mais altas montanhas
Escalar picos, romper oceanos
Um amor forte, como a natureza
Capaz de realizar todos os meus planos

E por onde quer que vás
Contigo estarei, ali, sempre por perto
Nos meus sonhos, na minha saudade
Na lembrança terna de tua ausência
Para meu prazer, para minha vaidade

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Ah... Essas mulheres

Ah... Essas mulheres....
Paulo Gondim
27/03/2008

Ah... Essas mulheres...
Que aparecem como a luz
Brilham, fogem, escapam
Num faz de conta que a tudo seduz

E no redemoinho que me conduz
Vejo-me como folha seca, voando,
Sem saber onde vou parar
E, assim, deixo o vento me levar

A beleza de uma, a sedução
O caminhar leve, fascinante
No balançar suave dos quadris
Em gestos sempre sutis

A alegria de outra, a satisfação
No encontrar furtivo, no olhar altivo
Na coragem de bater com a vida
De frente, sem medo, atrevida

A dependência de outra, a fraqueza
Que antes usou como esperteza
Pra conseguir sucesso e afeto
E me mantém sempre por perto

Outras pacientes, carentes
Esperam sua vez, passivas
Nada reclamam, apenas amam
Aproveitam o que a vida pode dar
Sabem que sua hora vai chegar

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Leitura de Páscoa

LEITURA DE PÁSCOA
Paulo Gondim
19/03/2008

Meros idólatras
Hipócritas
Idiotas
O que são
Escravos do consumo
Num sempre querer mais
De insatisfeita vontade
Pura vaidade

E seguem beligerantes
Em batalhas extravagantes
Imaginárias, mas seguem
Em absurda competição
O limite é céu
Mesmo sem troféu

É o homem só
Atirado à disputa
Nessa inglória luta
Que é seu viver
Em nada mas crer
Não há mais virtude
E sua atitude
Não lhe deixa ver
A misericórdia
A comiseração
E que anda a seu lado
Também seu irmão

E sem compaixão
Sozinho, calado
Um crucificado
Mais um sem perdão

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Janelas da alma

JANELAS DA ALMA
Paulo Gondim
15/03/2008

Eu me vejo preso no meu pensamento
Enclausurado nos meus dias de tormento
Envolto em névoa fria, fosca, espessa
Que me expõe as entranhas, nesse padecer
Do lamentar diário, desse calvário
Que é minha vida sem você

E tento escapar pelas janelas da alma
Dou voltas pelo quarto, perco a calma
Olho mais uma vez a rua, a rua escura
A mesma rua que me viu crescer
Que já não é a mesma, envelheceu
Como eu, que perdi anos, sem te ver

E continuo preso, inerte, sem saída
Na expiação de minha culpa tão doída
Escapar dessa agonia é o que me importa
Antes que se torne em mim obsessão
Que já se avizinha, que já se prenuncia
Como castigo de viver só esta paixão

E aí, mais uma vez, nas janelas da alma
Olho para fora e vejo amarelada palma
Do velho coqueiro em frente à porta
Nele, vejo tuas mãos, agitando os dedos
Como sonho, que vagamente me conforta
E que ouve, calado, meus segredos

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A morte do operário

A MORTE DO OPERÁRIO
Paulo Gondim
09/03/2008

Um fato qualquer. Sem importância
Assim foi a morte do pobre operário
Até houve um choro natural
Dos primeiros minutos
Das primeiras horas
Nem um dia se completou

No dia seguinte, a realidade.
Morto pobre não deixa saudade
Para os filhos, a liberdade
Que antes já tinham, contra sua vontade
Por muito desprezo, falta de respeito
Era o que recebia, na vida sem valia

A mulher, no seu jeito sempre roto
Nem chorou. Nem simulou
(Acho até que festejou...)
Marido bom é marido morto!

E viverão, filhos, netos e a esposa ausente
Que mal no velório se fez presente
Da minguada e escassa pensão, mas viverão
Será mais simples a divisão
Sem o marido, sem o pai, sobra mais ração

Sobra mais dinheiro no fim do mês
Viverão melhores, na sua pequenez
Enganados, acomodados na sua mesquinhez
Vão viver à custa dessa mísera pensão
Improdutivos, até que gastem o último tostão

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