Blog de Paulo Gondim

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Veredas

VEREDAS
Paulo Gondim
28/11/2008

Assim foram meus caminhos
Um a um de estreitas veredas
Caminhei-os, só, todos eles
Obstinado na minha procura
Passei a vida a fio de navalha
Senti o medo que a noite espalha
Eu só, essa estranha criatura

Na lonjura sem fim do horizonte
A esperança, pouco a pouco, definhava
Os pés cansados perdiam-se no pó
E o chegar mais difícil inda ficava
Na confusão de minha mente embaralhada
Já não sabia onde daria aquela estrada
E nem sabia mais porque tanto caminhava

E no limiar absoluto desse transe
Minh’alma se desfez em agonia
Me vi nu, em vias tortuosas
Já não reconhecia mais nenhum caminho
Tornaram-se ainda mais estreitos
Irreconhecíveis, cheios de defeitos
Não vi saída e fiquei, ali, sozinho.

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Ermo da alma

Ermo da alma
Paulo Gondim
28/11/2008

Do nada, vi surgirem gritos
Ecos surdos na imensidão
Ermo da alma, ausência de calma
Feridas mórbidas de uma paixão

O chamado da morte se avizinha
Na sua voz rouca de terror
Gemidos soam pela noite afora
E o céu se enche de pavor

Notícias tristes que se espalham
Em remessas sórdidas do além
Doses inócuas de frio desalento
Cartas que ficam, outras que não vêm

E de um vale escuro e tenebroso
O escarro fúnebre já se faz ouvir
No beijo fatal, último e derradeiro
Da criatura feia que se faz sentir
******
Título anterior: "o chamado", modificado com aprovação da poetisa DARSHAM.

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Queixas

QUEIXAS
Paulo Gondim
26/11/2008

Ah, infinitas queixas
E assim me deixas
No teu desdenhar
No fingir que queres
Ou que mais te esperes
Se quiser sonhar

E pior que quero
Já que tanto espero
Mesmo sem saber
Que fazer de mim
Se um querer assim
Vai sobreviver

E o sonhar é vago
E no sonho afago
A desilusão
Que não quer ter fim
Que se hospeda em mim
Que se faz paixão

Ah, essas queixas tantas
Já que tu me espantas
Sem querer-me ouvir
Faz de conta e sai
Debochando, vai
E te pões a rir

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Voltas

VOLTAS
Paulo Gondim
24/11/2008

Voltas para mim como a brisa leve
Acordando aos poucos essa paixão
Que ficou ali, num canto da alma
Depois de ter fugido de minha mão

Voltas e reacende tudo, se faz chama
Aquece meu peito e me faz ver
O que ficou vivo na lembrança
Que ao tempo conseguiu sobrviver

Voltas como se fosse o amanhecer
Que se faz sonhos, desperta desejos
Quando me abraças e me envolve
Na ternura e no encanto de teus beijos

Voltas para um novo tempo
Para reviveres um amor adolescente
Que deu voltas por trilhas incertas
Que andou perdido como estrela cadente

Voltas porque acreditas no amor
E não descartas a possibilidade
De enxugar o pranto, de um novo encanto
E ter de volta tua felicidade

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Espera

ESPERA
Paulo Gondim
11/11/2008

Não quero que me esperes tanto, amada minha
E não te deixes consumir por essa ansiedade
Aguarda-me, só mais um pouco, é o que te peço
E ter-me-ás completo, ao vivo e de verdade

Sei que ficarás contanto dias, horas e minutos
Tudo para que entre nós tudo aconteça
Sei que sonhas a contar nuvens, com estrelas
E desejas que esta paixão inda mais cresça

E entre um pensamento e outro mais ameno
Toda a volúpia explode em emoção
E enche de prazer um coração pequeno

Que já não cabe mais tanto prazer
Que se faz calmo em palpitar sereno
Esperando aflito a hora de te ver.

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Encontro (dueto)

ENCONTRO (dueto)
Paulo Gondim e Iza Dias

Eu respiro o ar que você respira
E nele, toda a poesia me inspira
Como se fosse a lua, na noite fria
Que me faz mergulhar nessa doce fantasia
Teu sorriso é a paz que me acalma
E me faz ver bem dentro de min’alma.

Isso tudo me trás encanto e surpresa
E sei que me adoras, porém não sei quanto.

Quanto? Tudo o que a alma pode expor
Tudo o que o coração pode sentir
Tudo o que o sentimento pode transpor
Tudo o que o imaginário pode construir

Como meu amor não pode ser
Se não for para te oferecer.
Tudo o que meu coração possa desejar
Ele deseja está contigo, nesse lugar

E nesse compasso do que faço
Nesse momento de harmonia
Tudo o que quero é amar você
E ficar na sua companhia

A minha companhia você já tem
Os dias passam e eu quero te ver mais ainda
Mas só a companhia não me convém
Porém não quero que ela se finda

Vem, meu amor, enquanto há vida para nós dois
Sem nos preocuparmos com o agora e o depois
Apenas vem.
E vivamos o que nasce desse amor!

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Teu raio de sol

TEU RAIO DE SOL
Paulo Gondim
09/10/2008

Teu raio de sol não se apagou
Apenas escondeu-se nas nuvens
Logo voltará a brilhar

Ele virá com o canto dos pássaros
Numa alvorada de brisa leve
Despedindo-se das estrelas
Com o beijo suave da manhã

Então, esse raio de luz intensa
Aquecerá teu coração
Secará teu pranto
E iluminará tua alma

Como toda luz, fertilizará tua fé
E dela nascerão flores de paixão
E numa chuva de pétalas
Banhar-se-á teu coração.

E na beleza de um arco-íris
Viajarás em sonhos coloridos
Na noite, na madrugada, no arrebol
Seguindo à tua frente teu raio de sol

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Perda

PERDA
Paulo Gondim
07/10/2008

Eu sei que você se desiludiu comigo
Dei motivos e te magoei muito.

Vi suas lágrimas caírem, ouvi seu soluço
Esquecida num canto da sala
Como se fosse um animalzinho ferido

Vi seu olhar perdido, numa direção incerta
Vi sua mão estendida, pedindo ajuda
E não fui capaz de me comover
Toda minha frieza foi brutal
E saí sem querer te ver

Mas o tempo passou e me trouxe a culpa
Como ferida aberta em chaga viva
Que me queima o peito e dilacera a alma
Na saudade que agora me acompanha
Que me tortura e me faz perder a calma

E busco nos meus sonhos tua imagem doce
Tua presença amiga, tuas mãos macias
Que me enchiam de carinho e de afeto
Quando te tinha por perto
Sem nada cobrar
Sem nada exigir

Só agora me dou conta da perda
Dos anos passados fora de ti
Dos beijos que não te dei
Do afeto que te neguei

Por isso, tens razão. Nosso caso teve fim.
Reconheço a culpa e me dou em penitência
Purgo minha dor, aceito minha cruz
No calvário que me traz a tua ausência

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Primeira imagem

PRIMEIRA IMAGEM
Paulo Gondim
21/09/2008

Na meiguice de tua foto
Vi o teu sorriso escondido
Tímido, suave, meio perdido
Porém, misterioso
Como se não sorrisse
Como se não existisse

Na leveza de teu sorriso
Vi tua alma, quieta, calada
Assim, “como não quer nada”
Também misteriosa
Como se não falasse,
Como se só me escutasse

No brilho calmo de teus olhos
Vi a calma dos inocentes
Como crianças contentes
Com o primeiro brinquedo
E assim me fiz encantado
E assim me fiz enamorado

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Cilada

CILADA
Paulo Gondim
24/09/2008

O que faço de mim, se não me sinto,
Se não me encontro, se não me vejo?
Se essa busca constante não tem fim?
Se essa insegurança corre com o desejo
De que meus pés possam se firmar enfim?

E assim eu sigo nessa cega caminhada
Ofuscada pela neblina da dúvida
Perdida na névoa da incerteza
O ponto de chegada é marcado pela solidão

E o que faço de mim na hora da chegada?
Terei os pés no chão e alma acalmada?
O será um simples fim de uma caminhada
Que restou em vão, que não levou a nada.

E o que faço de mim nessa encruzilhada
Continuo andando ou faço uma parada?
A vida me cobra e me mostra essa cilada
Já não sei de mim, já não creio em nada.

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