Blog de Paulo Gondim

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CHATEAÇÃO

CHATEAÇÃO
Paulo Gondim
08/03/2009

Chateação. Como parte da vida
Figura amorfa que se espelha
Na parede fria da alma
Fere a pele, dilacera as entranhas

Parece praga. Não há antídoto
Vem pra ficar, como sombra
Como companhia insólita
Entra, nem sequer bate a porta

Se faz presente como vigia
No prazer mórbido de quem a traz
Como troféu de falsa vitória
Sem saber o mal que isto tudo faz

E o que fazer? Nada...
Apenas silenciar, como resposta
Deixar o tempo passar
Como melhor remédio
Só o tempo sabe curar.

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Só o tempo...

SÓ O TEMPO...
Paulo Gondim
02/03/2009

O cansaço me ronda como algoz
Meu silêncio se impõe sobre mim
Sobre minha vontade
Que me faz mudo
E me vejo mais só

O claustro me faz meditar
Na frieza de minha solidão
Num ego vazio
Ausente de paixão

E o tempo passa lento
Na sua rotina sempre igual
Entre paredes foscas de meu quarto
Segue a vida no seu rito canibal

E avalio prós e contras
O que sobrou e o que ainda virá
O que se fez e o que se fará
Se é que tempo ainda haverá

E só o tempo, assim, indiferente
Como juiz, há de me julgar
Há de me pedir contas
Há de sentenciar
Se terei prêmio ou castigo
Somente o tempo dirá...

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Estranha visão

ESTRANHA VISÃO
Paulo Gondim
24/02/2009

Escombros da alma
Gestos sem calma
Fúria do ser
Inóspita visão
Ignara ilusão
Abalado sofrer

Mergulho no escuro
Um feto imaturo
Que insiste em nascer
Mesmo que lhe aborte
O medo da morte
Precisa vencer

E a fúria se espalha
Em negra mortalha
Em gritos sombrios
Mistura de gozo
Num tom pavoroso
Em ecos tão frios

Rajadas de vento
Que se faz tormento
No frio açoite
Lamento se esvai
Em grito que vai
Afora, na noite

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Puro silêncio

PURO SILÊNCIO
Paulo Gondim
22/02/2009

No exílio da alma a que me impus
Lembro de você, como lenitivo para minha dor
O teto fosco e a luz pálida me acompanham
O que me faz ainda mais só

Os dias são longos, as noites infindas
Sem o carinho do seu beijo
E vejo fugir todo o desejo
Como se não houvesse vida

Só a árvore, fora da janela, se mexe.
Dentro do quarto, tudo é imóvel
Somente seu vulto me vem à mente
Na confusão de meus pensamentos

E assim são meus dias. Puro silêncio.
Que certamente será quebrado
Quando a porta se abrir, o sol surgir
E com ele, seu abraço terno
Seu beijo quente, seu sorriso doce
Que me fazem feliz

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Tu, nos meus sonhos

TU, NOS MEUS SONHOS
Paulo Gondim
06/02/2009

Andas no meu sentir como companhia
Que não descansa nem perde a vigília
Como o sonho que anda em minha mão
Que sai do nada e se atira ao infinito
Que não escuta o arfar do peito aflito
Andas como o sangue no meu coração

Povoas meu sono como pesadelo
Vens e vais na confusão de minha mente
Como vaga-lume se faz intermitente
E assim não consigo fugir de ti

E no alvorecer de um novo dia
Depois do sono em desalinho
Acordo, sequioso pelo teu carinho
Que sei me negas em desdém
Só tua figura se põe em fantasia
Como quadro na parede fria
Que me põe medo da noite que vem

É assim o meu viver sem ti
Apenas espectro de mim
Tu me ignoras, finges não me ver
E eu sigo perdendo meu querer

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Cansou-se

CANSOU-SE
Paulo Gondim
05/02/2009

Essa dor que não me deixa
Embora me faça queixa
Da mágoa que vou levar
Vai comigo a me seguir
Mesmo que não queira ir
Essa mágoa então persiste
Não quer mesmo me deixar

Dos sonhos que não sonhei
Do pouco que eu tentei
Teus mistérios revelar
O sonho ficou no chão
E nele, meu coração
Que cansou de ti, eu sei
Cansou-se de te esperar

A dor que se faz ferida
Em minha alma perdida
De tanto te procurar
Entre tanto desencontro
Já não vê nenhum encanto
A decepção foi tanta
Nem pensa mais em sonhar

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Desdém

DESDÉM
Paulo Gondim
05/02/2009

O que sabes de mim é pouco
Apenas o que queres, mais não importa
O que sei de ti? Quase nada...
Só a mágoa que minh’alma suporta

O que queres de mim, senão a amizade
Se do amor que é meu tu ignoras
Fazes pouco caso, ris e dissimulas
Desdenhas de mim e “fazes horas”

Desafias meu pobre e fraco coração
Somente para ver o quanto aguenta
Tripudias sobre meus sentimentos
E mais e mais a mágoa se assenta

Assim somos nós. Puro desencontro.
Já não me assusto nem medo sinto tanto
Teu desdenhar velado sobre mim
Já é marca registrada no meu pranto

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Um ciclo se fecha

UM CICLO SE FECHA
Paulo Gondim
26/01/2009

O arco-íris escondeu-se por trás da serra
E levou consigo o pote de ouro desejado
E nuvens de chumbo turbaram o céu
Que de muito escuro se fez feio e calado

Sinto que um ciclo começa a se fechar
Do que se fez, a contar, pouco resta
Poucas lembranças, de fraca memória
Já se avizinha, cá, o final da festa

E aquele arco-íris de cores vivas
Já não brilha tanto desta vez
Já não esconde o pote, nem o ouro
Perdeu-se na noite em sua palidez

E o que fazer do tempo que resta?
Juntar os pedaços, remendar feridas?
Recolher as vísceras decompostas
Das ilusões que há muito são perdidas

E o ciclo se fecha. Frio, impiedoso, lento...
Um fio de tempo inda corre em minhas veias
Levando o sangue podre do desprezo
Vampiros que me assustam em luas cheias

As amarras se soltam. O trem do destino apita
Faz-se breve a indesejada hora da partida
Embarcarei nele, como sempre, só
E que apague a luz, o último, na saída

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Paralelas

PARALELAS
Paulo Gondim
23/01/2009

Nossos rastros se dão em paralelas
Que se perdem na poeira dos caminhos
Desaparecem sem qualquer marca
Enquanto nós ficamos mais sozinhos

Nossos pés já se mostram calejados
De tantas paralelas percorridas
Que se estreitam e não têm fim
Se transformam em curvas perdidas

Na verdade, andamos em círculos
Nossos destinos não se encontram
Passam longe, um do outro
Fantasmas que entre si se espantam

E de círculo em círculo, nos perdemos
Em paralelas que não vão findar
Por mais que nós dois fujamos
Voltamos sempre ao mesmo lugar

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Angústia

ANGÚSTIA
Paulo Gondim
21/01/2009

Ouço gritos em repetidos ecos
No vale sombrio de minha solidão
Chamados que não se ouvem
Da angústia triste de um coração

Lagrimas que brotam da alma
Na lembrança do amor perdido
Do beijo que não foi trocado
Do abraço que não foi sentido

E aflora do peito a desesperança
Como revoada de surdos pardais
Na busca constante do encontro
Que se perdeu na tristeza de meus ais

A solidão é quem dita as regras
Imposta-se, cruel, diante de mim
Isola-me no meu eu perdido
Nessa prisão que nunca tem fim

E os gritos se tornam mais freqüentes
Ecos mais fortes pela noite escura
Vejo meus fantasmas um a um
A rondar-me nesta amargura

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