ALGOZ
Paulo Gondim
13/04/2014
O que me resta agora, senão o tempo
Esse mesmo tempo impiedoso, lento
Que me espreita de noite e dia
No seu caminhar de forma fria
E na solidão de minh’alma vazia
No abandono dessa fantasia
Lá está ele, o tempo, como algoz
Cobrando o resto que ficou de nós
Como rio sujo que mancha a foz
A saudade do que fomos a sós
Deságua em mim e me enche peito
Da certeza de um amor desfeito
E assim, o tempo me diz não ter mais jeito
Sem ver outra saída, digo a ele que aceito
Embora ao longe ouça sempre tua voz
Espero o tempo levar o que restou de nós