Blog de Oliveira Santos

Foto de Oliveira Santos

Tome Cuidado

Letra de um blues de minha autoria

Tome cuidado, meu amor
Para não acordar tarde demais
Talvez você desperte ao ronco do motor
E acabe ficando para trás

Eu posso esperar não sei por quanto tempo
Dias, meses, anos ou o resto da vida
Não se pode prever quando um sentimento
Surge, cresce, adormece ou faz sua despedida

Por isso eu lhe peço que preste atenção
Pois ainda está em tempo de pegar sua passagem
Você tem um passe livre pro meu coração
É só dizer que está disposta e iniciaremos a viagem

Não se preocupe com a bagagem
Tudo que importa no momento é poder estar contigo
Você vai gostar de ver as paisagens
Eu lhe garanto, meu amor, me dê a mão, venha comigo

Mas você pode continuar aí se achar melhor
Até que eu caia na estrada mesmo sozinho
Espero que depois você não se sinta só
Posso um dia retornar, mas não sei se pelo mesmo caminho

Então eu peço: tome cuidado, meu amor
Para não acordar tarde demais
Talvez você desperte ao ronco do motor
E veja que acabou ficando para trás

27/10/00

Foto de Oliveira Santos

Marginal Sentimental

Preso
Algemado
Pés e mãos atados
Amordaçado
Torturado
Julgado
Sentenciado
Trancafiado
Centos anos recluso
Dentro de mim
Em regime fechado
Sem liberdade condicional
Recurso ou apelação
Por ter cometido
Tais terríveis delitos:
Posse de bons sentimentos
Apologia à felicidade
E tráfico de carinho
Meu cúmplice, o coração
Arma do crime, o amor

23/11/10

Foto de Oliveira Santos

Cometa

Fulgura no céu da minh'alma
Clarão de estrela
Cintilando meu peito
Oculto nas trevas da solidão

Corpo celeste
Cometa da paixão
De cauda multicolorida
Embriagando minha visão

Rasga minha noite
Em veloz trajetória
Deixando nuvem de saudade
E de recordação

23/11/10

Foto de Oliveira Santos

Assim Mesmo

Eu pus minha calça desbotada
E os meus sapatos velhos
Uma camisa mal passada
Para onde vou é um mistério

Quero sumir, quero fugir
Para respirar, para descansar
Quero esquecer o que eu sofri
Quem sabe até não mais voltar

Mas a minha história é assim mesmo
Às vezes eu pareço tão a esmo
Sempre a mercê das coisas que possam me acontecer
Com uma pergunta ecoando sem ninguém para responder

Vou caminhar a beira-mar
Pensar na minha mocidade
E então parar dentro de um bar
Saber algumas novidades

Eu vou buscar em olhos alheios
O que me falta de emoções
E se os fins não justificam os meios
Eu tenho lá as minhas razões

Depois de tudo o que sobrou?
Um punhado de decepções
Falar de ódio ou de amor
Falar de pobres corações

E isolado no meu quarto escuro
Sentindo como o tempo me desgasta
Lamento pelo mundo ser tão duro
E o pranto é a única coisa que me basta

Mas a minha história é assim mesmo
Às vezes eu pareço tão a esmo
Sempre a mercê das coisas que possam me acontecer
Com uma pergunta ecoando sem ninguém para responder

18/02/01

Foto de Oliveira Santos

Todo Mundo É Ninguém

Vida curta, mundo estreito
Visão parca, desrespeito
Sobrevivendo nesta feroz competição
Subjugam, sobrepujam
Uns aos outros mais se sujam
A todo momento uma nova decepção

Retração dos sentimentos
Uma nova farsa, um novo tormento
Um novo degrau difícil de galgar
Sempre correndo contra o tempo
Tropeço, queda, derrota e lamento
As mãos nas rédeas sem poder para controlar

Vamos nos recolher à nossa insignificância
Todo mundo é ninguém, o resto é ignorância

O ferro fere, o tempo marca
Dando soco em ponta de faca
Na nossa eterna persistência em viver
Sofre, teima, lima e sua
Todos os dias, em todas as ruas
Esta labuta dá vontade de morrer

Pobres, gays e meretrizes
Também buscam seus dias felizes
Que força é essa que lhes fazem perdurar?
Cai a noite, perco o sono
Meninos de rua, cachorros sem dono
É justo perder as esperanças disso mudar

Vamos nos recolher à nossa insignificância
Todo mundo é ninguém, o resto é ignorância

23/09/98

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Tragicantiga De Roda

Poema adaptado da cantiga de roda Terezinha de Jesus

Terezinha de Jesus
Numa queda foi ao chão
Acudiram três cavalheiros
Cheios de preocupação

O primeiro foi seu pai
O segundo seu irmão
O terceiro seu marido
Segurando a sua mão

Foi levada ao hospital
Que tristeza de visão!
Gente pelos corredores
E largadas pelo chão

A sujeira toma conta
Nenhum doutor de plantão
A enfermeira dá uma olhada
E disse: "aqui dá jeito não"

Começou o corre-corre
A procura de atenção
Batendo de porta em porta
Sem encontrar solução

O desespero do seu pai
Tomou conta do seu irmão
E o marido estarrecido
Com toda essa situação

E Terezinha inconsciente
Sofre toda a judiação
De ficar indo e voltando
Passando de mão em mão

Se tem médico na casa
A fila dobra o quarteirão
Mas não adianta nada
Não tem material à mão

Terezinha de Jesus
Seu destino em outras mãos
Em meio a toda essa gente
Desprezada, morre então

Por ter chocado a cabeça
Sofreu uma grave lesão
Foi só mais uma infeliz
Que não encontrou salvação

25/06/97

Foto de Oliveira Santos

Auto Análise

Por quê sempre olho no espelho e vejo um homem de joelhos?
Por quê corro para janela para pular através dela?
Por quê essa dor me corrói a ponto de me deixar assim?
Por quê sinto a dor dos outros como se estivesse em mim?

Ando nas ruas cabisbaixo com medo de olhar para frente
Não quero olhar para ninguém, tenho fobia de gente
Eu corro louco entre as pessoas com medo de olhar para trás
Embora os gritos me atraiam, mas vi desgraça demais

O estampido anuncia que a mais um faltou a sorte
Assalto ou queima de arquivo, qualquer trilha leva à morte
Correndo bocas, becos, bares indivíduos se viciam
E batendo de porta em porta outros coitados se humilham

A fome assola os miseráveis torcendo seus intestinos
Sobrevivendo a todo custo por fibra ou por desatino
O jornal mostra em cores vivas seus sorrisos amarelos
Só assim é possível perceber quão grande é esse flagelo

Seres humanos se maltratam regredindo aos seus primórdios
Se chocando constantemente em relações de amor e ódio
E sempre esquecem seu discurso demagogo e sem moral
Que prega a compaixão eterna além do vivo e do imortal

27/08/97

Foto de Oliveira Santos

Vício

Acabo de lhe ter e já quero você de novo
E fico a garimpar migalhas em meio ao povo
Olhando vitrines, através dos vidros lhe ouço me chamar
Beirando a loucura, fissura querendo lhe saborear

Vício que me domina, que me desanima, me definha enfim
Vício me manipulando, rasgando, matando tudo dentro de mim

Vagando por todas as ruas me apoiando nas paredes
Um farrapo humano de pé que outra vez matou sua sede
Que mente, que engana, que rouba até mesmo seus próprios entes
Interno de um inferno moderno nessa condição demente

Vício que me domina, que me desanima, me definha enfim
Vício me manipulando, rasgando, matando tudo dentro de mim

Não sei o que acontece
É algo assim que cresce
Repentina sensação

Desejo incontrolável
E inalienável
Uma mortal sofreguidão

15/04/98

Foto de Oliveira Santos

Ignorância

Todos os dias sem saber
Por quanto tempo vão sofrer
Ou quantas vidas vão surgir
Ou vão se perder por aí

Não importa quão longe se vai
Nem o que se pode fazer
Não interessa quem vais sentir mais
Ninguém pode se esconder

Quais almas vão nos perturbar?
Que medo vai nos assombrar?
Quem poderá esclarecer
O que não dá pra perceber?

Para onde segue essa multidão
Que me arrasta como o mar
Que nem sabe por qual razão
Ela deve caminhar?

Ignorância
Somos cegos desde a infância
Ignorância
Um joguete sem importância

Já não há mais o que esperar
Nenhum milagre para rogar
O que vão nos oferecer?
Só mártires falsos para crer

E este mundo se desfaz
Nas garras da nossa ilusão
Tudo aquilo que ficou para trás
É lembrança e solidão

Ignorância
Somos cegos desde a infância
Ignorância
Um joguete sem importância

16/01/05

Foto de Oliveira Santos

Essas Coisas De Quem Ama

Não, eu não posso dizer
Nenhum dia sequer
Que eu não sinto sua falta

Não, eu não posso dizer
Que se você vier
Meu peito não se exalta

Eu quero o simples poder
De poder lhe abraçar sempre a qualquer momento
Quero poder lhe encontrar
Sem pensarmos no tempo

Não, eu não posso negar
E você sabe bem
Que esperar me angustia

Não, eu não posso negar
Que você e mais ninguém
Me faz bem todos os dias

Meu amor, não leve a mal
O ciúme é normal, não é falta de compreensão
Sei que devo ter paciência mesmo sendo tão difícil a situação

Meu amor
Espero que não zangue comigo
Essas coisas de quem ama realmente são difíceis de entender
Veja bem
Em mim você tem mais do que um amigo
Não lhe quero numa cama simplesmente por prazer

03/12/01

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