No alto de duas montanhas,
onde ao meio corre um rio,
no cume de cada uma delas,
tão alto de dar vertigens
estamos nós dois.
Cá em cima o vento, o ar escasso e o frio;
lá embaixo as pedras, a água do rio.
Quem me dera ser Ícaro e então ter a coragem
de tentar voar para ao outro lado chegar
(para poder te abraçar...)
Quem dera no mundo houvesse outro dilúvio
e o rio subisse até que eu te visse
refletida n'água, teu rosto, tua espádua
num brilho solar...
E então nela pular para poder te alcançar,
porém, não sei nadar.
18/07/96