Tão alva me sustém a própria lua
tão alva, no fulgor de argento
que dela se evola meu lamento
de vida solitária, como a sua...
como ela, sofro o encantamento
de longes, de passados, de distâncias
e com ela partilho as errâncias
por caminhos de negro e sofrimento...
e por essa alvura plena abraçada
eu sou raio de prata iluminada
na solitária noite intemporal...
sou rouxinol cativo, voz que chora
o encanto quebrado a cada aurora
no regresso ao pecado original!...
Maria Mamede