DEVASTO INCOLOR
O branco do papel
Convidou-me para um romance
Seu corpo transparente
Ludibriou-me os dedos
Devasto incolor
Roubaram-me palavras
E histórias também...
Convidou-me para um sonhar
Um conto ou segredo
Bem que poderia negar
Mas... Este branco
Me assalta de preenchimentos...
Então despertei a poesia
Palavras e palavras
Pela tinta esturricada
Extravasar a dor
Embora soubesse
Havia de me perder
Mas... Este branco
Me vara o pensamento
O branco do papel
Convidou-me para um confessar
Um amor que passou
Ou um medo!
Mas este branco do papel
Quem diria!
Sucumbiu na escrita.
Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Village Dezembro de 2008 no dia 22