Blog de manoel pereira da silva

Foto de manoel pereira da silva

A ESPERA (ZÉ POLINÕMIO)

A ESPERA (ZÉ POLINÔMIO)

A primeira moça passa e não diz nada
A outra moça passa apressada
O homem esnobe passa
Ela que devia passar não passa

A decepção chega e depois passa
A dor que não esperava chega e não passa
O homem com fome passa
E minha fome passa

Tudo passa na longa estrada
Deixando em mim a lembrança
Passa o encanto e o desencanto
Deixando só esperança

Passa o velho e passa o novo
Entre a multidão que passa
Todos passam de volta
Somente ela não passa

Passa rico e passa pobre
Passa o palhaço e faz graça
Passa o sorriso de meus lábios
E ela nunca que passa.

Passa-me a vontade de comer
Passa o dia e passa a noite
Passando não sei pra que.
Somente ela não passa
Não passa não sei por que.

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FUGA

FUGA (Zé Polinômio)

Não choro, não falo e não canto
A solidão ri de mim com gestos obscenos
As paredes me cercam (são quatro)
Estão armadas. (com concreto armado)
A fala não sai.
O choro não vem.
Nesta noite pretendo fugir pra São Luis;
Embora saiba que lá a poesia casou-se
E que o ultimo poeta enforcou-se.
Mas disseram-me que ainda resta o mar
E meu coração pintado de azulejos

O choro que prometeu vir
Não veio.
E o riso? Nada. (no mar de São Luís)
E a solidão? Continua a debochar de mim.
O silencio é tão silencio
Que não me deixa falar do presente
Sei apenas que existe
É real como essa luz
E como essa dor que persiste
Fugirei ainda nesta noite
Depois de subornar as paredes
E denunciar a solidão

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CANTIGAS

CANTIGAS (Zé Polinômio)

Meu coração bate fraco
Bate bem devagarzinho
Não é doença nem nada
É só falta de carinho

Se teu beijo tem veneno
Quero dele morrer.
Morrendo assim em teus braços
A morte não vai doer

Vem dar-me um beijinho
Que minha dor ameniza
Teu beijo é medicamento
Que meu coração precisa

Se me deres um beijo
Nada mais sinto doer
Meu coração moribundo
Mais forte passa bater

Chegastes cheias de amor
E alojastes em meu peito
Se teu amor é tão bom
Porque me dói desse jeito?

O amor e a saudade
Não são coisas diferentes
O amor nós faz sofrer
E a saudade dois dói na gente

Fiquei feliz em beijá-la
Mas logo fiquei tristonho
É que estava dormindo
E contigo tive um sonho

Ninguém vive tão só
Como sempre se pregoa
Pois sempre resta a saudade
Que nossa alma magoa

Tentei fugir da saudade
Que com o tempo chegou
Sair daqui por uns tempos
E com o tempo ela me achou

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CARTA DE UM MATEMATICO

CARTA DE UM MATEMATICO ( ZÉ POLINÕMIO)

Quadrante, 10 de 8tubro de 2008

Querida Com6São,

Elementos irracionais traçam planos para que eu saia pela tangente. Fiquei quociente quando analisei a questão. Considerei a hipótese que eu seja quadrado, mais não passei do limite. Pertenço ao um ciclo e não tenho razão para ser produto do meio. É natural fazer parte do x-tema e não sou radical em ver a coisa por outro ângulo. Às vezes ando em linha reta para cortar as curvas e nem por isto sou um produto notável. È falsa a afirmação que eu seja determinante sendo eu como seno vivo circulando de quadrante em quadrante e qualquer elemento não vazio pode ver meu sinal. Ontem, ao sair de ¼ fui taxado de descriminante sendo obrigado fazer uma mudança de base. Naquele intervalo acreditei ter o domínio e na mesma seqüência, observei um cateto, cuja imagem não parecia real. O tal cateto formava um ângulo e na medida em que eu dizia decimais, ele em seu ponto afirmava que era oposta a uma criatura cujo nome era Hipotenusa. Permutei algumas coisas fiz certos arranjos e senti quer mudei de expressão. Querida: juro 100% que se não tivesse potencia tinha mesmo saindo pela tangente ou quem sabe reduzido a uma simples fração ordinária. Con6são: em minha contagem tais elementos devem possuir um fator comum e necessito colocá-lo em evidência. Devo alinhar os pontos seguindo determinada proporção para não ser chamado de elemento neutro. Ah! Ia esquecendo: esses elementos dos quais te falei são Reais e por esta razão prefiro levá-lo em conta. Aceite os comprimentos integral deste que muito te ama.

Cosseno de “X”

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poema de pedras

POEMA DE PEDRAS (ZÉ POLINÕMIO)

Meu poema é de pedras
Jogadas e recebidas
E tantas outras encontradas
Pelos caminhos da vida

Meu poema nasceu das pedras
Encontradas no caminho.
Já o nosso amor nasceu de um sorriso
Quando me pegastes sozinho
Nosso amor cresceu, cresceu, cresceu...
Ficou velho virou pedra e morreu.

Pedras jogadas e recebidas
Assim prossegue a vida
Pedra continua pedra
Mesmo polida.

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POESIA DE UM MATEMATICO

Poesia de um matemático ZÉ POLIÕMIO)

Ao ver tua expressão radical
Senti-me um quadrado
È como se eu fosse um elemento neutro
Sem base, sem potencia e sem exponencial

Tracei muitas linhas e diagramas
100 a intenção de ser determinante
Queria apenas vê-la em evidencia
E você 60 ao meu lado
E acha que não tenho potencia

Tudo isso é sinal negativo
E não faz parte do x-tema
Nem precisa traçar paralela
Nem tese e nem formar teorema

70 por todo ½ ser produto notável
60 ao meu lado olhando por outro prisma
Com diferença impar a abrangente
Nada você soma e nada faz conta
Para você sou um descriminante
Que sempre sai pela tangente

Acho que tens razão. Sou mesmo um 10contente
E quociente de tais contas
Não tenho raiz e não tenho nada
Sou um elemento vazio
Sem limite e sem derivada

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