Blog de LolitaMadura

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Mulher Madura

No século XXI, com as mudanças climáticas
Me vêem alterações psicossomáticas
Também eu, mulher madura
Não me sinto no outono da existência
Meu verdor perdura
E o corpo exibe, ainda quente
O estado da minha mente
Será efeito do aquecimento global?
Ou serei apenas o retrato da mulher atual?
Misto de angústia e incerteza
Alegrias e grandeza
Egoísmo e generosidade
Sou hoje uma mulher de verdade

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MÚSICA - Todo amor que houver nessa vida (Cazuza)

Eu quero a sorte de um amor tranqüilo
Com sabor de fruta mordida
Nós na batida, no embalo da rede
Matando a sede na saliva
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum trocado pra dar garantia

Que ser artista no nosso convívio
Pelo inferno e céu de todo dia
Pra poesia que a gente não vive
Transformar o tédio em melodia
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum veneno antimonotonia

E se eu achar a tua fonte escondida
Te alcanço em cheio, o mel e a ferida
E o corpo inteiro como um furacão
Boca, nuca, mão e a tua mente não
Ser teu pão, ser tua comida
Todo amor que houver nessa vida
E algum remédio pra dar alegria

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MÚSICA - Elis Regina (Sérgio Natureza e Tunai)

As aparências enganam, aos que odeiam e aos que amam
Porque o amor e o ódio se irmanam na fogueira das paixões
Os corações pegam fogo e depois não há nada que os apague
se a combustão os persegue, as labaredas e as brasas são
O alimento, o veneno e o pão, o vinho seco, a recordação
Dos tempos idos de comunhão, sonhos vividos de conviver

As aparências enganam, aos que odeiam e aos que amam
Porque o amor e o ódio se irmanam na geleira das paixões
Os corações viram gelo e, depois, não há nada que os degele
Se a neve, cobrindo a pele, vai esfriando por dentro o ser
Não há mais forma de se aquecer, não há mais tempo de se esquentar
Não há mais nada pra se fazer, senão chorar sob o cobertor

As aparências enganam, aos que gelam e aos que inflamam
Porque o fogo e o gelo se irmanam no outono das paixões
Os corações cortam lenha e, depois, se preparam pra outro inverno
Mas o verão que os unira, ainda, vive e transpira ali
Nos corpos juntos na lareira, na reticente primavera
No insistente perfume de alguma coisa chamada amor.

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PARIS, AMOR MADURO

Rue Chappe, 18 arrondissement, Montmartre, Paris.
Um petit (e põe petit nisso) apartamento aos pés da Sacré-Coeur, donde se avista quase toda Paris, com um pouco de contorcionismo. Grades de ferro adornam a minúscula sacada do prédio antigo, mas cheio de charme. O elevador barulhento tem porta pantográfica e a banheira é daquelas brancas, antigas, com pezinho e torneira de latão. Duro mesmo é tirar a roupa num frio de rachar e esperar séculos até que um filete de água cubra ao menos o fundo, para esquentar os pés, já que não há chuveiro.

Mas estamos em Paris, que é uma festa!

Café na cama, champagne e baguete da venda da esquina. Escallier para a Place du Tertre
e uma tulipa de Tuborg no balcão. Metrô, museus, livrarias, prateleiras em Saint Germain de Prés...Me aquecer ao sol num de seu cafés e depois conter o desejo de comer churrasco grego nas carrocinhas do boulevard...

Jantar chez Frouin com vinho do terral de papá, de gravata borboleta, irretocável...
Dançar música africana no Zairean...

Passear na madrugada por Les Halles iluminada...
Jantar no Au Pied du Cochon e lembrar que a única regra é também a única promessa: ver o outro, sempre, com bons olhos.

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