Nunca soube ler os teus pensamentos.
Lembras-te daquele fim de tarde,
estavas sentada à beira da água,
brincávamos às adivinhas,
e perguntavas:
em que mão está a nuvem?
Eu dizia: na mão esquerda.
E tu dizias: é mentira, está na direita.
E era verdade.
Porque escondias as nuvens?
E eu nunca acertava.
A tarde fechou-se,
molhámos os pés na água do barranco,
apanhámos peixes à mão,
e rias tanto... porque rias assim?
Um nénufar acordou da água,
flutuou nos teus cabelos,
e uma libelinha voou do dia para a noite.
E fomos às nuvens.
Fim de Tarde
Data de publicação:
Domingo, 19 Dezembro, 2010 - 08:53
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