Hoje, olhei pela janela e revi minha vida.
Vi com assombro como anos se passaram; pela minha retina desfilava um filme em preto e branco do que já vivi.
Não percebi a rapidez de como as coisas mudaram; conceitos, pré-conceitos, amores, valores, pessoas...
Amores que pareciam eternos, se foram outros que pareciam passageiros que perduraram por tempo demais.
Sonhos acalentados, há muito perdidos, esquecidos no fundo do baú das lembranças envelhecidas... Revi essa velha companheira que insiste em me acompanhar: A SOLIDÃO.
Como o tempo passou tão rápido e não percebi?!?
Hoje descobri que um fio branco surgia entre os meus cabelos, como a lembrar-me que os anos são imperdoáveis à todos nós, e eu não estava imune a ele também.
Mirei-me no espelho, os olhos são os mesmos, a mesma coloração caramelada, esses parecem não envelhecer, ainda chamam atenção. Contudo, em volta deles, rugas teimam em querer aparecer, para lembrar-me uma vez mais que os anos passam por mim e vão deixando suas marcas registradas.
Pela Janela da vida, pude ver que os anos passaram num átimo de segundo, e o quanto o tempo é volátil, relativo... Preciso com urgência rever meus planos antes que seja tarde demais e eu perceba daqui trinta anos que me esqueci de fazer o mais importante: DE VIVER!
Onde será que andam as cores que me fazem tão feliz? Onde será que o meu "eu" está? Onde será que eu perdi o encanto de estar aqui?
Só tem uma coisa que odeio a respeito de escrever, só o faço quando estou muito triste.