Blog de jcguimaraes

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O que é fazer amor?





Uma vez, quando pequeno,
durante uma festa na vila
um senhor que tava na fila
da barraca do Nazareno
olhou pra dona Priscila,
e fez um gesto obsceno.

Muito abelhudo, fui lá perto,
pra poder ficar escutando
o que o velho tava falando
pra bela mulher do Alberto
e acabei presenciando,
um fato que não era certo.

Baixinho, com voz de tenor,
o senhor falava pra ela
que no final da novela
depois do patrocinador
iria pra casa dela
pra beijá-la e fazer amor.

Fazer amor? Como? Pensei.
Como é que eles fariam?
Que materiais usariam?
Quais ferramentas, não sei.

Nove meses se passaram
e um bebê me fez entender
o que esse senhor foi fazer
na casa que se encontraram.

Sua saída da festança
sem que fosse descoberto
fez nascer uma criança
e dois chifres no Alberto.



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22 ARCANOS





O Mago da natureza
exibe em forma de jogo,
repousados sobre a mesa,
terra, água, ar e fogo.

A influente Sacerdotisa,
símbolo da imortalidade,
dá à alma que agoniza,
a paz da espiritualidade.

Imperatriz e Imperador
que educam nobres herdeiros,
mostram que a fome e a dor
são sofrimentos passageiros.

O sábio Sumo Sacerdote,
grande voz do conhecimento,
antes que o mal nos derrote,
dá-nos luz e discernimento!

O jovem Enamorado
que corta o laço materno,
busca o amor açorado
para que seja eterno.

O Carro conduz, na verdade,
a vontade de seu condutor,
seu destino é a liberdade
seu desejo, o libertador.

A Justiça nos faz entender
que no peso de cada ação,
a balança deve pender
para o lado da razão.

O Ermitão se isola do mundo
para rever o seu próprio eu,
e num mergulho profundo
percebe o que não percebeu.

A Roda da Fortuna gira
como um ser em evolução,
que do passado retira
a herança da geração.

A Força dos nossos instintos
que nos faz agir sem pensar,
é caminho de labirintos
sem saída para encontrar.

O Enforcado nos aponta
o sentido da iniciação,
é quando a fé se confronta
com a grande transição.

A Morte nos faz renascer
com a purificação do fogo,
pois, das cinzas vamos crescer
para a nova etapa do jogo.

A Temperança realizadora,
é a força da purificação,
a alquimia que sintetiza
o poder da transformação.

O Diabo traz o oculto,
que perturba a nossa mente,
para um confronto adulto
com o que nos faz impotente.

A Torre destrói padrões,
quebra a estrutura do ser,
rompe com as relações,
para voltar a crescer.

A Estrela é inspiração,
é toda leveza do amor,
é o espírito em ascensão,
é a vida com esplendor.

A Lua nos faz mergulhar
nas profundezas da dor,
e descobrir ao chorar
a nossa força interior.

O Sol ilumina os caminhos,
da jornada espiritual,
na qual não estamos sozinhos,
como num grande ritual.

O Julgamento é necessário
no confronto de valores,
pois, senão, do contrário,
de nada valeram as dores.

O Mundo é o fim da jornada
que une os lados distantes,
é a premiação almejada,
o fim da busca incessante.

O Louco segue adiante,
na sua eterna procura,
um cavaleiro errante,
movido pela aventura.

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Pure(za) de Coração





Meu coração,
ficou tão diferente
do de antigamente
que não há tomógrafo
que consiga mostrar
seus novos contornos
ou mesmo registrar
radiograficamente
essas alterações.

Já meio cansado
de carregar emoções
em doses alternadas
das fortes às sutis,
das fatais às banais,
perdeu aquele formato
dos desenhos de criança.

Mais parece uma batata...

... mas em forma de purê!




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Orgulho de poeta

Inconsciente coletivo,
registro akáshico,
energia impregnada
e ondas sonoras
que pairam no ar.

Fazer poema
está na maneira
como organizamos
o que sentimos,
captamos e extraímos
da fonte universal.

Meros plágios
do sopro silencioso
do Poeta Mor.

Orgulho de que?

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Circunstâncias

Noite escura
ao relento
sem sol,
sem vento,
a bruma
se move
lentamente
ao encontro
de perfis
estáticos.

Eu me cubro
de água
em gotas,
num disfarce
perfeito!

Eu e você?

Quem sabe?

Ao nascer do sol,
fugiremos.

Cada um
para o seu lado,
pois, somos fiéis
um ao outro
quando nos vemos
na nitidez
da luz do dia.

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Primeiro beijo

Mais uma noite,
E mais uma vez,
A nossa razão
Com toda certeza
Cortaria o desejo.

Porém decidi,
Que não partiria
Sem antes sentir,
Suave que fosse,
Seus lábios nos meus.

Foi quando meus olhos
Romperam o medo
E pediram aos seus
Um sinal qualquer,
Breve que fosse.

E ao ver que seus olhos
Fitavam os meus
Com o mesmo desejo...

Nossos lábios se acharam
E mudos sentiram
O primeiro beijo.

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Música do coração

A sua voz,
Doce e suave
Buscava a melodia,
Tão suave quanto.

E ambas flutuavam
No pequeno espaço
Entre a sua boca
E o meu ouvido.

Ao fundo,
A verdadeira música
Tentava existir
E resistir,
Mas não conseguia.

Pois, a sua voz
Doce e suave,
Naquele momento,
Era o que mais tocava
O meu coração.

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A volta do poeta

Um poeta morreu de velhice
e foi para o céu apressado,
pois, achou que seria tolice
ver seu corpo sendo enterrado.

Deu adeus à terra densa,
despediu-se do cachorro
e foi atrás da recompensa,
voando por cima do morro.

Alegre como a criança
que deu seu primeiro passo,
voou rápido na esperança
de ver-se logo no espaço.

Passa pertinho da lua,
sua fonte de inspiração,
pára um pouco, flutua,
e fica prestando atenção.

Lá da terra, pensa ele,
a lua é muito mais bela;
ver um luar como aquele
e daqui, areia amarela?

Retoma seu vôo, frustrado,
mas continua a viagem
em busca do céu esperado
ou de uma bela paragem.

De repente leva um susto
e é quase atropelado,
um cometa passa justo
na frente do pobre coitado.

Lá de baixo, logo pensa,
isso é um estrela cadente
sua luz é mais intensa
e atende os desejos da gente.

Já com saudades da vida,
e muito desapontado,
de maneira decidida,
faz a volta apressado.

Mesmo morto, se consola,
e sem os desejos da carne,
posso ver jogo de bola
e curtir o meu desencarne.

Escrever poemas com rima
à sombra de um belo carvalho
e ficar olhando pra cima
sem ter que pensar em trabalho.

Ver de novo a lua nascendo,
curtindo, sentado no chão,
contando cometas descendo
até a próxima encarnação.

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Meus eus

Compartilho sonhos
com meu próprio eu...

Com meu eu solitário,
das batalhas perdidas,
das vitórias sofridas,
das ilusões vividas.

Compartilho dúvidas,
com meu próprio eu...

Com meu eu néscio,
aprendiz constante,
andarilho, caminhante,
cavaleiro errante.

Compartilho lágrimas,
com meu próprio eu...

Meu eu sensível,
das velhas emoções,
das únicas devoções,
das não-aceitações.

Compartilho esperanças,
com meu próprio eu...

Meu eu idealista,
dos eternos fervores,
dos únicos amores,
dos poetas, dos cantores,
dos piratas, dos conquistadores,
dos heróis, dos desertores,
das guerras, das flores,
dos teatros, dos autores,
das atrizes, dos atores,
dos palcos, dos bastidores,
dos vitoriosos, dos competidores,
dos contrapontos de valores.

Compartilho meus poemas,
com todos os meus eus...

Meus eus incertos,
fechados, abertos
e os ainda não descobertos.

Compartilho meus eus com os seus.

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Morte lenta

Navegas por oceanos
de lições desaprendidas
nas calmarias da mente
em correntes traiçoeiras.

Teus valores se debatem
na água fria do mar aberto
sem bote salva-vidas,
sem a ajuda de Deus.

Minhas antigas esperanças
devagar, submergem contigo,
numa descida de sufoco lento
e intensa retrospectiva.

No final, lá no fundo,
perderás a tua razão
e todas as outras
que levaste contigo.

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