A ogiva do meu ser cessou-me a mágoa.
O candeeiro acende e apaga,
Como uma breve lembrança, macabra,
Doença que é pensar demais.
A música do meu fado engraçado,
Sem sal nem tão pouco regrado,
Faz temer horizontes. E eu magoado
Com isso e com a vida que levo.
Pela fama que levo às costas,
Levarei menos tempo a cair
Que a levantar-me.
E vós sem o saber, sem o sentir.
É este o expoente que dou à minha vida.
Isolada e cansada, mas engraçada.
Tenho-me resumido mais à triste sina
Que à vontade de sonhar, do dar a volta por cima.
Este poema é engraçado.
Não estivesse eu, sentado a escrevê-lo,
Em pé a pensá-lo,
A voar construíndo-o…