Eu não vivo comigo mesmo,
não convivo no mesmo espaço que vivo;
Eu moro em um liquidificador,
eu vivo revirando de um lado para o outro,
eu sou um pouco de nada que possa existir,
e sou tudo aquilo que já existiu,
uma batida mirabolante
rebolando de prazer, no eremítico espaço que vivo
um purgante jeito de ser.
Mas assim continuo vivendo
e vendo comigo morrer.