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Enise em Sáb, 14/04/2007 - 05:43
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Fugi do peso da terra batida
Da dureza da rocha fundida
Dos meus pensamentos
Escapei das garras da fome
De um cárcere sem nome
Para sonhar
Escalei um céu passo a passo
Busquei paz no limite do espaço
Para planar
Esculpi um balé invisível
Tracei rumo quase impossível
Para voar...
E voei...
Copyright 2007 by Enise
Todos os direitos reservados a autora
Enviado por
Enise em Qui, 05/04/2007 - 15:53
na suavidade de uma noite cálida
talvez eu não seja a brisa que bate no teu rosto
na fragilidade de uma emoção amorfa
talvez eu não seja o balanço que lhe embale
na frivolidade de uma brincadeira séria
talvez eu não seja a matéria que lhe cabe
na imoralidade do teu pensamento
talvez eu não seja o horizonte para teu caminhar lento
na insinceridade de teus gestos e palavras
talvez eu seja a fonte do teu desapontamento
na impermeabilidade da tua alma
talvez eu não seja a tua fome do momento
na impossibilidade de uma simples doçura
talvez eu não seja a tua doce aventura
na imortalidade da tua débil loucura
talvez eu não seja quem você procura...
Copyright 2007 by Enise
Todos os direitos reservados a autora
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Enise em Seg, 02/04/2007 - 04:25
Amar é enaltecer uma ilusão
É assoprar num fogo morto
Mesmo quando sabe-se - é em vão!
Amar é buscar-se no fundo da alma
É festejar uma alegria ilusória
Mesmo na solidão...
Amar é plantar um afeto
É colher um vazio
Mesmo que escorra um desafeto pelas mãos...
Amar é fazer um amigo crescer
É estar em paz consigo
Mesmo na escuridão...
Amar é sorrir, é ter rimas para florir
Mesmo com o peito em lágrimas, na desolação...
Amar é ter quietude pra desejar
É dizer palavras para acalmar
Mesmo com a angustia em prontidão...
Amar é entrar numa luta impossível
Combater numa batalha imperdível
Mesmo que o tempo diga não...
Amar é agigantar uma esperança
Sem pensar numa cobrança
Que se espera sem razão ...
Amar é compreender
É não ter opção para escolher
Mesmo que o caminho seja o perdão...
Amar é um estado de vida
É preparar-se para cada despedida
Dos que entram e partem do coração...
Copyright 2007 by Enise
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Enise em Sáb, 31/03/2007 - 03:22
Desdigo o que disse
saio da mesmice
alimento um fogo
ardente sem direção
Vento na minha alma
como na sua palma
caio no seu jogo
chovo além do furacão
As horas que ora passam
como se elas fossem minhas
rodam minhas ventoinhas
me ferem sem arranhão
Troco a pele açucena
mudo a casca do poema
cerro a porta da ilusão.
Congelo atitude,
escondo acidez,
evoluo na latitude,
enquanto chove na minha mudez...
Enviado por
Enise em Sáb, 31/03/2007 - 03:20
as horas rolam,
momentos emergem,
os dias existem,
as noites se espreitam...
o tempo avisa,
dá seus sinais,
cobra um pedágio caro,
rouba dos nossos sonhos mais raros
o recomeço para outros finais...