Toca-me, pressinto que estás à janela
A raiar-me ao voar devagar,
A me amares ao nasceres lentamente.
Contemplo com tempo tudo o que tu tens
Por dares e não venderes algo tão quente.
Alba, menina bonita, tão longe de minha vista
Cresces em demasia e rápido ficas alta.
No cimo das nossas cabeças que aqueces,
Desapareces, morres cheia de graça.
Desvaneces laranja e tudo fica negro.
Começam os gritos, a noite, o medo,
Mas amanhã voltarás e contigo volta também a paz.
Tu, que me conheces o acordar,
Se estarás à mesma hora no mesmo lugar
Porque me deixas preso na cegueira da escuridão?
Comentários
P/Daemon
Outro belo poema caro poeta... cada verso nos leva numa onda de visões entre a escuridão e a fébril luz do amanhecer...
Tu, que me conheces o acordar,
Se estarás à mesma hora no mesmo lugar
Porque me deixas preso na cegueira da escuridão?
Parabens!
Salomé
Salomé