Blog de Carmen Lúcia

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Máquinas ou sentimentos?

Sinto carência de vozes,
risos estridentes a contagiar
ou mesmo de choros e gritos
na calada da noite para agitar.
Carência de gente para namorar,
trocar uns afagos e carinhos ousados.

Andar nas calçadas, contemplar o luar,
perceber em qual fase a lua está
e no brilho de estrelas me perder, me achar,
descobrir que uma delas já mudou de lugar...
De repente deixar a saudade adentrar,
preencher o espaço de quem não vai voltar .

Entrar num boteco, beber a cerveja
que há tempos atrás ficou esquecida,
rever os amigos, fazer poesia,
cantar e dançar, cair na boemia.
Ver gente, tocá-la, beijá-la enternecida,
Liberar sentimentos sequestrados por máquinas
que amargam a doçura da vida de outrora,
e roubam a magia que necessito agora.

_Carmen Lúcia_

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Fases

(Des)compromissada com nada,
tudo era diferente, indiferente,
tempo que alegrava a gente, inocente...
A dor que só fazia cócegas...
Dor de barriga, dor de dente,
vontade de ganhar presente...
Roçava fábricas de lágrimas
que debulhavam intermitentes.
(Não contundentes, só aparentes.)

Tornou-se mais aguda, irreverente,
a dor e amor de adolescente...Adoles(sente)!
Ao mesmo tempo, ri e chora...
E a palidez da face, de repente, cora.
Muda a estação, no coração, a toda hora,
em desarmonia com as estações lá fora...
Em sintonia com as sensações da alma,
revoada de emoções que aflora e refaz,
guerra de hormônios que não quer a paz.

Uma nova fase, que não é da lua,
traz os sentimentos de uma alma nua
e na transparência, busca a essência
de um amor maior, de um amor maduro.
E se a dor vier bater a sua porta...
Nada mais importa! Dane-se o mundo!
O sofrimento é muito mais profundo.
E as fases da lua se fundem, se liquefazem
em lágrimas corrosivas rolando pelas faces.

(Carmen Lúcia)

Carmen Lúcia Carvalho de Souza
09/10/2008

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Sonhos

Sonhos!Ninguém os roubará de mim...
e à medida que vou sonhando
a vida vou enfeitando
de belezas sem fim.

Em cada sonho um sabor,
pra cada caminho um andar diferente
dando colorido ao amor
e sentido à vida da gente...

Se não sonhar é morrer,
viverei eternamente
e mesmo que morra sonhando
sei que morrerei contente.

_Carmen Lúcia_

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Versos & Reversos

A luz traz a paz que refaz;
também pode cegar quando é demais.

O começo sempre traz um desafio;
e o fim, o mais denso calafrio.

O amor pode levar ao paraíso;
também a perder o juízo.

A chuva umedece a terra pra fecundidade;
também pode conduzir à calamidade.

O mar dá margens para os sonhos;
mas destrói os castelos mais risonhos.

A lua é tão meiga e brilhante;
para o lobo parece irritante.

O sol é o astro que ilumina e aquece;
também o fogo que fulmina e estremece.

Em erupção, o vulcão lança sua lava
que uma paixão incandescente apaga.

A mulher traz no ventre a semente...
que, lamentavelmente, pode não vir a ser gente.

Tão triste ouvir falar em aborto...
Pode ocorrer mais um poeta morto.

_Carmen Lúcia_

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Amar e ser feliz

Somos dois em um, almas coladas,
parceiros de uma vida em comum,
companheiros da mesma jornada,
unidos pelo amor sem-fim.

Se me perco, em ti me encontro
e em mim te aninhas em doce aconchego,
somos dois em um, irei pra onde fores
até onde alcançar esse imenso apego.

Desconheço o ciúme, cúmplice da dor,
chamas bem acesas não há como apagar,
quem ama confia, ou não é amor...
Feliz de quem descobre sua alma gêmea
e passa pela vida, da tristeza, incólume.

Sem ter que perdoar erros que não existem,
viver a lastimar as dores que persistem,
ter pena de um amor que um dia se perdeu,
tentar se enganar que esse amor morreu.

_Carmen Lúcia _

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Babilônia

Difícil conviver imune de pecados
ou conviver, simplesmente,
em meio a essa Babilônia que se espelha
e se prostra a minha frente
tentando dominar corpo e mente,
impondo um sol brilhante, ilusório,
que cega e se apaga de repente
priorizando decretos humanos
acima dos humanamente divinos...

Desfilando por tortuosos caminhos
uma verdade anacrônica, desgastada,
deteriorando-se passo a passo
num confronto irreversível com meu tempo,
com o que penso, com o que faço...

Vestes escarlates e púrpuras bailam
convidando para uma dança sensual
onde a razão e o bom senso
se desequilibram nesse ritual
e se afastam dos princípios certos da moral.
Impossível beber do cálice sagrado
e conciliá-lo ao pecado mortal.

Procuro outros jardins que não sejam os da Babilônia,
onde as sementes plantadas gerem frutos do bem,
onde a vida transcorra simples como os rios,
embora chorem o que o homem deflora
maculando suas águas límpidas que cristianizam
navegadas pelo amor, luz e serenidade
numa trajetória imaculada.

_Carmen Lúcia_

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Entusiasmo

Procuro ansiosamente
sorrindo ou mesmo chorando,
tropeço e continuo andando,
pés calejados, pisando marasmos,
rastreando marcas de ...
...Entusiasmo!
Persigo, persisto, insisto,
posso cair mas nunca desisto...
Se um dia senti é porque existe,
se um dia sorri, nem sempre fui triste.

Entusiasmo...
Não há receita, teoria perfeita,
apostila que ensine,
prática que confirme,
caminho que define,
dogma que determine.
É o que move a vida
tornando-a colorida...
Que leva à empolgação,
e deixa tudo bonito,
ainda que em tempos de expiação.

Entusiasmo...
Não é impossível nem distante,
basta ser perseverante,
esvaziar dentro do peito
aquilo que não há mais jeito.
Abrir portas e janelas,
deixar entrar as coisas belas,
lançar ao redor do mundo
um olhar diferente, profundo...
Viver intensamente os momentos,
Inundar-se de sentimentos...
Abster-se de cavoucar feridas
e entusiasticamente...
Celebrar a Vida!

_Carmen Lúcia _

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Retalhos

Quem me vê sorrindo assim
pensa que a infelicidade
nunca passou por mim,
pois meu sorriso escancarado
com um quê de ironia
camufla meu coração rasgado
de retalhos, costurado,
outrora palco da alegria
pulsando descompassado...

Hoje carente de emoção
busca a reconstrução.

_Carmen Lúcia_

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De vez em quando

De vez em quando
lembra-te de mim...
Do quanto nos amamos,
dos limites que ultrapassamos,
amor que desconhece fim.

De vez em quando
olha tua janela...
Vê-me refletida nela.
Sou aquela cotovia! Só tu vias...
Versejando poesias,
versos que nos envolviam, sonhando.

De vez em quando
dedilha ao piano
e me sintas dançando
aquela sinfonia
que nos (en)levava e trazia
de volta de nossa utopia.

De vez em quando
ouve nossa canção
e atenta ao estribilho
que nos causava emoção
projetando ao nosso olhar intenso brilho,
compartilhando de nossa vida, sem despedida.

De vez em quando
pega meu retrato, que mesmo inanimado
anseia ser tocado.
Manda-me um recado...
Conta-me onde foste... Pra que lado?
Partiste um dia... Onde estás?
Captarei por telepatia,
entrarei em sintonia,
momento único e fugaz.

De vez em quando
abraça-te a mim...
Quero estar bem junto a ti,
apagar a tua ausência,
sentir a tua presença...
Leva-me! Não me deixes aqui.

(Carmen Lúcia)

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Inúteis palavras

Recolho palavras que me atropelam
no silêncio inquieto que me interpela,
preciso com elas entrar num consenso,
que venham sem eco pra integrar meu contexto.

Ou mesmo sem nexo, sem explicação
porque eu nem sei explicar a razão
de estar tão calada, tão introvertida,
desconheço quem sou ou me sou bem conhecida.

Procuro nos simples detalhes um recomeço,
um motivo maior para continuar,
pular as reticências, revirar aos avessos
e nas entrelinhas descrever o meu texto.

Mas as lacunas se tornam pesadas,
devo preenchê-las de palavras sensatas,
esvaziar de minh’alma meus medos e traumas
que o silêncio estimula e a palavra engasga.

_Carmen Lúcia_

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