Blog de Carmen Lúcia

Foto de Carmen Lúcia

Somente hoje...

Hoje eu quero esquecer as tristezas,
andar livre pelas ruas, reverenciar a lua,
achar que o mundo é acervo de belezas
e que a amargura é fruto da imaginação...

Reencontrar amigos que há muito não via
e juntos chorarmos o riso da alegria
relembrando o tempo em que a gente sorria
nas calçadas tortas da nossa ilusão.

Quero rostos corados virados pro sol
refletindo neles a luz do arrebol,
apagando as rugas presas em suas testas,
envolvendo a todos num clima de festa.

Hoje eu quero ver estrelas enfeitando o céu,
quero ouvir canções feitas por menestrel
e achar que o mundo não é mais cruel,
tudo que é ruim passou e a dor já teve fim.
Quero a vida assim...

Hoje eu quero abrir as portas, escancarar janelas,
deixar voar os sonhos livres de tramelas,
nada que os impeça de poder voar...
Quero ser teleguiada por meu coração,
que me perdoem o juízo e a discrição,
que a razão se ausente e deixe a emoção
dançar comigo a dança da imaginação.

_Carmen Lúcia_

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Poeta

Só quem é movido pela inspiração,
entra em transe, capta toda aflição,
quem tem o dom de iluminar,
de sorrir uma alegria pura,
ou de chorar a dor que não é sua
e dá o grito de uma outra garganta
que não teve força pra gritar, ou implorar...

Quem combate a guerra fria, todo dia,
trazendo a paz e a luz no olhar
fazendo renascer a flor que já morria...
Quem transpassa o desespero, a dor
e ainda crê no bem maior...O amor!

Quem tem motivos para a indiferença
e com palavras eterniza a essência
afastando a tempestade que apavora,
mostrando um novo sol que revigora...

Enfim, quem faz da esperança seu escudo,
Poeta é chamado...até o fim de tudo!

(Carmen Lúcia)

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Coisas do coração

Quem pode comandar o coração?
Pare de amar! Esqueça!
Controle a emoção!
Enfraqueça
as batidas descontroladas da paixão!

E ele segue seu curso
cego e surdo aos apelos
ouvindo apenas sua voz,
cumprindo sua missão.
Não ouve o que lhe ordenam,
satisfaz a sua razão.
Como é autêntico o coração!

Mesmo que sua verdade
arrecade dor, sofrimento, ilusão,
não se acovarda, nem se abate.
Ainda que se estraçalhe,
se descompasse ante à tentação,
encara de frente
o que a mente ressente
e abre as portas pra cada emoção.

Sabe que a vida é pequena
e distende cada momento...
Viver é o que vale a pena,
amar, sofrer, chorar, gargalhar,
seguindo o que lhe sacode,
andando no compasso que pode.

_Carmen Lúcia_

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Encontro com a poesia

Dispenso as rimas,
perco o compasso,
relaxo...
e passo a passo
entre um suspiro e outro
aguardo a inspiração.
Divago...
perco-me em devaneios,
dou asas à imaginação.

Me encontro,
abro meu coração...
deixo que fale por mim
em meio a reversos,
palavras soltas e inversos,
e recolho
os mais lindos versos
vagando em jardins.

Me entrego
e me pego bem no alto
planando
no encalço da luz do dia,
da melodia,
do silêncio das manhãs,
das cores do entardecer,
sonhando
enquanto anoitece
e a lua aparece
e se extasia
prateando
a mais pura poesia.

_Carmen Lúcia_

Foto de Carmen Lúcia

Aquele sorriso franco

Já não trago o sorriso escancarado
mas um riso teso, meio que forçado...
Se se abrisse em sonoridade esfuziante
certamente não seria livre, mas forjado.

Já não trago nos olhos o brilho de antes
a refletir da vida a alegria pujante.
Olhos que falavam o que a voz não conseguia
e hoje, anuviados, observam calados.

Já não sinto o mesmo frisson
da paixão que arrebata, rouba os sentidos,
nos faz submissos, tira-nos o chão
e nos (en)leva a uma viagem plena de emoção.

Hoje descrevo o que vivi, o que senti,
a essência do que chorei e do que ri,
carícias de pétalas, crueza de espinhos,
sentimentos que transcrevo em poesia
e vejo renascer na folha de papel em branco
a luz que reluzia de meu sorriso franco.

_Carmen Lúcia_

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Um olhar de criança (Homenagem ao Dia da Criança)

Com olhinhos deslumbrados
capta toda a beleza...
Com um olhar prolongado
percebe a essência, a natureza...
Não se contenta em olhar;
é preciso tocar, ver, sentir a pureza
que muitos não sentem, nem vêem...

Em suas frágeis mãozinhas
uma simples florinha singela
muda de cor, tamanho, valor...
Enfeita o lugar, onde quer que for,
torna-se azul, amarela, furtacor...

Criança tem nos olhos o encantamento
como ponto de partida para o pensamento.
Colhe da vida, o essencial...
Usa a sensibilidade, razão primordial!

“...a capacidade de se assombrar
diante do banal.”(trecho de Rubem Alves)

(Carmen Lúcia)

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A vida e o tempo

A vida passa num momento
e o tempo perdido se resume em lamento,
nos vãos dos dedos escorre num piscar,
o que não fizemos fica por fazer,
o que se foi não volta a acontecer.

Os sentimentos se confundem,
lutam por sobreviver, não se difundem
e o que sonhamos lado a lado
perde-se no longe de se perder,
sonhos sem tempo de amadurecer.

Aquela paixão mal resolvida
tende a ser absorvida,
sequestrada do âmbito do ser,
já não pertence ao contexto,
não mais cabe nas linhas do novo texto.

E o amor avassalador, concomitante com a paz,
protagonista de um palco iluminado, astro rei,
nas linhas do destino agora jaz,
nem sei porque ele ficou pra trás
ou por imposição do tempo, não voltei.

Restam as lembranças
que nos acompanham
até onde for possível acompanhar.
Prêmio de consolação dado pela vida,
estilizado em doce saudade
de quem tudo queria
mas não soube amar de verdade.

_Carmen Lúcia_

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Quem sabe...

Quem sabe...

A manhã ainda se abra
e me ofereça um leque
de cores indizíveis,
tonalidades amarelas
trazendo raios de sol
a brincar pelas frestas das janelas,
roçando pétalas de flores invisíveis,
convite irrecusável
pra viver, amar, a cor dar !

Quem sabe...

A manhã ainda nasça
diferente de todas que já nasceram
e a minha esperança renasça
mais forte que as que morreram
antes mesmo que o dia acabasse,
sem que o som das notas musicais,
interlúdio composto pela beleza da aurora,
me tocasse e me enlevasse
pelo azul do Danúbio,
embora meus passos inertes agora
já não ousam dançar uma valsa.

_Carmen Lúcia_

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Faca de dois gumes

A vida...
Faca de dois gumes;
um lado que disfarça
sem alcançar o cume,
escondendo seus queixumes.
O outro, arrojado,
sem disfarces vai à luta.

Lados distintos: o verso e o inverso.
Um sem corte, outro afiado,
um sem norte, o outro atirado.

O lado cego, negando-se a enxergar,
tentando omitir de si próprio
a realidade...
Só quer encenar,
vestindo fantasia
que o tempo irá retirar.

O lado afiado é o lado verdade...
Desafios suporta e injustiças combate.
Jamais perde a autenticidade.

Vivamos os dois lados...
O cego e o afiado da faca
e assim conheceremos
os dois gumes da vida,
sem ignorarmos nada!

_Carmen Lúcia_

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Amor e poesia

Poesia, assim como o amor
não têm explicação.
Chegam bem de mansinho,
arrebata-nos devagarinho
e nos aprisionam num alçapão.

Acho até que poesia
define bem o amor...
Ou o amor, a poesia.

Os dois entorpecem a alma,
geram asas pra alegria,
acalentam a dor.

Tocam-nos tão profundamente
que ora se chora,
ora se ri,
ora não se sabe
nem pra onde ir.

Na poesia há versos rimados,
compassos ritmados, inspiração.
No amor, há de haver sintonia,
química que propicia
unir razão e emoção.

Quando bem harmonizados
dão-se as mãos, almas com almas,
alçam os vôos mais ousados...
O amor pulsando corações apaixonados,
A poesia resultante
da paixão de cada instante...

Ambos tentando explicar o inexplicável.

_Carmen Lúcia_

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