Em meio a meus devaneios
Te vejo, te beijo, te desejo,
Com uma volúpia tanta...
Uma vontade sacrossanta
Que até me causa medo...
Tão forte é o enredo!
Que me arrepia, me extasia,
Me arremessa na fantasia
Que é real, que é fatal, descomunal...
Em meio a lençóis em desalinhos
Transpasso montanhas, construo ninhos
De fulgores, de calores, de suores...
Esboço passagens secretas, indiscretas
Que me levam e elevam aos céus.
Em meio aos nossos lençóis, vejo sóis...
Clarão de paixão, luzes de faróis
Que me atiçam, me cegam, me entregam
A um amor sem igual, humano e animal
Que me sacia a sede, me acalma a alma,
Me desassossega e incendeia...
Me apraz, satisfaz, traz a paz!
Em meios e entremeios de sóis...
Nos desalinhos de nossos lençóis.