Percorri caminhos sem fim,
arranquei espinhos de mim,
chutei pedras de ruas esburacadas,
encostei portas escancaradas,
emergi de areias movediças,
segui o destino selado, submissa,
fiz da dor, escudo salvador,
sufoquei mágoas...doídas, salgadas,
estanquei o sangue vertido em lágrimas...
Amei, me entreguei de qualquer jeito...
E colhi canteiros de amores imperfeitos...
Busquei nua o poema, no fim da rua...
Sofri, cresci, aprendi, não desisti...
A vida é luta renhida...
E me pergunto, enfim...
O que mais ela quer de mim?
_Carmen Lúcia_