Voa ave no cantar do vento,
em espirais, deixa-se levar...
aos caprichos que guia-lhe o ar
sobe a girar no firmamento.
Livre, como é de seu feitio,
o pássaro faz parte do ar.
Que abraça, a laços desatar,
o embala, longe, ao vazio.
O vazio, ao vôo nos convida
e em seus braços nos enleva,
ao planar, liberto da longeva
caminhada no chão desta vida.
E deste mesmo ar me completo,
a cada respirar nos confundo,
no sopro expiro o céu moribundo
deste voar que n’alma aquieto.