Blog de Ana Rita Viegas

Embala-me no teu corpo
Vem dançar
Vem amor
dá ritmo
dá movimento
Embala teu corpo
Flutua teus movimentos
neste instante.
Vem amor
deixa nossos cheiros
ao sabor da mistura
Vem amor
contorna minha cintura
abraça meu corpo.
Vem amor
vem com a tua língua
deliciar-me
Vem amor dançar
A nossa dança do prazer
Estou em contemplação
Do que é divino em ti.

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Volta rápido
Estou com água na boca
Quero saborear teu beijo
Tua saliva
Quero que mordas de mansinho
Meu lábio com teus dentes
Esta vontade deixa-me louca
Estou sedenta
Minha roupa arde
Meu desejo transpira
Vem rápido para me consolar
Para me tocar
Arrepiar
Vem rápido
Vem por-me de bicos
Mata-me este prazer
Este prazer impetuoso (ardente)

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Rumo em tua direcção
Tuas pegadas marcam meu chão
Sem pressa caminho
para junto de ti
O teu sorriso
Aproxima-se
bem devagarinho
As tuas mãos
Aproximam-se
Sinto o teu calor
Sinto o teu cheiro
Cada vez mais próximo de mim
Não importa se tuas pegadas
São quentes, ou são frias
Rumo na tua direcção
Inquieta,
Atravesso este quarto escuro
Não importa o mundo
Não importa esta revolução
O que importa
É que
és quem eu chamo de meu homem
E o dono do meu coração

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Debaixo dos lençóis
Teu corpo em brasa
amassa meu magro corpo
quente, em chamas.
Longe do limite
desejo-te junto à minha pele
Sentir tuas mãos
percorrendo o meu corpo
entrego me a ti.
Dois corpos
em um eternamente.
Completas me
Unes me
Moldo-me no teu corpo
O teu ardor entra
Flutua, e permanece
Entranhado em mim.
Cruzo minhas pernas
A volta do teu corpo.
Arrepias-me com tuas palavras
Com teus gestos, com teus beijos
Com o teu corpo atlético
Quero ser tua
Devora minha chama
Nesta singela (pura) cama

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Acordo cedo
Sinto-te
beijando o meu rosto.
Sinto-te
junto de mim Suado.
Não existe
cumplicidade maior
de que estarmos juntos.
Sinto, pressinto,
tua respiração anelante (ofegante).
Ardentemente absorves
o meu amor.
És forma.
És gramática erótica.
Tu anulas meu escuro.
Dás forma ao meu ser.
Dás conceito à minha vida.
És um exagero, exagerado.
És meu pecado incontrolado.

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Teus dedos sobre minha nuca
Arrepiam
Meu corpo estremece
Cada vez que sentem teus dedos.
Teu cheiro habita em minha alma
e no meu peito
Quando respiras a baforada do teu ar
Intoxica-me alcoolicamente.
O teu olhar inala no meu ego
A tua voz faz-me delirar
Teu doce paladar
Tira-me do pesadelo e faz-me sonhar.
O bater do teu coração
Faz eco na minha mente
Contigo peco
Faz-me pecar cada vez mais
A cada dia que passa
Luxuria é o nosso pecado

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Sob o escuro do quarto
Percorro teu corpo como um olhar
Um olhar delirante
Enquanto o fogo da sedução
Me percorria
Relembrei as loucuras
Relembrei as fantasias
Teu corpo alto, magro e desnudo
Repousa nos lençóis
Que fluentemente
Aquece os nossos desejos

Deito-me a teu lado
E inicio uma alucinante
Viagem pelos traços do teu corpo
Que treme de prazer quando
Minha língua quente causa deleite
No teu abdómen partido em busca
Do máximo prazer

Devoramo-nos como loucos famintos
Enquanto nossos corpos se perdem
Em carícias, beijos, dentadas
Explodimos delirantemente
Em comprazer

Tudo presenciado apenas pelo
escuro do meu quarto

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Aquela pergunta
Fez-me cair
O meu interior resvalou.
Escorreguei e tropecei
Na minha consciência pesada.
O teu doce olhar
Ficou sombrio (triste)
As lágrimas
Prontas a espirrar
Com violência
Fizeram um brilho no olhar
Não caíram
Permaneceram nos teus olhos
Permaneceram nos meus olhos
Aquela pergunta
Tornou escuro
Tornou negro
O nosso olhar apaixonado

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De repente
Deparei-me com a tua maviosa voz
Deparei-me com o teu belíssimo olhar
Mudaste-me
A vida começou a ter brilho
Descobri
Em mim a independência
A cumplicidade, a ternura
A aventura
Unimos os nossos corações
Numa dança de alegria
Numa dança de paixão
Meu coração perdido
De dor e solidão
Intensamente descobriu
O sonho intemporal
Do teu amor.
Encontrei-me no mundo
Descobri-me na multidão
És a luz do meu tempo
Tens para sempre o meu coração

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Minha índole
Pertence ao teu espírito
És aquele
que da força e vivacidade
És aquele que me da fundamento
Ânimo, coragem, valor
Na minha essência
Fortaleces-me quando enfraqueço
És vida
És a parte imortal
És humano
Não és ilusão nem ficção
És a minha realidade irreal
És essência
És exclusivo
Tua alma é límpida, genuína
Sem mistura
Tuas palavras são vernáculas (puras)
Tua inocente imperfeição
É verdadeira e maviosa (agradável, doce)

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